Ontem celebrou-se um ano de luto e dor pelo sismo que fez mais de 80 mil mortos na China. Queimar incenso e papel que reproduz dinheiro fazem parte do ritual para lembrar os que ficaram sob as ruínas de Beichuan, a cidade arrazada que foi aberta excepcionalmente para servir de magro consolo aos que choram entes queridos.
O drama de 12 Maio 2008 é inesquecível.
Os pais dos alunos mortos, oficialmente 5.335, e na maioria filhos únicos, duvidam da fatalidade. Têm surgido acusações de má construção dos edifícios públicos, nomeadamente as escolas.
Zhu Wenxiu, Earthquake, mãe pesarosa, queixa-se:
"No ano que passou, todos os dias pensei no que terá acontecido. Não consegui trabalhar, não consegui ir a lado algum. Todas as noites, ao fechar os olhos, pensei no meu filho. Às vezes fico a chorar, a gritar até ser madrugada ."
As escolas ruiram às centenas, como em Beichuan. Fontes não oficiais referem 9000 mortos entre alunos e professores. Os pais denunciam negligências e contrafacções que se tornaram evidentes com o sismo.
Alojada provisoriamente, Mu Cuipin perdeu o filho único no liceu de Beichuan.
"Aceitamos que o sismo tenha uma parte de responsabilidade na destruição, mas gostávamos de saber a proporção de metal e cimento que foi aplicada nos cinco edifícios escolares. Mas o governo não faz isso por nós".
O sismo também provocou ferimentos em 300 mil pessoas, a maior parte, agricultores pobres. No centro de reabilitação da Cruz Vermelha em Deyang, 300 mutilados beneficiaram de próteses gratuitas, como Fu Cangyan, que estava a trabalhar na quinta quando foi apanhada pelo terramoto.
"Claro que é difícil, mas tenho de ser corajosa e enfrentar os desafios. As pessoas aqui incitam-me eeu tenho de fazer por ir em frente. Ninguém o pode fazer por mim."
É preciso coragem para refazer a vida e recontruir uma casa. O sismo provocou cinco milhões de desalojados. Muitas zonas afectadas estão isoladas pelas autoridades e muitos cadáveres ficaram soterrados.
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