Onde a família tradicional é mais forte, a natalidade é mais fraca, concluiram os sociólogos e economistas presentes num debate espectacular na France Quatre. Como os franceses são campeões da natalidade, com três filhos por casal, acredito.
Em França, as famílias recompostas são a regra: se cada um trouxer dois filhos para a nova união têm sempre a tendência a conceber, pelo menos, mais um) e a as mulheres celibatárias com mais de 40 anos aventuram-se na procriação, como nunca - as garantias em termos de saúde permitem o que há alguns anos era impossível.
Durante o programa, foi entrevistado um lúcido médico de 101 anos de idade que, com humor, afirmou que a longevidade é um capital de família e que já o pai dele tinha morrido aos 97 anos!
Mas voltando à natalidade, desenganem-se os que consideram a imigração como foco essencial do aumento da demografia. É verdade que os tunisinos fazem mais filhos em França do que na Tunísia, os espanhóis idem e os portugueses idem aspas...mas também é verdade que o Estado aqui dá condições às empresas para dispensarem as grávidas em eficazes licenças pós-parto, dá bons subsídios de natalidade e baixa os impostos dos papás recentes.
A mestiçagem é uma mais valia. Por exemplo, o pai de Barack Obama não teve a consciência do valor acrescentado que dava ao filho através da cor da pele. É verdade que os casais com mais filhos são mestiços e a sociedade não o teme - só teme quem não trabalha.
A França é má em muitas coisas, mas na política de aumento demográfico desde a I Guerra Mundial foi certeira - apesar de no início o fazer para aumentar o número de soldados ...os alemães, por exemplo, defendiam a qualidade dos seus soldados. O número de jovens de 25 anos já iguala o número de idosos, pelo que as reformas estão asseguradas com a força de trabalho da nova geração.
Mas, note-se: a fecundidade dinâmica tem de ser desejada socialmente, mesmo que seja um bem para a economia.
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