Entregou-se à polícia o enfant terrible do Cablegate por causa de um mandado de captura da Interpol
Assange: primeira vítima do Cablegate
Maria João para a euronews com Sophie Desjardim
Julian Assange, de início, pode ter aparecido como um herói, uma espécie de Robin dos Bosques da Informação, um D’Artagnan. mas quando o Cablegate se associou a cinco grandes títulos da imprensa mundial para publicar informações diplomáticas entre embaixadas e governos, o pedestal começou a ceder.
Assange era a imagem da WikiLeaks, criada em 2006 para revelar ao mundo os documentos escondidos, dava conferências ao grande público para explicar esta «demanda de transparência planetária».
Em 2010, a divulgação do vídeo do Exército americano, no Iraque, a mostrar um helicóptero apache a balear mortalmente dois fotógrafos da agência Reuters, por engano, ainda lhe dá mais notoriedade.
Comentou, que «o vídeo demonstrava que não nos podíamos fiar nas informações sobre insurgentes que apareciam depois de haver uma situação com mortos.»
Mas a divulgação de milhares de documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão e do Iraque fez soar a contagem decrescente para o cerco a Assange e outros responsáveis da WikiLeaks. Os Estados Unidos passaram a considerar Assange o inimigo público n° 2, depois de Bin Laden.
50% das informações da WikiLeaks serão provenientes de empresas, afirmou o próprio Assange, continuando o périplo de conferências que o levou à Suécia, país conhecido pela liberdade de imprensa. Mas entretanto, também várias empresas americanas cortaram relações com a WikiLeaks, como a Amazon, que alojava o site nos servidores de uma filial, e a empresa de processamento de pagamentos on-line Paypal.
Na Suécia, as coisas correram tão mal que Assange teve de se refugiar noutro país por causa de uma acusação de violência sexual sobre duas mulheres. Assange alega que a situação foi de sexo consentido e que a acusação tem como fim travar-lhe a acção.
Apesar do mandado da Interpol, Assange continuou a protagonizar mega fugas de informação, cada vez mais embaraçosas e mesmo perigosas para a segurança.
E continuava a justificar-se:
«Se observarmos isto num contexto filosófico lato, considero que a informação tem uma tal importância que, entre publicar tudo e não publicar, escolhemos publicar», afirmou.
Resta ver se a WikiLeaks vai sobreviver, como garantiu o fundador, depois desta detenção.
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