segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mário Silva

Este estranho jardim em que nascemos e desenvolvemos o melhor e o pior que temos de inato e da aculturação, alimenta umas flores e umas ervas más que não podiam compôr melhor a fatalidade e a força deste sangue na guelra que os portugueses trazem para a via a que chamaram destino.



O meu Amigo Mário Silva, Mestre para tantos condiscípulos e admiradores, o Irmão em todas as fraternidades e em nenhuma, o anarca gentil, e mesmo gentleman, a dor de cabeça de alguns tesoureiros das Finanças durante a queima pública de quadros...enfim....este rebelde bebé que cresceu, viveu, envelheceu, morreu e resnasceu, foi bebé de novo e cresceu até que....bem por agora tem 81 anos e festejou o aniversário com o filho e homónimo, Mário Silva...ex- Márinho antes de ter sido atleta e crescer como quem lhe pôs adubo.

Mas eu estava a falar do filho de um pintor extremamente admirativo em relação ao próprio pai - discípulo de Marie Curie, cientista com este mesmo nome de oiro: Mário Silva. São os três Mários, geniais - que fique escrito. E a Sandra sabe.

O nosso irmão, foi nos dourados e vermelhos que fez a fortuna, depois de uma fase rósea, violeta, ajuizada, em que a vida lhe foi madrasta e todos abusavam.
Mas não há mal que sempre dure e, o reconhecimento veio com a realização pessoal: a loucura de rasgar sois e demolir os muros com todas as cores da alma, "desvergastar" seres crucificados, "elastificar" (esticar com plastificar...se não existe, passa a existir) pescoços a dourarem na chegada ao horizonte. E beijos, bocas tortas de beijos ávidos à direita e à esquerda, e mãos que tanto podem ser velas de barcos como o selo que abre o céu mágico da imortalidade.

O Mário estende sorrisos nos pinceis e copos que partilha, galerias e conhecimentos com todos os pintores com quem se cruza.

Claro que alguns lhe morderam a mão, pelo caminho. Só as mentes superiores revelam simpatia pelos Mestres.

Mas a dávida de Mário Silva à vida em geral, não tem descrição nem preço.

Eu podia ter falado aqui da grande exposição do Sheraton que o relançou a nível Mundial, dos seus marchands, da sua Zezinha.

Mas agora, não dá. Quero apenas registar que há um ser de veludo que ainda arranha culturalmente neste marasmo. Mário Silva.

Faz muitos, amigo. Aliás, todos os amigos que tens no mundo inteiro estão, decerto, a fazer este voto comigo. Tchim tchim, MIgo, Tchim tcim para o que de melhor e pior há neste Jardim.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando era miudo morei por cima do Mario, o seu tronco cabeludo nao me metia medo, pelo contrario todo ele era amabilidade. E é.