Tenho escrito pouco aqui, eu sei. Morrem-me amigos e irmãos de sangue e de quase sangue, de vida intensa de muitos anos e eu fico sem saber o que tremer de excelso sobre o nome que pronuncio de cada um.
Sou cobarde, sei. Não tenho paciência para explicar a profundidade da alma a quem não amo ou gosto e com quem tenho de me dar socialmente.
O Mauro gostou que eu comparasse uma gata selvagem a uma farófia. O Mauro não sabe o que é perder mais de três entes queridos por ano. O Mauro é jovem e bloga por uma cidade inteira. O Mauro é como eu era na idade dele. O Mauro agradece o mar e fotografa os heróis, ou faz apenas o post mas revigora uma comunidade inteira. Eu perdi esse it. Perdi-me algures numa guerra dessas em que digo o indizível quando devia estar calada.
Amanhã estarei mais bem disposta e trarei um pouco de mim neste sorriso que já não é meu.
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