Se as lágrimas do povo caiem
as balas do terror abatem
os gritos dos feridos sufocam
com tiros e loucura no ar
a ferida profunda alarga
logo que a memória abala
com a lógica do medo que mata.
Há corações que desfazem
horizontes dos que vêem
quem luta pelos que agem
morrendo até se perderem
neste mar que nos separa
e une numa tragédia
no coração, na lanterna
do amor que ilumina as cidades.
Cara de anjo, relatam
sobre um dos assassinos da esperança
15 anos? 18? Que importa?
Um em oito que entram e matam.
O luto rasga uma esperança
que a dor dos outros amansa
e nos impulsiona ao teatro
das operações de chegada
no migratório calvário
dos exilados da vida
do conforto e da mentira
dos sonhadores e mercadores
de sangue fresco
à nossa porta de entrada.
E agora?
Damos pés a quem os perdeu?
E mãos a quem nâo as tem?
Melodia a quem se foi
a caminho do além?
Um copo a quem não bebeu
se atirou ao chão e temeu
a angústia que nos tomou
como um aviso do céu?
Nada....silêncio e nada.
Uma fada pega nas almas
os técnicos nos restos de seres
as filas dos que fogem da guerra
estancam à ordem das bestas.
No país da flor de lis
no coração de Paris
o mundo perde outra vez.
É a minha humilde homenagem às vítimas em Paris e aos exilados da guerra
domingo, 15 de novembro de 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário