Folgo muito em ver que a revista Visão se distraiu e divulgou, na reportagem sobre Manuel Alegre, uma imagem do político com um grande socialista, estadista e professor catedrático português, Jorge Campinos, que os socialistas, principalmente os maçons, juraram apagar da memória colectiva.
E é um caso que conheço muito, muito de perto, pois estive em Belém (convidada por Maria Barroso quando era 1a Dama) a almoçar com a amiga Yvonne Campinos, viúva do malogrado jurista.
Jorge Campinos, nascido no Lobito (Angola), em 1937, foi um dos 12 fundadores do Partido Socialista em Paris. Quando esteve exilado, a Sorbonne dava-lhe a equivalência do curso português de Direito se ele prescindisse da nacionalidade portuguesa e adoptasse a francesa. Ele recusou, fez de novo o Curso na Sorbonne e ficou lá professor.
Foi deputado europeu do grupo socialista a partir de 1986, desempenhou funções governativas em Portugal, como Secretário de Estado e ministro, em diversos governos, e de deputado, em várias legislaturas. Além de deputado europeu foi Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional e Professor Catedrático da Universidade Nova de Lisboa. A morte precoce surpreendeu-o, em 1993, em consequência de um estranho acidente, em Moçambique.
Era amigo pessoal de Joaquim Chissano, um dos estadistas presentes numa conferência da UNESCO com o nome (e dedicada à obra) de Jorge Campinos, uma rara honra prestada apenas às mais destacadas figuras no plano internacional.
Claro que Mário Soares na altura desta conferência (teria de procurar nos meus arquivos para relembrar a data...), fez o favor de atrair sobre si todos os holofotes da ribalta , levou um grupo de jornalistas portugueses à Conferência, em Tenerife, e no dia seguinte ninguém sabia nada de Jorge Campinos, apenas da divulgação aos quatro ventos de proposta estapafúrdia de Soares de fazer uma espécie de Aliança Cultural entre as Canárias, Cabo verde e a Europa "durante uma conferência da UNESCO". É bom ter destacados amigos nos Media....o nome da conferência não apareceu em nenum jornal português...salvo a honrosa, mesmo que pequenina e torpedeada excepção do Tal e Qual de Rocha Vieira e de Jorge Morais.
Um dia perguntei a um juiz-conselheiro maçon porque é que não gostavam de Jorge Campinos (que considero brilhante, brilhante): ele, o senhor juiz maçon, atreveu-se a dizer-me que era uma questão de pele...que quando Jorge Campinos entrava numa sala...era uma questão de pele....de rejeição instintiva.
Eu acho que é uma questão de cobras que não gostam de ver pirilampos a brilhar.
No meu arquivo do Rotativas de
Quinta-feira, Março 09, 2006
Enviado às 16:05 por Maria João Carvalho está escrito:
Prémio O Mais Mal Educado e Pior Perdedor:
Mário Soares abandonou São Bento sem cumprimentar o novo presidente da República, Cavaco Silva.
Recusou-se a prestar quaisquer declarações aos jornalistas depois de ter abandonado o Parlamento, ao lado da mulher, Maria de Jesus Barroso, sem passar pelo Salão Nobre onde decorria a sessão de cumprimentos ao novo Presidente da República.
Mas acabou por ter um pequeno contratempo. No momento em que se dirigiu às escadas de saída, Maria Barroso ficou a falar com o ex-chefe de Estado de Moçambique Joaquim Chissano. Ele podia ter ficado a falar também, por exemplo, sobre o amigo de Chissano, o Professor Jorge Campinos, fundador do PS morto em Moçambique, mas que ele, Soares, apagou da memória pública.
Sozinho nas escadas, o candidato que ficou em terceiro lugar nas últimas presidenciais, com cerca de 14 por cento dos votos, pediu a um segurança pessoal para apressar a sua mulher.
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