sábado, 14 de novembro de 2015

Boa noite, Paris, boa noite, Mundo!

É hora de dizer boa noite. Boa noite aos meus camaradas e amigos, em Paris. Boa noite aos sobreviventes, que não vão dormir por causa dos flashs dos acontecimentos com que o cérebro humano nos brinda, depois de súbitas situações de gravidade extrema e dos odores que não sentiram ainda, mas vão ser interiorizados e ressentidos daqui uns dias - a mente é lixada. Ao amigo do jovem Alexander, que tem a mão meio decepada - ainda não sabemos se foi amputado - aos desaparecidos (por identificar)....que devem estar no caminho da eternidade que se conquista com a morte e se interrompe com a vida...Boa noite aos técnicos forenses, aos médicos e demais pessoal dos serviços de emergência médica, que começam o turno da loucura, do peso do inimaginável. Boa noite aos bombeiros, aos condutores de viaturas funerárias, aos taxistas e motoristas do Uber e Drive, que ofereceram os seus serviços gratuitos aos fugitivos do horror. Boa noite aos residentes, que abriram a porta de suas casas a dezenas, muitas dezenas de pessoas em desespero. Boa noite, Paris. Boa noite, Mundo.

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