terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal lusonipon

Hoje é Dia de Natal. Fiz o presépio, acendi velas, fui à Missa do Galo - Natal não é Natal sem Missa do Galo e sem batismo dos mais novos nos Bombeiros Voluntários. Contei a história dos reis Magos à minha sobrinha "lusonipon" e fiz mesmo uma variaçãozinha e disse-lhe que um dos Reis Sábios, perdão, Magos, vinha do Império do Sol Nascente - aliás, ela achou absolutamente lógico porque havia um que não vinha de camelo...
Li as mensagens dos amigos no androide, no telemóvel velho português, no facebook e no gmail, mas nada mudou de ontem para hoje.
Fiz tudo, como a minha Yumiko que, no final da história, ainda cansada da distribuição dos presentes que o Pai Natal deixou antes de ela chegar, perguntou: "fiz tudo bem?".
Como uma mestre de cerimónias a quem não deve faltar um milímetro de chão ou céu na hora de dar valores. É o lado japonês. Como uma historiadora a quem não deve faltar a ligação do passado com o presente - lado português. E vice versa.  Afinal, somos todos tão iguais ou tão parecidos. Como reflexos de um espelho (não num, mas de um), com nuances, conforme a luz incida....
A  guerra civil na Síria continua a ferir-nos a alma, quanto mais a tentamos negligenciar. Ao mesmo tempo, os meus amigos da Bósnia lembram-se que o livro que pedi esteve esgotado e prometem-me a surpresa depois do Natal. Não sei que pense: Sarajevo, para mim, era passado e hoje está demasiado perto de Damasco.
O padre, este ano, falou muito de solidariedade, fome e crise.
No sábado passado, roubaram os telemóveis e carteiras de todo o grupo coral que cantava na Igreja e deixou os haveres na Sacristia.
O mundo não acabou mas está doente. Por mim, nunca acreditei em tretas, claro, mas pedi ao meu Jesus, de quem celebrámos o aniversário neste Dia: Por favor, Menino Jesus, dá-nos uma aministia. Esta humanidade transgressora, cruel, desvairada e perdida, precisa que lhe perdoem para começar de novo. Amnistia-a.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Jean-Baptiste Garon - Heroi Sem Tempo/Héros pressé






Morreu um dos pintores a quem acompanhei o percurso desde o seu início em Portugal: Jean-Baptiste Garon. Quis comprar-lhe uma obra, um dia, que me marcou para a vida, mas estava vendida: Salomé com a cabeça de São João na bandeja, história bíblica que foi tema para essa primeira exposição em  Buarcos. 
Jean-Baptiste tratava-me pour "Petite soeur".
Integrava o movimento PSL - Pintores Sem Limites e com companheiros como o Filinto, o Seixas Peixoto, o Mestre Mário Silva, viveu um dos períodos mais felizes da sua breve mas intensa vida. Comprei-lhe algumas obras, em fases melhores e piores, e, mesmo em França, tenho dois quadros dele na sala.  A sua última fase, de grande sofrimento com o mesmo tipo de cancro que matou a minha irmã, também sua amiga e companheira na Arte, foi marcante para todos os franceses que conheceram a sua obra em Montpellier. Foi surpreendente a adesão do público e dos responsáveis culturais à vista de 14 quadros surpreendentes. Muitos faziam alusão à violência da Festa Brava, muito apreciada no sul de França, muito bem retratada no quadro que serviu de apresentação no folheto da apresentação. Jean-Baptiste não questionava o mundo por causa do mal de que sofria, mas pelo mal de que sofria a humanidade e que fazia o homem ao próprio homem, a morte que, como garras nos sai das unhas e se afia em pescoços frágeis de crianças, já com os anjos a sorrirem com o mergulho para o Alto.  
O grito de Jean-Baptiste, não precisou da mais elementar palavra para se exprimir. Foi com um pincel que nos triturou o coração. 



trad: Pierre le Duff 
Un peintre dont j’ai accompagné le parcours depuis son commencement au Portugal est mort aujourd’hui : Jean-Baptiste Garon. Un jour, j’ai voulu acheté une de ses œuvres, qui m’a marquée à vie, mais elle était déjà vendue : Salomé avec la tête de Saint Jean sur un plateau, histoire biblique qui fut le thème de cette première exposition à Buarcos.
Jean-Baptiste m’appelait « Petite sœur ».
Il a intégré le mouvement PSL – Peintres Sans Limites et avec des camarades comme Filinto, Seixas Peixoto, le Maître Mario Silva, il a vécu l’une des plus belles périodes de sa vie courte mais intense. Je lui ai acheté quelques œuvres, à des périodes heureuses ou difficiles, et même en France, j’ai deux de ses tableaux dans mon salon. Sa dernière phase, de grande souffrance à cause du même type de cancer qui a emporté ma sœur  - elle aussi son amie partageant la même passion de l’art – fut marquante pour tous les Français qui ont connu son œuvre à Montpellier. L’adhésion du public et des responsables culturels fut toute aussi surprenante que ses 14 tableaux. Beaucoup faisaient allusion à la violence de la tauromachie, très appréciée dans le Sud de la France, et qui était très bien représentée dans le tableau utilisé pour la brochure de l’exposition. Jean-Baptiste n’interrogeait pas le monde à cause du mal dont il souffrait, mais à propos de celui qui ronge l’humanité et qui donne à l’homme son caractère humain, la mort qui, comme des griffes, nous sort des ongles pour s’affûter sur des cous fragiles d’enfants, avec les anges qui lui sourient déjà en plongeant dans l’au-delà.
Le cri de Jean-Baptiste n’avait pas besoin du moindre mot pour s’exprimer. C'était avec un pinceau que il nous a triturait le cœur.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Silent Night Revisited by Francis

http://www.youtube.com/watch?v=ynYXvlcJZb8

Silent Night Revisited by Francis Mann....lindo.

E eu lá estou de figurante...eh...eh... Feleiz Natal a todos, como diz o músico: in peace.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Miguel Pedreira dixit: "Ribeira d'eles?"


"RIBEIRA D'ELES?" - Artigo de Miguel Pedreira, na mais recente edição da revista OnFire - "Quanto vale uma boa ideia? (...) Até porque o assunto já levantou bastante polémica, alguma investigação de órgãos de comunicação social generalistas e até mesmo uma crónica no jornal Expresso da Procuradora-Geral Adjunta Maria José Morgado, uma das vozes mais activas no combate à corrupção em Portugal."

Por Miguel Pedreira

“Ribeira d’Eles?”
Quanto vale uma boa ideia?... Quanto valeriam, em 1970, as ruínas de uma determinada quinta, junto à Ria Formosa, no Algarve, quando o empresário André Jordan olhou para aquelas terras e visionou o seu potencial? Quanto valeria o mesmo pedaço de terra, doze anos depois, já designado como Quinta do Lago? E hoje? Quanto vale o património intangível de uma terra, de um país, da humanidade?... são perguntas que me assaltam de cada vez que penso na “tomada de posse administrativa” da Câmara Municipal de Mafra aos terrenos do Ribeira Surf Camp, em Ribeira d’Ilhas, que tanta polémica tem dado! Tudo “legal”, segundo a Câmara Municipal, “passando por cima da lei”, segundo os proprietários do Surf Camp. Do ponto de vista legal não posso nem sei pronunciar-me. Não tenho competência nem conhecimentos para isso. Confio no funcionamento regular das instituições competentes para o efeito e aguardo, como tantos outros, o desenrolar da situação. Até porque o assunto já levantou bastante polémica, alguma investigação de órgãos de comunicação social generalistas e até mesmo uma crónica no jornal Expresso da Procuradora-Geral Adjunta Maria José Morgado, uma das vozes mais activas no combate à corrupção em Portugal. Confio na justiça.

Mas do ponto de vista moral, e no que ao surf diz respeito, tenho (temos!) todo o direito de opinar, sugerir e até mesmo de exigir algumas respostas a questões que me (nos) preocupam! Não vivo no concelho de Mafra, mas como praticante de surf há trinta anos e jornalista da área há vinte, frequento as ondas da Ericeira desde que me lembro e preocupo-me com a sua “boa saúde”. Como qualquer surfista da área da Grande Lisboa que se preze, a Ericeira acabou por se tornar numa segunda casa. Profissionalmente acompanhei dezenas de campeonatos nas suas ondas, incluindo o primeiro mundial alguma vez realizado em Portugal, em 1989, a maior parte dos quais com a sua estrutura principal montada em Ribeira d’Ilhas. Esta localização privilegiada não foi escolhida ao acaso. A qualidade das ondas de Ribeira e a sua estrutura natural, em jeito de anfiteatro, são um palco lógico para albergar eventos de surf, conhecido desde, pelo menos, 1977, quando os surfistas de todo o país que ali acampavam durante o Verão decidiram organizar o primeiro campeonato nacional da modalidade, no final do mesmo. Com o passar dos anos, foi com alguma preocupação que assisti à descaracterização da vila, ao aumento exponencial da construção e à sua voracidade pelas áreas de terreno cada vez mais próximas do mar. Também me recordo do “episódio” do emissário submarino da ETAR que está no início do Vale de Santo Isidoro, mesmo por trás de Ribeira d’Ilhas, e de como o seu “encurtamento” transformou a secção final da onda. Ou seja, como qualquer cidadão que se preze, preocupei-me com uma localidade que, embora não seja onde resido, me é muito querida. Foi assim que me ensinaram a ser e é assim que entendo o conceito de “comunidade”, palavra tão cara à enorme quantidade de surfistas que, desde o final dos anos 1970 e até hoje, se mudaram para a Ericeira, de forma a poderem usufruir do maior tesouro do “North Shore” português – as suas ondas – com maior frequência. Dessa comunidade “estrangeira” nasceram negócios, carreiras, clubes, oportunidades de vida numa vila que deixou de ser apenas para dois ou três meses de Verão, e até o melhor surfista português de todos os tempos. Sinal de fertilidade daquelas águas!

Dessa comunidade nasceu também, há doze anos, um dos primeiros surf camps nacionais pensados de raiz. Com infra-estruturas criadas para receber condignamente os surfistas que se deslocavam à praia de Ribeira d’Ilhas, integrada na paisagem e  com uma preocupação ambiental como até então pouco se via. Acreditando num sonho, um grupo de quatro amigos, empreendedores, comprou (e repito, COMPROU!) um terreno particular (novamente, PARTICULAR!), em cima da praia, e transformou aquilo que era um autêntico pardieiro, uma verdadeira pocilga a céu aberto (para os que não têm memória curta e ainda se lembram!), num espaço agradável, onde famílias inteiras podiam estar despreocupadas, enquanto aproveitavam as ondas ali em frente, com a comodidade da “sala lá de casa”. Embora tivessem toda a legitimidade para fazer crescer ali um negócio privado (e sim, é suposto os negócios darem lucro. Não é um crime, é uma necessidade!), a verdade é que o Ribeira Surf Camp sempre foi um espaço aberto a todos os que ali fossem por bem, independentemente de serem ou não clientes, onde nunca vi alguém ficar sem uma prancha, um fato, um banho, uma refeição, um espaço para descansar ou uma mera dica que fosse, no que às condições do mar dissesse respeito. Em suma, um exemplo de ponto de encontro de uma comunidade! Foi este património imaterial ali criado que levou muitos clientes de todo o mundo a voltarem à Ericeira, a sugerirem o destino a amigos e a terem no Ribeira Surf Camp um ponto de referência. O “modelo” inspirou muitos outros Surf Camps e foi mesmo assumido pelo anterior Secretário de Estado do Desporto como referência para a concepção dos Centros de Alto Rendimento de Surf que estão agora a ser construídos. Foi também com base numa proposta dos sócios do Ribeira Surf Camp que o plano de pormenor do POOC para Ribeira d’Ilhas foi alterado e que a Câmara Municipal de Mafra apresentou a sua proposta actual, embora alterada em relação ao original e, por isso, para mim, megalómana e descabida na sua enormidade. Foi também a existência deste Surf Camp, com estas características, que contribuiu para que a organização Save The Waves atribuísse o estatuto de Reserva Mundial de Surf (a segunda no mundo e primeira na Europa) aquele trecho de costa da Ericeira, tendo em Ribeira d’Ilhas um ponto de convergência natural e no Ribeira Surf Camp um conjunto de pessoas que já agiam como guardiões naturais da mesma, qualidade intrínseca a uma boa formação pessoal e no âmbito de uma verdadeira comunidade. E volta a tal pergunta... Quanto é que vale uma boa ideia?

Do ponto de vista ético e moral, a “tomada de posse administrativa” dos terrenos onde se situa o Ribeira Surf Camp levanta-me imensas dúvidas! Pelo seu “timing”, apenas dois dias antes das férias judiciais e em plena época balnear, deixando centenas sem o seu habitual ponto de apoio; pela força claramente exagerada utilizada, com o encerramento da estrada e a presença de um número estranhamente elevado de elementos de três tipos de polícia diferentes, numa clara e prepotente demonstração de autoridade, embora o processo judicial não esteja terminado; pela inversão surpreendente das negociações com os proprietários, que obviamente não querem deixar de ter o seu negócio e, caso isso seja de facto incontornável, legitimamente não querem ser pagos abaixo do que investiram por um conceito/negócio onde investiram doze anos (já agora… quanto vale realmente essa ideia?...); pela abrangência do protesto subsequente – não me parece que todos os que frequentavam aquele Surf Camp, que são as mesmas pessoas que frequentavam a praia, estejam errados; e pela dualidade no posicionamento da Câmara, que diz querer melhorar as condições de apoio a pessoas que não foram sequer ouvidas, não querem ser “apoiadas” daquela forma e foram altamente prejudicadas desde o dia 30 de Julho. A expropriação de um terreno privado declarando a sua utilidade pública é o último recurso que uma instituição do Estado deve tomar, sobretudo quando os donos do terreno até querem utilizar verbas próprias para a utilização pública do seu negócio, ali implantado. E o que é “interesse público”? É retirar das mãos de privados um terreno com uma localização privilegiada, utilizar dinheiros públicos e comunitários (mais de 3 milhões de Euros, ao que parece!) para construir ali um autêntico “centro comercial do surf” – vejam o projecto – e depois concessionar a sua exploração novamente a privados?... que privados? Qual é a legitimidade disto e, já agora, o “interesse do público”? Quem é o “público” em Ribeira d’Ilhas? Mas já alguém tentou perceber se a estrutura da praia comporta os “milhares” de utentes que dizem querer servir com a “nova” estrutura? Já alguém explicou o que vai acontecer ao curso da ribeira que ali corre para o mar e que implicações a alteração do seu curso terá na formação das ondas? O exemplo da Foz do Lizandro (ou, noutro concelho, da Costa de Caparica!) não chega, com uma praia descaracterizada e igual a tantas outras por essa Europa fora? Será que não entendem que o que os turistas que nos visitam procuram é precisamente esse lado “pitoresco”, diferente e não uniformizado, diferente das centenas de praias por essa Europa fora, todas iguais entre si? Pelos vistos não, se olharmos para a forma como a Ericeira foi devorada por betão! Não deixa de ser curioso ler a acta, pública, da Assembleia Municipal que decretou a utilidade pública daqueles terrenos privados e verificar que, na mesma reunião, foi decretada a eventual alienação de terrenos públicos (uma parte do parque de campismo dos Mil-Regos) para a construção de um hotel de cinco estrelas… privado, claro! Tudo na maior das legalidades! E pergunto eu… precisamos nós de leis assim? E de políticos assim, que não entendem a mais valia que têm em mãos e preferem dar cabo dela? Ou será que entendem e tudo isto é feito com uma intenção específica?... será que estão a matar a “galinha dos ovos de ouro” propositadamente? Não quero acreditar! Espero que seja apenas falta de conhecimento…

Aguardo atentamente a actuação da justiça em relação a este caso, mas não me parecem óbvias as boas intenções da Câmara Municipal de Mafra neste assunto, no que ao surf diz respeito.  Não vejo o mesmo tipo de actuação, por exemplo, na Câmara Municipal de Peniche ou na da Nazaré. Muito pelo contrário! Estes autarcas sabem que o poder não é eterno e que o surf é a grande mais valia que ali têm. Não estou a ver a Câmara de Peniche, por exemplo, a tentar expropriar o Surf Castle ou a Ilha do Baleal inteira, mesmo que tivesse a possibilidade de utilizar milhões de Euros do QREN para obras de “melhoramento”. É a diferença que faz saber ouvir, escutar quem todos os dias está embrenhado no assunto em causa. E o que deixa Peniche completamente cheia de turistas/surfistas durante todo o ano.
Mas o que mais me entristece é a quase total ausência de tomada de posição pública de entidades que deviam ser as primeiras a fazê-lo! Salvo a meritória voz de três dos guardiões da Reserva Mundial de Surf e da Save the Waves Coalition, que mostraram estar em desacordo e atentos ao desenrolar da situação em Ribeira d’Ilhas, nenhum dos clubes locais – supostamente representantes dos principais interessados, da comunidade – tomou uma posição. Quem cala, consente! Até o nosso melhor surfista de todos os tempos – Tiago Pires – arranjou tempo para, no meio do seu calendário apertado, tornar pública a sua opinião sobre o assunto. Goste-se ou não dela, é pública! Porque Tiago sabe que é uma figura pública e que a sua voz é ouvida/desejada! Já o Ericeira Surf Clube e a Associação dos Amigos da Baía dos Coxos estão há mais de um mês para tomar uma posição, o que só revela que algo vai mal no reino da Ericeira!... afinal a comunidade parece pouco unida, ou se calhar a situação não é consensual... ou será que os clubes representam de facto toda a comunidade?... escudando-se atrás de um argumento falso – o de que se tratam de interesses privados – não entendem que o que está em causa é a sobrevivência do surf na Ericeira e do “North Shore” da Europa como Reserva Mundial de Surf! Toda esta situação diz respeito ao surf nacional, sim! (E aqui, também gostava de ver uma posição oficial assumida pela Federação Portuguesa de Surf, pela Associação Nacional de Surfistas e pela Associação Portuguesa de Bodyboard) Porque perante os factos, não há argumentos que resistam – a voracidade do betão só vai parar quando tiver toda a falésia Norte de Ribeira d’Ilhas construída e um condomínio de luxo em frente aos Coxos, com acesso privativo e exclusivo! E aí, meus amigos, como nos activos do país que estão a ser desbaratados em praça pública, será tarde demais! 

Está na hora de toda a comunidade das ondas se unir, de agir como tal e de dar um murro na mesa, exigindo clarificação, bom senso e ser ouvida no que respeita à Reserva Mundial de Surf, cujo real funcionamento está, até hoje, um ano depois de ter conquistado esse título, longe de ser claro. É a hora de nos unirmos e de tomarmos uma posição no que às nossas vidas diz respeito. Sim, porque isto diz-te tanto respeito a ti como a mim! E porque o preço a pagar pelo nosso não envolvimento com algo que nos é intrínseco é sermos liderados por outros, menos capazes e conhecedores do meio. E isso é insuportável, pois a ignorância é a pior das conselheiras. Está na hora de agir!
"RIBEIRA D'ELES?" - Artigo de Miguel Pedreira, na mais recente edição da revista OnFire - "Quanto vale uma boa ideia? (...) Até porque o assunto já levantou ba
stante polémica, alguma investigação de órgãos de comunicação social generalistas e até mesmo uma crónica no jornal Expresso da Procuradora-Geral Adjunta Maria José Morgado, uma das vozes mais activas no combate à corrupção em Portugal."

Por Miguel Pedreira

“Ribeira d’Eles?”


Quanto vale uma boa ideia?... Quanto valeriam, em 1970, as ruínas de uma determinada quinta, junto à Ria Formosa, no Algarve, quando o empresário André Jordan olhou para aquelas terras e visionou o seu potencial? Quanto valeria o mesmo pedaço de terra, doze anos depois, já designado como Quinta do Lago? E hoje? Quanto vale o património intangível de uma terra, de um país, da humanidade?... são perguntas que me assaltam de cada vez que penso na “tomada de posse administrativa” da Câmara Municipal de Mafra aos terrenos do Ribeira Surf Camp, em Ribeira d’Ilhas, que tanta polémica tem dado! Tudo “legal”, segundo a Câmara Municipal, “passando por cima da lei”, segundo os proprietários do Surf Camp. Do ponto de vista legal não posso nem sei pronunciar-me. Não tenho competência nem conhecimentos para isso. Confio no funcionamento regular das instituições competentes para o efeito e aguardo, como tantos outros, o desenrolar da situação. Até porque o assunto já levantou bastante polémica, alguma investigação de órgãos de comunicação social generalistas e até mesmo uma crónica no jornal Expresso da Procuradora-Geral Adjunta Maria José Morgado, uma das vozes mais activas no combate à corrupção em Portugal. Confio na justiça.

Mas do ponto de vista moral, e no que ao surf diz respeito, tenho (temos!) todo o direito de opinar, sugerir e até mesmo de exigir algumas respostas a questões que me (nos) preocupam! Não vivo no concelho de Mafra, mas como praticante de surf há trinta anos e jornalista da área há vinte, frequento as ondas da Ericeira desde que me lembro e preocupo-me com a sua “boa saúde”. Como qualquer surfista da área da Grande Lisboa que se preze, a Ericeira acabou por se tornar numa segunda casa. Profissionalmente acompanhei dezenas de campeonatos nas suas ondas, incluindo o primeiro mundial alguma vez realizado em Portugal, em 1989, a maior parte dos quais com a sua estrutura principal montada em Ribeira d’Ilhas. Esta localização privilegiada não foi escolhida ao acaso. A qualidade das ondas de Ribeira e a sua estrutura natural, em jeito de anfiteatro, são um palco lógico para albergar eventos de surf, conhecido desde, pelo menos, 1977, quando os surfistas de todo o país que ali acampavam durante o Verão decidiram organizar o primeiro campeonato nacional da modalidade, no final do mesmo. Com o passar dos anos, foi com alguma preocupação que assisti à descaracterização da vila, ao aumento exponencial da construção e à sua voracidade pelas áreas de terreno cada vez mais próximas do mar. Também me recordo do “episódio” do emissário submarino da ETAR que está no início do Vale de Santo Isidoro, mesmo por trás de Ribeira d’Ilhas, e de como o seu “encurtamento” transformou a secção final da onda. 
Ou seja, como qualquer cidadão que se preze, preocupei-me com uma localidade que, embora não seja onde resido, me é muito querida. Foi assim que me ensinaram a ser e é assim que entendo o conceito de “comunidade”, palavra tão cara à enorme quantidade de surfistas que, desde o final dos anos 1970 e até hoje, se mudaram para a Ericeira, de forma a poderem usufruir do maior tesouro do “North Shore” português – as suas ondas – com maior frequência. 

Dessa comunidade “estrangeira” nasceram negócios, carreiras, clubes, oportunidades de vida numa vila que deixou de ser apenas para dois ou três meses de Verão, e até o melhor surfista português de todos os tempos. Sinal de fertilidade daquelas águas!

Dessa comunidade nasceu também, há doze anos, um dos primeiros surf camps nacionais pensados de raiz. Com infra-estruturas criadas para receber condignamente os surfistas que se deslocavam à praia de Ribeira d’Ilhas, integrada na paisagem e com uma preocupação ambiental como até então pouco se via. Acreditando num sonho, um grupo de quatro amigos, empreendedores, comprou (e repito, COMPROU!) um terreno particular (novamente, PARTICULAR!), em cima da praia, e transformou aquilo que era um autêntico pardieiro, uma verdadeira pocilga a céu aberto (para os que não têm memória curta e ainda se lembram!), num espaço agradável, onde famílias inteiras podiam estar despreocupadas, enquanto aproveitavam as ondas ali em frente, com a comodidade da “sala lá de casa”. Embora tivessem toda a legitimidade para fazer crescer ali um negócio privado (e sim, é suposto os negócios darem lucro. Não é um crime, é uma necessidade!), a verdade é que o Ribeira Surf Camp sempre foi um espaço aberto a todos os que ali fossem por bem, independentemente de serem ou não clientes, onde nunca vi alguém ficar sem uma prancha, um fato, um banho, uma refeição, um espaço para descansar ou uma mera dica que fosse, no que às condições do mar dissesse respeito. Em suma, um exemplo de ponto de encontro de uma comunidade! Foi este património imaterial ali criado que levou muitos clientes de todo o mundo a voltarem à Ericeira, a sugerirem o destino a amigos e a terem no Ribeira Surf Camp um ponto de referência. O “modelo” inspirou muitos outros Surf Camps e foi mesmo assumido pelo anterior Secretário de Estado do Desporto como referência para a concepção dos Centros de Alto Rendimento de Surf que estão agora a ser construídos. Foi também com base numa proposta dos sócios do Ribeira Surf Camp que o plano de pormenor do POOC para Ribeira d’Ilhas foi alterado e que a Câmara Municipal de Mafra apresentou a sua proposta actual, embora alterada em relação ao original e, por isso, para mim, megalómana e descabida na sua enormidade. Foi também a existência deste Surf Camp, com estas características, que contribuiu para que a organização Save The Waves atribuísse o estatuto de Reserva Mundial de Surf (a segunda no mundo e primeira na Europa) aquele trecho de costa da Ericeira, tendo em Ribeira d’Ilhas um ponto de convergência natural e no Ribeira Surf Camp um conjunto de pessoas que já agiam como guardiões naturais da mesma, qualidade intrínseca a uma boa formação pessoal e no âmbito de uma verdadeira comunidade. E volta a tal pergunta... Quanto é que vale uma boa ideia?

Do ponto de vista ético e moral, a “tomada de posse administrativa” dos terrenos onde se situa o Ribeira Surf Camp levanta-me imensas dúvidas! Pelo seu “timing”, apenas dois dias antes das férias judiciais e em plena época balnear, deixando centenas sem o seu habitual ponto de apoio; pela força claramente exagerada utilizada, com o encerramento da estrada e a presença de um número estranhamente elevado de elementos de três tipos de polícia diferentes, numa clara e prepotente demonstração de autoridade, embora o processo judicial não esteja terminado; pela inversão surpreendente das negociações com os proprietários, que obviamente não querem deixar de ter o seu negócio e, caso isso seja de facto incontornável, legitimamente não querem ser pagos abaixo do que investiram por um conceito/negócio onde investiram doze anos (já agora… quanto vale realmente essa ideia?...); pela abrangência do protesto subsequente – não me parece que todos os que frequentavam aquele Surf Camp, que são as mesmas pessoas que frequentavam a praia, estejam errados; e pela dualidade no posicionamento da Câmara, que diz querer melhorar as condições de apoio a pessoas que não foram sequer ouvidas, não querem ser “apoiadas” daquela forma e foram altamente prejudicadas desde o dia 30 de Julho. A expropriação de um terreno privado declarando a sua utilidade pública é o último recurso que uma instituição do Estado deve tomar, sobretudo quando os donos do terreno até querem utilizar verbas próprias para a utilização pública do seu negócio, ali implantado. E o que é “interesse público”? É retirar das mãos de privados um terreno com uma localização privilegiada, utilizar dinheiros públicos e comunitários (mais de 3 milhões de Euros, ao que parece!) para construir ali um autêntico “centro comercial do surf” – vejam o projecto – e depois concessionar a sua exploração novamente a privados?... que privados? Qual é a legitimidade disto e, já agora, o “interesse do público”? Quem é o “público” em Ribeira d’Ilhas? Mas já alguém tentou perceber se a estrutura da praia comporta os “milhares” de utentes que dizem querer servir com a “nova” estrutura? Já alguém explicou o que vai acontecer ao curso da ribeira que ali corre para o mar e que implicações a alteração do seu curso terá na formação das ondas? O exemplo da Foz do Lizandro (ou, noutro concelho, da Costa de Caparica!) não chega, com uma praia descaracterizada e igual a tantas outras por essa Europa fora? Será que não entendem que o que os turistas que nos visitam procuram é precisamente esse lado “pitoresco”, diferente e não uniformizado, diferente das centenas de praias por essa Europa fora, todas iguais entre si? Pelos vistos não, se olharmos para a forma como a Ericeira foi devorada por betão! Não deixa de ser curioso ler a acta, pública, da Assembleia Municipal que decretou a utilidade pública daqueles terrenos privados e verificar que, na mesma reunião, foi decretada a eventual alienação de terrenos públicos (uma parte do parque de campismo dos Mil-Regos) para a construção de um hotel de cinco estrelas… privado, claro! 


Tudo na maior das legalidades! E pergunto eu… precisamos nós de leis assim? E de políticos assim, que não entendem a mais valia que têm em mãos e preferem dar cabo dela? Ou será que entendem e tudo isto é feito com uma intenção específica?... será que estão a matar a “galinha dos ovos de ouro” propositadamente? Não quero acreditar! Espero que seja apenas falta de conhecimento…

Aguardo atentamente a actuação da justiça em relação a este caso, mas não me parecem óbvias as boas intenções da Câmara Municipal de Mafra neste assunto, no que ao surf diz respeito. Não vejo o mesmo tipo de actuação, por exemplo, na Câmara Municipal de Peniche ou na da Nazaré. Muito pelo contrário! Estes autarcas sabem que o poder não é eterno e que o surf é a grande mais valia que ali têm. Não estou a ver a Câmara de Peniche, por exemplo, a tentar expropriar o Surf Castle ou a Ilha do Baleal inteira, mesmo que tivesse a possibilidade de utilizar milhões de Euros do QREN para obras de “melhoramento”. É a diferença que faz saber ouvir, escutar quem todos os dias está embrenhado no assunto em causa. E o que deixa Peniche completamente cheia de turistas/surfistas durante todo o ano.
Mas o que mais me entristece é a quase total ausência de tomada de posição pública de entidades que deviam ser as primeiras a fazê-lo! Salvo a meritória voz de três dos guardiões da Reserva Mundial de Surf e da Save the Waves Coalition, que mostraram estar em desacordo e atentos ao desenrolar da situação em Ribeira d’Ilhas, nenhum dos clubes locais – supostamente representantes dos principais interessados, da comunidade – tomou uma posição. Quem cala, consente! Até o nosso melhor surfista de todos os tempos – Tiago Pires – arranjou tempo para, no meio do seu calendário apertado, tornar pública a sua opinião sobre o assunto. Goste-se ou não dela, é pública! Porque Tiago sabe que é uma figura pública e que a sua voz é ouvida/desejada! Já o Ericeira Surf Clube e a Associação dos Amigos da Baía dos Coxos estão há mais de um mês para tomar uma posição, o que só revela que algo vai mal no reino da Ericeira!... afinal a comunidade parece pouco unida, ou se calhar a situação não é consensual... ou será que os clubes representam de facto toda a comunidade?... escudando-se atrás de um argumento falso – o de que se tratam de interesses privados – não entendem que o que está em causa é a sobrevivência do surf na Ericeira e do “North Shore” da Europa como Reserva Mundial de Surf! Toda esta situação diz respeito ao surf nacional, sim! (E aqui, também gostava de ver uma posição oficial assumida pela Federação Portuguesa de Surf, pela Associação Nacional de Surfistas e pela Associação Portuguesa de Bodyboard) Porque perante os factos, não há argumentos que resistam – a voracidade do betão só vai parar quando tiver toda a falésia Norte de Ribeira d’Ilhas construída e um condomínio de luxo em frente aos Coxos, com acesso privativo e exclusivo! E aí, meus amigos, como nos activos do país que estão a ser desbaratados em praça pública, será tarde demais!

Está na hora de toda a comunidade das ondas se unir, de agir como tal e de dar um murro na mesa, exigindo clarificação, bom senso e ser ouvida no que respeita à Reserva Mundial de Surf, cujo real funcionamento está, até hoje, um ano depois de ter conquistado esse título, longe de ser claro. É a hora de nos unirmos e de tomarmos uma posição no que às nossas vidas diz respeito. Sim, porque isto diz-te tanto respeito a ti como a mim! E porque o preço a pagar pelo nosso não envolvimento com algo que nos é intrínseco é sermos liderados por outros, menos capazes e conhecedores do meio. E isso é insuportável, pois a ignorância é a pior das conselheiras. Está na hora de agir!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Psicotécnicos que falham

A notícia sobre o crime da inspetora da PJ de 36 anos, confirma-me a certeza de que os exames psicotécnicos feitos aos candidatos que entraram nesta polícia não são, de todo, adequados. Aliás, muitos dos que passaram em todos os outros exames, chumbaram nestes ditos psicotécnicos. O tempo dá-me razão.
Uma das perguntas feitas aos candidatos é se estão prontos a abdicar dos seus princípios em nome da Polícia. Não são explicitados quais os princípios que têm de ser "atropelados". E têm alguns princípios os que esquecem a educação familiar e escolar em nome de uma qualquer instituição?


Também devem ser revistos os psicotécnicos apresentados em tribunal para fundamentarem casos de inimputabilidade. A maioria dos loucos e incapacitados continua à solta até matar alguém....





A inspetora da Polícia Judiciária (PJ) suspeita da morte de Filomena Gonçalves, avó do seu marido, vai ser ouvida hoje em tribunal. A mulher, de 36 anos, terá roubado uma arma das instalações da Polícia Judiciária do Porto e disparado 13 a 14 vezes sobre a mulher, de 82 anos, antiga comerciante no mercado municipal, numa altura em que ela  estava sozinha, em sua casa., na zona de Celas. Como não atendia o telefone, familiares e vizinhos deram o alarme.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Morte matada de O Figueirense



Quer-me parecer que a morte matada do Jornal Figueirense tem muito a ver com a gestão mal orientada do Grupo Amorim em relação ao Casino da Figueira. Começou por retirar o Nicola com a sua esplanada aos fiéis do Bairro Novo e acabou a cortar os laços da população não jogadora mas 'festeira'....eu, que ia às garraiadas do Casino, dancei rock nas matinés ao domingo, me mascarava nas festas de Carnaval e mostrei os meus primeiros vestidos de cocktail da bisavó no Casino e escapava, com os amigos de sempre, até aos shows mais adultos da velha boite do tempo dos velhos mitos...eu que cantei com o Zé António Bracourt no palco do Salão Nobre (onde atuava desde o Jardim Esciola João de Deus até â Festa de Finalista do Liceu)  e escrevi crónicas e mais crónicas no Figueirense, estou triste. Deixo mesmo um voto de pesar e de revolta neste espaço público pelo rumo que as coisas tomam. A continuação da presença do Casino na Figueira tem de ser discutida em solo neutro. O centro da cidade não pode ser desbaratado por quem rompe com a história da cidade e tão pouco dá em troca. O Grupo Amorim deve provar o contrário e passar a ser mais participativo. Se ninguém dá nada a ninguém porque é que só vai buscar o dinheiro dos jogadores sem retribuir à população?
Lembro ainda que o I Congresso Nacional de Jornalistas, que a organização a que eu presidia organizou, no Casino,coberto por todos os Media, no início da década de 90 foi feito com o patrocínio da Sociedade Figueira Praia...em 2012, os jornalistas e os leitores são tratados como empecilhos. Já antes, a autarquia e o Casino tinham feito o mesmo ao festival de Cinema e continuam a fazer o mesmo ao espólio do Zé Poeta sobre o mesmo. Depois acabaram com as salas, o piano bar... O dinheiro do jogo não pode ir para os mesmos bolsos de sempre. Os figueirenses estão desanimados e é quase Natal! 



O editorial que não queria fazer com a notícia que não queria dar
Editorial de 23.11.2012 do Jornal O Figueirense

A administração da empresa proprietária deste semanário comunicou-me a interrupção da publicação de «O Figueirense» no final do corrente ano, ou seja, o último número desta série será o de 28 de dezembro.
Entendi que não poderia deixar de o comunicar aqui, ainda que não me seja cómodo ser eu a fazê-lo, nem me sinta confortável por ficar associado ao encerramento de um semanário quase centenário.
Entendo que era minha obrigação fazer esta comunicação porque nem que tivesse apenas um leitor – a minha mulher… – era devida a explicação e o aviso prévio.
Ora eu tenho deveres para com os leitores, assinantes e colaboradores, e não posso esquecer todos aqueles que aqui anunciaram, ajudando à sustentabilidade da edição.
Pois cá está a notícia que não quera dar: a da morte anunciada de «O Figueirense» para 28 de dezembro!
Dir-me-ão que, como as pessoas, as publicações nascem e morrem e acrescentarão, citando o meu último editorial, que é a vida!
Será, mas ainda assim terá de haver uma razão.
A razão que me foi transmitida foi de natureza financeira. E eu só posso acreditar e só tenho razões para acreditar que a razão é financeira e, como sempre referi à administração, os números são números, não os discuto.
Mas que outra razão poderia ser?
Se acaso fosse a linha editorial, se se quiser, a linha dos meus editoriais, então teria bastado um sinal, um simples sinal, para que eu saísse espontânea, leal e imediatamente pela porta por onde entrei. Eu ando sempre com as chaves do carro no bolso…
Se acaso fossem as eleições autárquicas que por aí vêm, eu teria lembrado que passei por três eleições sem uma nota de reparo, nomeadamente nas autárquicas de há três anos, com elogio de ganhadores e perdedores e até público louvor de um dirigente distrital do Bloco.
Quero aliás referir aqui, expressa e formalmente, que eu só tenho uma agenda, qual seja, no plano jornalístico, a dos leitores e, como diretor, a do acionista.
Por isso, ao contrário do que me foi sugerido e até recomendado, me mantive afastado dos poderes vários, do convívio e dos afetos – exceto daqueles que já eram os meus, pois sou de fidelidades e da lealdade! – que um dia, inevitável e inelutavelmente, cobram ou, pelo menos, condicionam.
Agora, sim, vou andar por aí livre como o passarinho a que abriram a porta da gaiola…
As razões deste encerramento só podem ser, pois, as financeiras.
Como há não muito referiu Marcelo Rebelo de Sousa “já se deu a morte da imprensa regional e local e está a dar-se a morte acelerada da imprensa escrita”.
(Triste) sinal dos tempos.
Joaquim Gil - Diretor

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Foto do Glorioso Peninsular/Casino da Figueira


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Manuel Pina por Pepe em castelhano



MANUEL ANTONIO PINA 1943 - 2012
 "AMOR COMO EN CASA"
 
Vuelvo despacio a tu
sonrisa como quien regresa a casa. Hago
de cuenta que
no es nada conmigo. Distraido recorro
el camino familiar de saudade,
pequeñitas cosas me sujetan;
una tarde en un café, un libro. Despacio
te amo a veces de prisa,
mi amor, y a veces hago cosas que no debo,
retorno despacio a tu casa,
compro un libro, entro en
amor como en casa.
 
" EL MIEDO "
 
Nadie me robará algunas cosas,
ni sobre ellas sabréis transigir;
un pequeño muerto muere eternamente
en cualquier sitio de todo esto.
     Es su muerte que yo vivo eternamente
     quien quiere que yo sea y el sea.
     Mis palabras vuelven eternamente
     a esa muerte
     como, inmovil, al corazón de un fruto.
Seré capaz
de no tener miedo miedo de nada,
ni de algunas palabras juntas  ?

 Traducción de José Miguel Santolaya Silva 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dia dos Mortos

É o Dia dos Mortos
dos que plantámos
num diáfano céu
de obscuros véus
sagrados e puros
onde a mortalidade dos erros
não toca
mas onde também
o nosso beijo não chega.
É o Dia das Sortes
que os americanos
transformaram em abóboras....
dias sem norte
fósforos sem glórias.
Pfff

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Juros dos empréstimos bancários

Os juros dos empréstimos bancários:
que justificação têm e porque não deveríamos pagá-los?

por Juan Torres López [*]
Qualquer pessoa que tenha precisado de devolver um empréstimo sabe o que significam os juros na hora de pagá-lo. Um empréstimo recebido, por exemplo, a 7% ao ano suporia ter de devolver quase o dobro do capital recebido ao fim de dez anos.

Tanto é o peso dos juros acarretados pelos empréstimos que durante muito tempo considerou-se que cobrá-los acima de determinados níveis mais ou menos razoáveis era considerado não só um delito de usara como também uma acção imoral, ou inclusive um pecado grave que condenaria para sempre quem o cometesse.

Hoje em dia, contudo, quase todos os governos eliminaram essa figura delitiva e parece a toda gente natural que se cobrem juros legais de até 30% (isto é o que cobram neste momento os bancos espanhóis aos clientes que ultrapassam a sua linha de crédito) ou que haja países afundados na miséria não exactamente pelo que devem e sim pelo montante dos juros que hão de pagar.

Os países da União Europeia renunciaram a ter um banco central que os financiassem quando precisassem dinheiro e portanto têm que recorrer à banca privada. Em consequência, ao invés de financiarem-se a 0%, ou a um juro mínimo que simplesmente cobrisse os gastos da administração da política monetária, têm de fazê-lo e 4, 5, 6 ou inclusive a 15% em certas ocasiões. E isso faz com que a cada ano os bancos privados recebam entre 300 mil milhões e 400 mil milhões de euros em forma de juros (tenho, então, de explicar quem esteve e porque por trás da decisão de que o Banco Central Europeu não financiasse os governos?),

Os economistas franceses Jacques Holbecq e Philippe Derudder demonstraram que a França teve de pagar 1,1 mil milhões de euros em juros desde 1980 (quando o banco central deixou de financiar o governo) até 2006 para fazer frente à dívida de 229 mil milhões existente nesse primeiro ano (Jacques Holbecq e Philippe Derudder,La dette publique, une affaire rentable: A qui profite le système?, Ed. Yves Michel, París, 2009). Ou seja, se a França houvesse sido financiada por um banco central sem pagar juros teria poupado 914 mil milhões de euros e a sua dívida pública seria hoje insignificante.

Na Espanha verificou-se o mesmo. Nós já pagámos, por conta dos juros (227 mil milhões no total desde então), três vezes a dívida que tínhamos em 2000 e apesar disso ainda continuamos a dever o dobro do que devíamos nesse anos (Yves Julien e Jérôme Duval, España: 
Quantas vezes teremos de pagar uma dívida que não é nossa? ). Eduardo Garzón calculou que se um baco central houvesse financiado os défices da Espanha desde 1989 até 2011 a 1%, a dívida agora seria também insignificante, de 14% do PIB e não de quase 90% (Situação do cofres públicos se o estado espanhol não pagasse juros de dívida pública) .

E o curioso é que este juros que os bancos cobram às pessoas, às empresas ou aos governos e que lastram continuamente a sua capacidade de criar riqueza não têm justificação alguma.

Poder-se-ia entender que alguém cobrasse um determinado juro quando concedesse um empréstimo a outro sujeito se, ao fazê-lo, renunciasse a algo. Se eu empresto a Pepe 300 euros e isso me impede, por exemplo, de passar um fim de semana de férias com a minha família poderia talvez justificar-se que eu lhe cobrasse um juro pela renúncia que faço das minhas férias. Mas não é isso o que acontece quando um banco empresta.

O que a maioria das pessoas não sabe, porque os banqueiros encarregam-se de dissimular e de que não se fale disso, é que quando os bancos emprestam não estão a renunciar algo porque, como dizia o Prémio Nobel da Economia Maurice Allais, o dinheiro que emprestam não existe previamente e, na verdade, é criado ex nihilo, ou seja, do nada.

O procedimento é muito simples e o explicamos, Vicenç Navarro e eu, no nosso livro
Los amos del mundo. las armas del terrorismo financiero (p. 57 e seguintes):
Capa de 'Los amos del mundo'."Suponhamos que Pedro se deixa convencer por um banqueiro e deposita os 100 euros de que dispõe num banco, em troca do recebimento de um juro de 4% ao ano. Nesse momento, o banco faz duas anotações no seu balanço, que é o livro onde regista suas contas:

- Por um lado, anota que tem 100 euros como um activo (os activos são os bens ou direitos sobre outros possuídos por alguém) e, mais concretamente, em dinheiro metálico entregue por Pedro.

- Por outro, anota que tem um passivo (os passivos são as obrigações de alguém) de 100 euros, uma vez que esse dinheiro é na realidade do Pedro e terá que ser devolvido no momento em que ele o reclame.

Ao ser feito este depósito tão pouco mudou a quantidade de dinheiro na economia. Continua a haver 100 euros, ainda que agora estejam fisicamente em outro lugar, na caixa do banco.

Agora suponhamos que outra pessoa, Rebeca, precisa de 20 euros e vejamos o que acontece na economia se Pedro lhe empresta essa quantia ou se for o banco que o faz.

Se Pedro tem 100 euros e dá 20 em empréstimo a Rebeca a quantidade dinheiro existente na economia continua a ser a mesma: 100 euros, só que agora 20 estão no bolso da Rebeca e 80 continuam no de Pedro. O empréstimo entre particulares não alterou a quantidade dinheiro total ainda que produza um efeito importante: Pedro renunciou a poder gastar uma parte do seu dinheiro, os 20 euros que emprestou a Rebeca.

Mas o que acontece se não for Pedro quem dá um empréstimo de 20 euros à Rebeca e sim o banco?

Rebeca irá certamente atemorizada à agência bancária a perguntar-se se o senhor banqueiro lhe fará o favor de concedê-lo. Mas o banqueiro não tem dúvida: desde que recebeu o depósito de Pedro está a pensar que este, com toda a segurança, não vai retirar de repente a quantidade depositada, de modo que se deixar uma parte desses 100 euros depositado para atender aos seus reembolsos e encontrar outra pessoa que deseje um crédito pode fazer um bom negócio desde que lhe cobre mais do que os 4%.

Quando Rebeca chega ao seu banco, o banqueiro esfrega as mãos e, ainda que certamente disfarce para dissimular quem faz o favor a quem, conceder-lhe-á a seguir o empréstimo desejado de 20 euros a uma taxa certamente superior a 4%, digamos que a 7%.

Suponhamos que lhe põe essa quantia à sua disposição num depósito em seu nome e que lhe entrega alguns cheques ou um cartão com os quais pode utilizá-lo.

Quanto dinheiro há na economia no momento em que se concedeu o referido crédito?

Como a imensa maioria das pessoas pensa que o dinheiro é simplesmente o dinheiro legal, responderá que continua a haver 100 euros. Mas se entendemos que o dinheiro é o que é, ou seja, meios de pagamento, veremos claramente que há mais: Pedro pode fazer pagamentos com o seu livro de cheques no valor de 100 euros e Rebeca pode gastar os 20 euros que lhe deram de empréstimo. Portanto, desde o próprio momento em que se tornou efectivo o empréstimo, na economia há 120 euros em meios de pagamento. Não foram criadas nem moedas nem papel-moeda (continua a existir no valor de 100 euros) mas sim meios de pagamentos a que chamamos dinheiro bancário no valor desses 20 euros".
É assim que os bancos criam dinheiro a partir do nada quando dão um empréstimo. O banco cria dinheiro na medida em que cria dívida, mas o certo é que esta também se cria a partir do nada: simplesmente anotando o banco no activo do seu balanço que os 100 euros que Pedro havia depositado convertem-se agora em 80 mantidos na caixa e 20 num empréstimo concedido a Rebeca e que esta se obriga a devolver. Se não fosse assim, se o dinheiro que os bancos criam não nascesse do nada, a quantidade de dinheiro não poderia aumentar, uma vez que um bilhete ou uma moeda não se podem reproduzir a partir de si mesmos.

E se soubermos estas coisas tão simples já poderemos responder à pergunta do título: como se justifica que os bancos cobrem juros quando concedem empréstimos e por que não deveríamos pagá-los?

A resposta é clara: não há nenhuma justificação e não deveríamos pagá-los porque procedem de dinheiro criado do nada. Se os pagamos é só porque os banqueiros têm um privilégio exorbitante que nos impõem graças ao seu enorme poder.

Uma agência pública poderia criar esses meios de pagamento sem ânimo de lucro e sem nenhum custo, simplesmente controlando para que se mantenha a proporção adequada entre actividade económica e meios de pagamento.

Mas quando a criação de dinheiro é convertida no negócio da banca, é lógico que esta o cria sem cessar, promovendo a maior geração de dívida possível. A banca privada tende assim a aumentar a circulação monetária sem necessidade, artificialmente, e sem que ao mesmo esteja a aumentar a circulação de activos reais (porque isto obviamente não está ao seu alcance).

Está é a razão para que aumente tanto a dívida e não a de vivermos acima das nossas possibilidade ou de se gastar muito em educação ou saúde, como nos dizem sempre.

Já sabemos portanto o que é preciso fazer para que a economia funcione muito melhor: acabar com o privilégio da banca e impedir que possa criar dinheiro a partir do nada aumentando a dívida.

Outro dia explicarei a forma alternativa como poderia funcionar perfeitamente o sistema bancário sem que os banqueiros desfrutem deste privilégio que nos arruína constantemente.

23/Outubro/2012
[*] Professor catedrático do Departamento de Teoria Económica na Universidade de Sevilha.

O original encontra-se em 
http://juantorreslopez.com/ 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Europa a duas velocidades: Portugal à frente e França atrás


Pergunta que enviei para a UE através do Portal UE


O Estado pode permitir aos privados, franceses e espanhois, terem cisternas de combustível enterradas nos jardins, para aquecimento, sem verificar, ao longo dos anos, se têm fissuras? É o caso de uma cisterna que, há três dias, verte combustível e afeta todas as casas. provocando vómitos, palpitações e dor de cabeça. Em Portugal só às empresas se permite tal coisa. E não há em França, como em Portugal, uma polícia como a ASAE, que fiscaliza tudo o que tem a ver com higiene e saúde pública? Por exemplo, eu trabalho numa redação com alcatifa que nunca é lavada e já sofremos duas pulverizações contra as pulgas enquanto fazíamos as notícias. Nada disto parece normal. Também não parece normal os restaurantes e demais estabelecimentos abertos ao público, incluindo centros comerciais, e instituições francesas não terem wc para serviço dos utentes. Há uma Europa onde se cumpre e outra que passa ao lado de todos os princípios básicos da nossa civilização europeia?
Agradeço que me respondam com uma certa urgência, já que o problema do fuel subterrâneo se arrasta há três anos e piorou com esta nova fuga, intoxicando todos à passagem.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Erasmus festeja 25 anos

A Visão apresenta testemunhos sobre o Erasmus. O da minha filha Marta está "delicioso"


Marta Beja, Liverpool, Psicologia, 2003

sábado, 20 de outubro de 2012

Homenagem a Manuel Pina, Poeta Vivo

Dou-te o meu poema, Manel, um....
---
É simples poetar como se o mundo
de gente com auréolas de espuma
e bolinhas gordas a fazerem balão e
a dizerem "sim quero"
distorcem a realidade
o mundo fazer de conta que sim
que o quotidiano não é nada de mais
se fizermos como a pastilha elástica
e planearmos um mundo de nim e sal:
nim para zen
e sal para acordar das mágoas divinalmente
que os balões rebentam
quando se desvanecem no horizonte.

Poetar brilhantemente o manto roto
em que tropeço, absorta e tonta,
como se o mundo fosse meu
e um corvo lembrasse num repente
que nim não é nem não nem sim
e que para zen
o sal greta as vagens.
O mundo exige histórias
e a alma da escriba inscrita nas viagens...------------------------------------------

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Uma carta pertinente e pública


Joaquim Amaro
Urbanização Quinta João de Ourém, Lote 8- 2.º Direito
8700-132 Olhão


                                   
                                               Exmo. Senhor
                                               Doutor Miguel Macedo
Ministro da Administração Interna
Praça do Comércio
                                               1149-015 Lisboa

Registada c/ Aviso de Receção

                                                                               Olhão,25/09/2012

Senhor Ministro,

Com os meus cumprimentos, dirijo-me a V. Excelência verberando as suas recentes declarações que transcrevo:

“Portugal é um País com muitas cigarras e poucas formigas”

Esta sua afirmação leva-me a concluir que o Senhor Ministro por ignorância ou desconhecimento, não sabe interpretar o sentido da fábula da cigarra e da formiga.

Eu explico:

As formigas são a maioria dos Portugueses que o Senhor ofendeu com a sua infeliz afirmação, que trabalham (aqueles que têm trabalho) e levam para casa uns míseros trocos para o sustento das suas famílias.

Para que o Senhor Ministro meça no futuro as suas palavras, não resisto a contar-lhe a fábula como eu a conheço:

Aqui vai, nasci no longínquo ano de 1939 numa freguesia rural do Alentejo.
Sou filho de um camponês que tinha mais cinco descendentes, sendo eu o mais velho.

A formiga era o meu pai que trabalhava de sol a sol (assim como uma grande parte dos portugueses).

Ouso perguntar-lhe: O Senhor Ministro alguma vez na sua vida ouviu cantar o galo? Eu disse galo, não disse cigarra, essa certamente já a ouviu, porque elas só cantam com o sol em pleno.

Era precisamente à hora que os galos cantavam no verão entre as 4,30 horas e as 5,00 da manhã que ele se levantava para ir trabalhar. Levava no alforge um bocado de pão, azeitonas, toucinho ou chouriço, quando o havia e iniciava mais um dia de calvário calcorreando cerca de 2 léguas a pé para chegar à Quinta de São Pedro, onde trabalhava.

Chegado ali, dirigia-se às cavalariças para aparelhar as mulas, dar-lhes de beber e alguma ração e em seguida iniciava os trabalhos consoante a época do ano e que consistiam, em lavrar e arar a terra, semear, mondar, ceifar, debulhar as sementes e muitos outros serviços inerentes à atividade agrícola.

O Senhor Ministro antes de dizer aquelas “palermices” tem consciência do que é estar à boca de uma debulhadora ou a ceifar sob o tórrido sol do Alentejo? Eu respondo por si; não tem porque o Senhor nasceu em berço de ouro.

Quando o sol desaparecia no horizonte, no verão cerca das 21,00 horas, dirigia-se às cavalariças, desaparelhava o gado, dava-lhes água, palha e ração e regressava a casa, muitas vezes debaixo de grandes intempéries (isto no inverno, como é óbvio), atravessando ribeiras e trilhando caminhos cheios de lama, muitas vezes às escuras e com um feixe de lenha às costas para os filhos se aquecerem no inverno. Ceava qualquer coisa e deitava-se mais morto do que vivo, porque muitos dias não conseguia dormir com as dores que sentia no corpo.

O Senhor imagina o que é fazer este ritual todos os dias do ano, praticamente sem um dia de descanso a não ser no dia de festa da aldeia, sim, porque neste tempo não havia feriados, nem fins-de-semana.

Tudo isto para trazer para casa uma jorna de 105 escudos por semana, correspondente a 7 dias a 15 escudos diários.

 Depois do meu pai chegar a altas horas da noite a minha mãe ia à mercearia do Sr. Silvério, pagar o avio da semana para poder trazer o outro para a semana seguinte, porque se não o fizesse não havia seguinte.

O Senhor Ministro comeu alguma vez pão com 8 dias ou mais?

Com certeza que não porque o Senhor nunca comeu o pão que o diabo amassou, como diz o povo do qual se arvora em defensor.

O Senhor alguma vez ouviu falar nas cadernetas de racionamento?

Certamente pensará que estou a ironizar. Não estou não senhor. Não se trata de uma caderneta de cromos era um livrinho que foi distribuído às famílias para controlar o consumo a que estavam autorizados e obrigados ao tempo.

Sabe o Senhor Ministro o que é que esta formiga amealhou durante os anos em que viveu e tanto se sacrificou? Eu digo-lhe, miséria e fome, tal como alguns milhões que o senhor infelizmente apelida de cigarras.

Sabe qual foi a escolaridade dos meus irmãos? Nenhum chegou à 4.ª classe, porque tiveram que ir guardar porcos e trabalhar no campo para minorar a pobreza do agregado familiar.

Agora espero que tenha compreendido na verdadeira aceção da palavra, o papel da formiga, comento o papel da outra interveniente na fábula.

A cigarra é o Senhor que está no governo e muitos outros que por lá têm passado que conduziram o País à miséria e quase à bancarrota, arvorando-se em defensores dos desprotegidos e dos mais pobres, que são afinal as únicas vítimas da crise e dos desmandos que os senhores estão a praticar e praticaram.

A cigarra são os senhores bem-falantes que estão na Assembleia da República, com bons vencimentos, mordomias e privilégios que ninguém tem, que se intitulam defensores do povo. Qual povo, qual carapuça, os senhores são é defensores dos “tachos” quando aí estão e quando saem para a vida privada. Afirmam muitos que para servir o País e a bem de Portugal, estão a perder dinheiro.

Como tenho pena dos “coitados”. Porque não experimentam viver com o salário mínimo nacional durante uns anos? Porque não têm a reforma só aos 65 anos como a maioria dos portugueses, aqueles que apelidam de cigarras?

A cigarra leva a vida a cantar é o que vocês fazem tentando adormecer os portugueses. Cuidado que eles estão a despertar e o feitiço pode voltar-se contra o feiticeiro e de repente o tapete desaparece debaixo dos vossos pés e ainda podem vir a ser responsabilizados pelo mal que têm feito a este triste País.

Levam uma vida faustosa e de luxúria com bons carros, motoristas, grandes banquetes e sabe-se lá mais o quê e ainda têm o descaramento de chamar “cigarras” aos desgraçados que têm espoliado escandalosamente, contrariando inclusive a própria Constituição da República. Os Senhores foram mandatados para nos governar, não para nos “desgovernar”.

Sabe o Senhor Ministro porque temos muitas cigarras e poucas formigas, eu explico:

Porque os senhores são muitos e para cúmulo mandaram quase um milhão de formigas para o desemprego e para a miséria. Foram os senhores e os vossos antecessores, que mercês das vossas políticas desastrosas acabaram com o aparelho produtivo do País.

Foram os políticos que estiveram nos sucessivos governos que, escudados na obrigatoriedade de cumprirem diretivas emanadas da União Europeia, acabaram com a agricultura, com as pescas e outras atividades que eram o sustentáculo da produção nacional ao ponto de não sermos mais autossuficientes em alguns produtos.

O Senhor Ministro lembra-se ou alguma vez viu os campos verdejantes do Alentejo cobertos de trigo, cevada, grão, milho e outros cereais? Lembra-se de campos cobertos de papoilas e malmequeres?

Sabe o que vejo atualmente nesses campos outrora verdejantes e cultivados?

Vejo-os ao abandono e desertificados.

Triste realidade a que nos conduziram. Houve evolução depois do 25 de Abril, houve sim senhor. O País melhorou em muitos aspetos; melhorou sim senhor. Piorou noutros; piorou.

Deixou de haver respeito e palavra de honra, não se respeitam as autoridades, as instituições, os professores, os mais velhos e quanto à palavra de honra à gente que não sabe o seu significado, incluindo os políticos do seu governo que hoje dizem uma coisa e amanhã outra. Diz-se que navegam à vista, eu, diria navegam ao sabor das correntes, isto é, dos seus interesses.

É por causa das vossas políticas que as empresas abrem falência diariamente e são mandados para o desemprego milhares de portugueses que vão engrossar o número das “cigarras”.

O mais grave é que teimosamente os senhores não reconhecem os vossos erros.

A seu tempo o Imperador Napoleão Bonaparte censurou um dos seus generais de brigada e disse-lhe o seguinte:

“Junot o mal não está no erro, está na persistência do erro”

Este recuou na sua estratégia. Os senhores também recuam para depois investirem de forma mais austera, tendo sempre como destinatários os mais desfavorecidos e aqueles que trabalham.

Em suma, sempre os mesmos.

Dizem as cigarras estar preocupadas com a justiça, com a corrupção, com a fuga ao fisco e muito mais. O Dr. Paulo Morais, sabe e disse-o na televisão e numa entrevista no Correio da Manhã, onde está instalada a corrupção. Porque não lhe perguntam?

Certamente que ele vai colaborar e eu também, dizendo que estão instalados na Assembleia da República que é afinal o centro de todas as decisões.

Os lobby’s e os interesses instalados não abdicam dos seus privilégios e assim torna-se muito difícil tomar medidas estruturais.

Os problemas de Portugal além de estruturais são económicos. Se não produzimos, não exportamos e diminuímos o consumo interno.

Diminuindo o consumo interno asfixiamos o mercado nacional e somos obrigados a importar, fator que implica o agravamento da nossa balança comercial.

Deixo estas apreciações aos senhores economistas que tudo sabem, mas, que raramente estão em sintonia com as causas com que nos debatemos.

 Não vou alongar-me mais Senhor Ministro, apesar de ter muito para lhe dizer. Quando assisto aos debates na Assembleia da Republica, quase sempre nas vossas interpelações, oiço alguns gracejos, pelo que não devo bater-lhe mais, para não o deixar cheio de nódoas negras, mais, do que aquelas que já tem com a sua atuação que espero em breve ver julgada pelos portugueses.

O Senhor Ministro sabe a tristeza que eu sinto, quando perpasso o olhar pelo hemiciclo e oiço os senhores falarem em sacrifícios que os portugueses precisam de fazer para sair da crise e vejo um grupo de “emproados e anafados deputados”, defendendo as suas damas e acusando-se uns aos outros. Sim porque a culpa é sempre dos outros.

Senhor Ministro depois de ter ofendido a maioria dos portugueses que o elegeram, sugiro-lhe que se demita ou apresente a todos as suas desculpas, dizendo que as suas palavras foram deturpadas e foram reproduzidas fora de contexto? Aliás o final da sugestão é o que normalmente acontece quando os governantes metem “a pata na poça” como diz o povo. Reconhecer os erros é humildade, precisamente o contrário de arrogância.

Ouso perguntar-lhe se já viu a foto da menina que na manifestação de 19 do corrente junto ao Palácio de Belém, está a abraçar um polícia e que está a correr mundo nas redes sociais?

Se ainda não viu; veja que é elucidativa. Espero que o pobre coitado não seja castigado, pois, apesar de ter muita vontade, não esboçou sequer um sorriso apesar de a garota ser linda e muito ternurenta.

Penso que o elucidei sobre a verdadeira essência da fábula acima descrita para que não cometa mais “argoladas”

Reitero os meus cumprimentos,


 .

Joaquim Amaro
B.I. 1346083


 Nota - Esta carta respeita as normas do novo acordo ortográfico.

COM CONHECIMENTO: Aos Grupos Parlamentares do P.S.D. / P.S. / C.D.S./P.P. / P.C. / B.E. E P.E.V..
                                                 




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Drogas psicadélicas ou de homem para Homem



Eu gostava imenso de tomar LSD em substituição da minha seretonina natural, cerebral. Dizem que nos põe a milhas da lógica e do pensamento que não reconstruimos sozinhos. Género: potencia os neurotransmissores. Ás vezes... demais.
O canal franco-alemão ARTE está a dar um documentário sobre o assunto e coloca os cogumelos alucinogénios ao mesmo nível que o LSD para curar dores de ADF, agudas, nevrálgicas e crónicas, apenas suportáveis depois de duas botijas e meia de oxigénio.
A questão é que não posso tomar, logicamente, LSD.
Não por medo da lei, não receio sanções apesar de lhe seguir os princípios.
Mas por medo de mim e do que um potenciador da seretonina possa fazer com as recordações de guerra que guardei, enterradíssimas nos cantos mais obscuros do meu sotão de neurónios.
A CIA, o Pentágono, o exército norte-americano e britânico deram aos soldados o produto para estudar as consequências da obra feita no terreno. É doentio.
Os serviços secretos consideraram que as drogas psicadélicas potenciavam desde a resolução de equações à planificação de obras. Estimularam a criação com alucinogénios como a mescalina tal como um catalizador social.
A questão é que os delírios e os suicídios se sucederam.
Os estudos cientificos dos alucinogénios terminaram, nos Estados Unidos, em 1965, Oficialmente.
Os problemas aliados aos testes continuaram no Canadá, por um cientista canadiano. nas últimas décadas. Os membros da equipa venderam a droga em papel embebido no mercado internacional. Nunca mostraram remorsos.
Em Zurique, estudam-se agora os efeitos da atividade cerebral modificada. Fazem-se cartas cerebrais como mapas da estrada. Continuam, é claro, a fazer-se em plena trip com a seretonina a ativar na base do cérebro. Chegaram à conclusão que o trabalho com os esquizofrénicos lhes tem sido benéfico.
Ninguém quer saber das experiências das alucinações dos "janados". Na altura dos pesadelos, das "más trip's", os cientistas não aparecem e os médicos das urgências não têm ideia daquilo que enfrentam.
A angústia dos objetos da experiência não é alvo de nenhuma limitação legal: é enquadrada no caso das depressões causadas por psicóticos pi... antipsicóticos, quiça...
As substâncias são perigosas e os pacientes ou aventureiros podem ficar presos dessas más viagens.
A paranoia e o delirio destes viajantes fechados em si para sempre, foi encerrada no diagnóstico dos psicóticos. Ninguém se lembrou de criminalizar os cientistas que fizeram destas pessoas cobaias.

Pobre país sem lei, nem eira nem beira...

Em relação ao meu post de ontem, nem de propósito: na pausa de almoço fui a casa e "zappei" a tv enquanto fazia o almoço. A pobre mulher de um condenado a 23 anos de prisão por ter morto o pai (na sequência das desavenças em partilhas) falava do estigma que sofre, com toda a família, em Vila Verde, Chaves. Depois de um bocadinho, para minha surpresa, a "entrevistadora" Júlia não lhe perguntava nada sobre o recurso ou sobre o processo...não...só o espetáculo da desgraça de quem sofre "a prisão do lado de fora".
Pois, por aquilo que ouvi, Carlos e Isabel queixaram-se repetidamente à GNR e à PJ de violência doméstica e ameaças de morte por parte do irmão e do pai (cunhado e sogro da mulher do réu), no tempo que durou a contenda familiar e antecedeu o drama.
Numa das situações, Carlos sofreu, pelas mãos do irmão - vários ferimentos causados por arma branca; noutra situação a GNR apreendeu várias armas de fogo ao pai. 
Nada disto serviu de atenuante perante o magistrado que condenou Carlos a uma pena de prisão de 23 anos na sequência de novo ataque do pai, quando vinha do campo com uma foice na mão e, a quente, se defendeu e, surpreendido viu o atacante cair a sangrar.
Não compreendo. Por mais voltas que dê, não compreendo como é que múltiplas queixas de violência doméstica comprovadas não servem de atenuante num caso evidente de autodefesa.
É assim que vão terminar todos os casos de violência doméstica em Portugal enquanto os congeges ou filhos dos legisladores não sofrerem na pele o mesmo estigma? A mesma violência?
Pobre do meu país...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O estado da justiça (na Figueira e em Portugal)

Que a crise afeta tudo, é um dado adquirido. Mas que o Estado português imponha aos magistrados a libertação de assaltantes toxicodependentes sem tratamento (que roubam diariamente para a dose), gangues de ciganos com cadastro, "mitras", menores, fugidos à escola e às famílias" que servem de batedores aos ladrões, etc...é uma violação das mais elementares normas de segurança. 
É também uma frustração para os agentes que arriscam diariamente a vida para os apresentar no tribunal, com as devidas provas ou apanhados em flagrante delito.
Não cabe na cabeça do mais irresponsável legislador que um meliante que encoste uma arma à cabeça de uma jovem (no segundo assalto da semana), seja libertado pela segunda vez com a obrigação de se apresentar à polícia todas as semanas. Se ele vai a tribunal duas vezes por semana, para que raio deve apresentar-se na esquadra?
As pessoas sáo obrigadas a vender o ouro por causa das necessidades financeiras, sim, mas também porque não o podem usar como outrora. É isso ou fechá-lo num cofre do banco.
Sera que se eu fizer uma arma de defesa com álcool e malaguetas, um gás pimenta caseiro para atrapalhar os meliantes e lhes bater com uma tranca na cabeça terei que indemnizar alguém? Responder em tribunal? Serei presa?
Claro que isto só se passa em Portugal. Aqui em Ecully, Lyon, há câmaras de vigilância em todos os postes de luz e -desde que não seja apanhada por um gangue em peso, não há ladrão que se atreva a ser identificado na rua.Há coisas piores, é certo, radicais salafistas que fazem uns estágios no Iémen e na Somália para estarem a postos para colocar umas bombas quando a ordem vier. São 400 ativos e uns 20 mil adormecidos...
Mas o que me choca em Portugal, e na Figueira da Foz em particular, é que, com os assaltos que tem havido diariamente, com as marcas de garrafas vazias, escritos nas caixas de eletricidade e camisolas penduradas nos portões, a polícia se abstenha de prender os vigias antes dos assaltos por saber que o tribunal, alegremente e como se nada fosse, os solta. Assim como liberta violadores e pedófilos durante a eternidade em que se sucedem os recursos dos processos, e enquanto recolhem as provas dos abusadores, já condenados por violência doméstica, para prolongar por mais de um ano, a instrução de processos que, em muitos casos não se chegam a julgar por causa da morte anunciada das vítimas.
O estado da justiça em Portugal é lamentável e tem de ser levado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, já que os sucessivos governos acham que não é politicamente correto construirem prisões ou manterem os corrécios dentro, mas consideram aceitável manter pedófilos condenados a mais de uma dezena de anos com uma bracelete, em casa e em festas mundanas a dar entrevistas...e até consideram aceitável nem sequer os condenarem a penas pesadas de detenção.
A Figueira tem sido uma montra do inexplicável laxismo das autoridades portuguesas. Não há fechadura nem corrente que vede a entrada aos vadios do sistema. Não há ameaça não há proteção. E é tempo que alguém decida resolver o problema, é tempo que os cidadãos invoquem o direito à cidadania, se reunam, exijam a proteção que lhes é devida, se entreajudem clamando pela responsabilidade dos eleitos a quem mandataram para gerir a autarquia, a região, o país.
Caso contrário as coisas vão acabar muito mal.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Cansaço de mar alto



Doem as mãos de esforçar dedos
e os tendões de abrasamento de puxão
o salto de ponta de pé, sem empurrão.
o sopro, o beijo o encosto
- que é aquele toque sem abraço
mas de bom gosto,
e o arco do braço ao céu
um modo de dizer adeus,
que os sorrisos diligentes envergonham
e reduzem a simples risos
porque os sonhos sonham-se
e os tímidos minimizam-se.
Somos nós os grandes
e os que se eternizam.

Os milagres não são o que parecem
mas não os temos visto..

--

O meu Amor é um barco

 sem capitão

 vagueia de encontro às vagas

 em vão.

 Parte-se de absurdo

...
 solta-se mudo

 do estrondo desta água

 que destroça
 afoga

 e de manhã é Mar Chão.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Para ti, Pilar, e para nós, figueirenses



notícia de Jorge Lemos em O Figueirense


Mural de Fernando Ledesma homenageia o pai, o poeta salmantino José Ledesma Criado
Depois de em 2007 ter inaugurado a Praceta Ledesma Criado (sul da Esplanada Silva Guimarães), a Câmara Municipal da Figueira da Foz promoveu uma homenagem ao poeta salmantino. O evento incluiu a apresentação de um mural criado pelo filho do poeta, o artista plástico Fernando Ledesma, também ele um amigo e visitante frequente desta cidade.
“Quis dignificar um pouco mais o espaço com um trabalho que representa três símbolos muito importantes para mim, o fogo, a água e o ar”, disse Fernando Ledesma apresentado a barca construída com azulejos e ferro, um dos materiais de eleição do artista. Ao centro, de sob a construção de uma pomba da paz, o perfil de «Pepe» Ledesma.
Para António Tavares, vereador da Cultura, o mural encerra “valores essenciais” que Ledesma Criado procurou divulgar ao longo da sua vida.
“O Pepe era um homem formidável, com uma paixão muito grande pela cidade e que sempre soube misturar o encanto de Salamanca com a beleza da Figueira da Foz”, disse por seu lado João Ataíde para quem o mural agora inaugurado “representa o espírito ibérico e a relação de espontaneidade entre Salamanca e a Figueira da Foz”.
Segundo o presidente da Câmara da Figueira, José Ledesma Criado e a sua família “são os grandes embaixadores de Salamanca na Figueira da Foz”.
Recorde-se que José Ledesma Criado (1926-2005), nascido em Salamanca, estabeleceu a partir de 1962 uma relação profunda com a Figueira da Foz, onde permaneceu por largos períodos. Este verdadeiro “embaixador cultural da comunidade espanhola”, também professor universitário e advogado, publicou em vida cerca de duas dezenas de livros de poesia e deixou inúmeras crónicas espalhadas pela imprensa, incluindo a figueirense.

Um livro («Creio no mar e nas suas Margens»), uma exposição (espólio cultural), uma serenata (Rua dos Banhos, n.º 13, sob a varanda da casa da família Ldesma) e dois momentos de declamação de poemas (por Alfredo Pérez Alencart e Manuela Azevedo) construíram em setembro de 2009 uma noite cultural de homenagem a José Ledesma Criado.
O «Pepe» – como era mais conhecido entre os muitos amigos em quem deixou saudades – juntou no Casino Figueira (responsável pela homenagem) portugueses e espanhóis, figueirenses e salmantinos, na recordação de uma figura que não reconheceu fronteiras e que, pela poesia, recriou as margens da sua própria existência, acarinhando uma Ibéria que (o) compreendia e que não o esquece.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Resmas de Observatórios .....além das Fundações

Observatório do medicamentos e dos produtos da saúde
Observatório nacional de saúde
Observatório português dos sistemas de saúde
Observatório da doença e morbilidade (...se só para a saúde são 3 para a doença 1 é pouco!!!)

Observatório vida
Observatório do ordenamento do território
Observatório do comércio
Observatório da imigração
Observatório para os assuntos da família
Observatório permanente da juventude
Observatório nacional da droga e toxicodependência
Observatório europeu da droga e toxicodependência
Observatório geopolítico das drogas (...mais 3 !!!)
Observatório do ambiente
Observatório das ciências e tecnologias
Observatório do turismo
Observatório para a igualdade de oportunidades
Observatório da imprensa
Observatório das ciências e do ensino superior
Observatório dos estudantes do ensino superior
Observatório da comunicação
Observatório das actividades culturais
Observatório local da Guarda
Observatório de inserção profissional
Observatório do emprego e formação profissional (...???)
Observatório nacional dos recursos humanos
Observatório regional de Leiria(...o que é que esta gente fará ??)
Observatório sub-regional da Batalha (...deve observar o que o de Leiria deveria fazer ??)
Observatório permanente do ensino secundário
Observatório permanente da justiça
Observatório estatístico de Oeiras (...deve ser para observar o SATU !!!)
Observatório da criação de empresas
Observatório do emprego em Portugal (...este é mesmo brincadeira !!!)
Observatório português para o desemprego (...este deve ser para "espiar" o anterior !!!)
Observatório Mcom
Observatório têxtil
Observatório da neologia do português(...importante para os acordos "Brasilaicos-Portuenses" e mudar a Estória deste Brasilogal !!!)
Observatório de segurança
Observatório do desenvolvimento do Alentejo (...este deve ser para criar o tal deserto do Sr. "jamé" !!!)
Observatório de cheias (...lol...lol...)
Observatório das secas (...boa...)
Observatório da sociedade de informação
Observatório da inovação e conhecimento
Observatório da qualidade dos serviços de informação e conhecimento(...mais 3 !!!)
Observatório das regiões em reestruturação
Observatório das artes e tradições
Observatório de festas e património
Observatório dos apoios educativos
Observatório da globalização
Observatório do endividamento dos consumidores (...serão da DECO ??)
Observatório do sul Europeu
Observatório europeu das relações profissionais
Observatório transfronteiriço Espanha-Portugal (...o que é estes fazem ???)
Observatório europeu do racismo e xenofobia
Observatório para as crenças religiosas (...gerido pelo Patriarcado com dinheiros públicos ???)
Observatório dos territórios rurais
Observatório dos mercados agrícolas
Observatório dos mercados rurais (...espetacular)
Observatório virtual da astrofísica
Observatório nacional dos sistemas multimunicipais e municipais (...valha-nos a virgem !!!)
Observatório da segurança rodoviária
Observatório das prisões portuguesas
Observatório nacional dos diabetes
Observatório de políticas de educação e de contextos educativos
Observatório ibérico do acompanhamento do problema da degradação dos povoamentos de sobreiro e azinheira (lol...lol...)
Observatório estatístico
Observatório dos tarifários e das telecomunicações (...este não existe !!! é mesmo tacho !!!)
Observatório da natureza
Observatório qualidade (...de quê??)
Observatório quantidade (...este deve observar a corrupção descarada)
Observatório da literatura e da literacia
Observatório nacional para o analfabetismo e iliteracia
Observatório da inteligência económica (hé! hé!! hé!!!)
Observatório para a integração de pessoas com deficiência
Observatório da competitividade e qualidade de vida
Observatório nacional das profissões de desporto
Observatório das ciências do 1º ciclo
Observatório das ciências do 2º ciclo (...será que a Troika mandou fechar os do 3º, 4º e 5º ciclos)
Observatório nacional da dança
Observatório da língua portuguesa
Observatório de entradas na vida activa
Observatório europeu do sul
Observatório de biologia e sociedade
Observatório sobre o racismo e intolerância
Observatório permanente das organizações escolares
Observatório médico
Observatório solar e heliosférico
Observatório do sistema de aviação civil (...o que é este gente fará ??)
Observatório da cidadania
Observatório da segurança nas profissões
Observatório da comunicação local(...e estes ???)
Observatório jornalismo electrónico e multimédia
Observatório urbano do eixo atlântico (...minha nossa senhora !!!)
Observatório robótico
Observatório permanente da segurança do Porto (e se em cada cidade fosse criado um?)
Observatório do fogo (...que raio de observação !!)
Observatório da comunicação (Obercom)
Observatório da qualidade do ar(o Instituto de Meteo e Geofisica não faz já isto ???)
Observatório do centro de pensamento de política internacional
Observatório ambiental de teledetecção atmosférica e comunicações aeroespaciais (...este é bom !!! com o nosso desenvolvimento aero-espacial !!!)
Observatório europeu das PME
Observatório da restauração
Observatório de Timor Leste
Observatório de reumatologia
Observatório da censura
Observatório do design
Observatório da economia mundial
Observatório do mercado de arroz
Observatório da DGV
Observatório de neologismos do português europeu
Observatório para a educação sexual
Observatório para a reabilitação urbana
Observatório para a gestão de áreas protegidas
Observatório europeu da sismologia (...o Instituto de Meteo e Geofisica não faz isto também ???)
Observatório nacional das doenças reumáticas
Observatório da caça
Observatório da habitação
Observatório Alzheimer
Observatório magnético de Coimbra


Pergunta: O que é que toda esta gente observa? Tornou o País melhor??? ( G.O.)