A França insiste no debate sobre a possível orquestração da execução pública de Dominique Strauss-Khan por parte da justiça e dos Media americanos.
O advogado de Strauss Kahn ameaça denunciar os Media franceses que divulgaram imagens do arguido algemado.
Dominique de Leusse, advogado do arguido:
"- Se houve infração, há possibilidade de proceder judicialmente. Vamos verificar se foi registada ou não a ocorrência em 48 horas ou durante os próximos três dias".
Em nome da presunção de inocência, é proibido, em França, mostrar a imagem de suspeitos algemados ou numa posição que possa ser considerada degradante.
A lei mudou a 15 de junho de 2000 sob pressão da socialista Elizabeth Guigou, antiga ministra de Justiça.
Para Guigou, o caso Strauss-Khan é resumido a um assunto político:
"- Acho que é muito importante sublinhar que tanto o promotor como os juízes são eleitos e aspiram à reeleição, seja nos seus postos ou nos de outros. Não podem ser indiferentes ao facto de as câmaras de todo mundo estarem aí a mostrar tudo o que está a acontecer"
O promotor Cyrus Vance, conhecido pela luta contra a criminalidade dos colarinhos brancos, segundo os franceses, deixou as câmaras registarem os primeiros planos de um homem algemado, acusado à partida pelos jornais americanos.
Nada anormal nos Estados Unidos. Strauss Khan foi submetido à mesma sorte que outros antecessores célebres no banco dos réus: Bernard Madoff e Michael Jackson também foram mostrados na praça pública com algemas nas mãos e pés. O "Perp walk", criado por Rudolf Guiliani nos anos 80, para os ricos e célebres. serve mesmo para mostrar a pena de quem alegadamente perpeta o crime.
Será que os procuradores vão exibir o arguido quando ele se apresentar ao grande júri na sexta-feira?
Nada parece indicar que o tratamento das figuras públicas acusadas de abuso seja aquele que os franceses preferem.
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