quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Durão Barroso

Durão Barroso é um autêntico camaleão da política, pragmático e voluntarioso. Tem apenas 53 anos de idade mas um percurso invejável, iniciado na época de todas as utopias da Revolução de Abril. Foi nos comícios do MRPP que viveu os primeiros tempos de militância. Nos anos 80 encontrou um rumo no PSD.

Santana Lopes, secretário de estado da Cultura, falou insistentemente a Cavaco Silva, então primeiro-ministro, do que considerava a extrema inteligência de Durão Barroso e que este merecia um lugar no governo.

Cavaco Silva convidou-o para ser sub-secretário de Estado no Ministério de Assuntos Internos, cargo que ocupou de 1985 a 1987.

À frente dos Assuntos Africanos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, empenhou-se rapidamente na questão da Namíbia - com happy ending em 88, e a assinatura dos Acordos quadripartidos de Nova Iorque. Com Herman Cohen e Margareth Anstee foi o artesão da reconciliação em Angola - já tinha sido um dos impulsionadores dos Acordos de Bicesse. .

Foi ministro dos Negócios Estrangeiros (1992-1995).
Primeiro ministro em 2002.


Atlantista assumido, protagonizou a cimeira dos Açores dos líderes europeus favoráveis à guerra no Iraque. Tony Blair propôs Durao Barroso como presidente da Comissão Europeia em 2004.


Em Novembro, Durão Barroso estreou-se em Bruxelas com um programa liberal, uma controversa directiva sobre a liberalização dos serviços e a defesa do princípio de que se deve "legislar menos e melhor".



Mas, logo a seguir teve de enfrentar a crise institucional provocada pelo não francês e o nãoholandês à Constituição Europeia.



"Lamentamos a escolha feita por um Estado membro que, há 50 anos, é um dos motores essenciais da construção do futuro em comum".

A França e a Alemanha consideraram-no passivo demais em realção à crise financeira mundial, mas o presidente da Comissão Europeia logo se converteu à regulamentação dos mercados, adoptando um discurso mais social.


"Quero trabalhar para uma europa que desenvolva novas fontes de crescimento e coesão social, crescimento verde, que assegure uma regulamentação mais inteligente da Saúde e dos Mercados, com respeito pela ética, em que os mercados estejam ao serviço dos cidadãos, para o emprego e bem-estar".


Os barrosistas e liberais, em geral, defendem que o segundo mandato do presidente da Comissão Europeia vai ser supra-partidário; e Durão Barroso garante: o meu partido político é a Europa.

2 comentários:

Anónimo disse...

¿Ha recibido el voto favorable del anti- atlantista furibundo José Luis Rodríguez Zapatero, Psoe, Ferraz?

Maria João Carvalho disse...

Foi eleito com o apoio dos chefes de Estado dos 27, e, portanto, dos eurodeputados socialistas espanhois - mesmo que não tenham sido todos.