quinta-feira, 7 de abril de 2011

Crise em Portugal: já não há volta a dar

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A crise portuguesa atingiu o ponto sem retorno no dia 23 de março, quando o Parlamento recusou apoiar um quarto plano de austeridade. José Sócrates, chefe do governo socialista, sem maioria, teve de se demitir. 
 
A única saída para esta crise política é a celebração de eleições antecipadas. O presidente, Anibal Cavaco Silva, dissolveu o Parlamento o 31 de março.
 
Em menos de um ano, os portugueses tiveram de digerir três planos de austeridade.
 
Desde a greve geral de 24 de novembro, a mais importante na história do país, as paralisações são frequentes, principalmente no setor dos transportes.
 
A amplitude da crise social evidencia-se a 12 de março. Na rua, dezenas de milhares de jovens portugueses protestam contra a precariedade, desesperados por causa da falta de emprego, nomeadamente dos jovens licenciados.
 
O desemprego aumenta e o país volta a entrar em recessão: - 0,1% do PIB em 2011 segundo a OCDE. As medidas de austeridade, entre elas o aumento do IVA e os cortes salariais acabaram por minar o frágil crescimento, de 1,4% em 2010.
  
Mas com um déficit de 8,6%... Portugal comprometeu-se com Bruxelas a reduzí-lo
para 4,6% em 2011
 3% em 2012
e 2% em 2013
 
Compromissos que não tranquilizaram os mercados financeiros, que pedem índices cada vez mais elevados para comprar a dívida soberana portuguesa, para cima de 10% para as emissões a longo prazo.
 
As tesourarias das empresas públicas esvaziam-se, algumas não têm liquidez para pagar aos trabalhadores depois de junho.
 
Os bancos portugueses também não conseguem financiar-se no mercado interbancário, e já não podem dar crédito ao Estado.
   
"Nós estamos numa situação em que os bancos estão a sair prejudicados, naturalmente não podem conceder mais crédito às empresas públicas e ao Estado nas condições atuais".
  
Portugal tem dois prazos iminentes de pagamento da dívida:
 
A 15 de abril tem de reembolsar 4,252 mil milhões de euros, e dois meses depois, 4,899 mil milhões de euros.
  
Portugal acabou por pedir ajuda, mas as incertezas políticas pesam já sobre as eleições de junho. Segundo as sondagens, nenhum partido vai obter a maioria necessária para governar sozinho.
 

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