quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UE e Estados Unidos sabiam da vida dupla de Thaçi

(para a euronews)  
Hashim Thaçi só vai ter 24 horas para saborear a vitória do PDK nas primeiras eleições legislativas desde a independência do Kosovo, proclamada em 2008.
Segundo o relatório do Conselho da Europa, o primeiro-ministro kosovar é um chefe mafioso, o que dá a entender que a União Europeia e os Estados Unidos  privilegiaram a estabilidade e não a justiça, durante uma década.
 
As alegações contra Thaçi remontam a crimes do pós-guerra, de 1999, quando a NATO passou a controlar a antiga província sérvia.
  
Hashim Thaçi nasceu na região de Dranica, estudou na Suíça e tornou-se a seguir num dos comandantes do UCK, exército de libertação do Kosovo, que apareceu em 1997.
 
Esteve nas negociações fracassadas com a Sérvia, em Rambouillet, France, no princípio de 1999. Sem acordo entre as partes, acabaram por dar origem à intervenção da NATO no Kosovo e aos bombardeamentos na Sérvia.
 
O relatório do tempo da guerra retratava Thaçi como um chefe mafioso à frente de um grupo envolvido em assassínios, tráfico de orgãos e de drogas. No fim da guerra Thaci formou o Partido Democrata do Kosovo (PDK), em que a maioria dos membros transitou do UCK.
 
A primeira pessoa a denunciar o alegado envolvimento de Thaçi no tráfico de orgãos foi Carla Del Ponte. Em 2008, a antiga procuradora do TPI para a ex-Jugoslávia publicou no livro "La Caccia" (A Caça) que, depois da guerra, o UCK raptou 300 sérvios do Kosovo e transportou-os para a aldeia de Gurre, na Albânia.
 
 
Nesta casa terão sido tirados os orgãos antes da execução dos prisioneiros. Os orgãos iam depois para o estrangeiro pelo aeroporto de Rinas.
 
A Human Rights Watch enviou uma carta ao primeiro-ministro Thaçi, em 2008, a solicitar-lhe a abetura de um inquérito, devido à gravidade dos factos denunciados por Carla Del Ponte.
 
 
A ministra da Justiça, Nekuibe Kelmendi, rejeitou as alegações, e afirmou que eram "fabricadas".
 

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