Maria João Carvalho com Sophie Desjardin para a euronews
Os israelitas assistem impotentes, há duas semanas, à vacilação do regime com que contavam e em que se apoiavam na região. Confidencialmente o primeiro-ministro terá pedido aos aliados europeus e americanos para apoiarem Mubarak, mas discretamente.
Publicamente, Netanyaou lembrou que "a paz entre Israel e o Egito tem três décadas e é seu objectivo assegurar a continuidade destas relações".
Desde o início da contestação no Egito que Israel se angustia e isso tem sido evidente nos Media do país. A manchete do Haaretz, ontem, assinalava" Um novo Médio Oriente", refirindo o aumento do perigo.
O Egito é o país árabe que tem mais população. Foi o primeiro a assinar, em 1979, a paz com Israel, terminando com 30 anos de guerra entre os dois países. A Jodânia só o fez em 1994, depois dos acordos de Oslo. Mas Israel nunca conseguiu fazer o mesmo com os outros vizinhos árabes.
E mesmo a boa vontade de Oslo se perdeu com inúmeros obstáculos entre israelitas e palestinianos.
Apesar da boa vontade do Egito, sempre num autêntico ballet diplomático entre os dois e, mesmo, a desempenhar o papel de bombeiro.
Com a chegada do Hamas ao poder, em 2006, Israel depositou todas as esperanças no Cairo, que não se poupou a esforços - apesar das relações de amizade entre o Hamas e os Irmãos Muçulmanos, a irmandade que, no Egito, defende um estado islâmico.
E é essa eventualidade que o estado hebreu teme.
Esta antiga organização islâmica inspirou muitos movimentos radicais islâmicos em todo o mundo, defende a aplicação da lei islâmica e afirma que o Islão é a solução.
Neste contexto, a nomeação de Omar Souleiman como vice-presidente tranquilizou um pouco Israel, que o conhece bem de várias acções de reforço da segurança contra o Hamas. Se vier a substituir Mubarak o poder será assegurado e, com ele, a estabilidade.
Um antigo embaixador de Israel no Egito analisa:
"Se isto for verdade, se os generais dirigirem o país, não vislumbro quaisquer mudanças nas relações entre Israel e o Egito. Os generais do regime estão comprometidos com a paz, com as relações com os americanos e com o Ocidente. Mas a questão que se coloca é: o que acontecerá depois das eleições?".
É difícil saber em que resultará a revolta popular no Egito: o desconhecido provoca o medo. Com o Hezbollah a destabilizar o Líbano e a Turquia a afastar-se, Israel receia o isolamento.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Ayman Nour: pai da terceira via para o Egito
O pai da terceira via para o Egito (inspirado em Blair), o antigo advogado, Ayman Nour, é uma figura emblemática de oposição laica no Egipto.
Fundou e lidera o partido liberal El-Ghad, desde 2004. Teve apenas 8% mas conseguiu um segundo lugar, apesar da maioria de Mubarak. Fustigou a política do regime, incapaz de erradicar o desemprego.
Tem um programa eleitoral de 1200 páginas assente na liberalização económica e na luta política contra a corrupção.
Está com a multidão, que se expressa nas ruas do Cairo, e repete a a mensagem de necessidade de reforma sócio-política.
"A nossa mensagem é esta: que parta. Queremos que o presidente Mubarak parta. Já não o suportamos, a ele e ao regime. O povo egípcio não quer este sistema. Mubarak fechou as portas a qualquer mudança pacífica".
Para o líder, o regime está na reta final. Antes do black out à nformação, Ayman Nour deu à euronews uma opinião sobre a saída da crise:
"Com todas as formações e as forças políticas de todas as facções faremos assembleias populares como alternativa ao parlamento para compensar das fraudes eleitorais legislativas e presidenciais."
Em 2005, Ayman Nour foi condenado a cinco anos de prisão, acusado de um delito de falsificação de documentos na legalização do partido i El-Ghad, (amanhã, em árabe), alegadamente na recolha de assinaturas. A mulher de então, Gaamela Ismail continuou a liderar os protestos contra o regime de Mubarak e pela sua libertaçao.
Diabético, foi libertado por razões de saúde em Fevereiro de 2009, mas continua sem poder apresentar-se às eleições presidenciais, previstas para o próximo mês de setembro.
Fundou e lidera o partido liberal El-Ghad, desde 2004. Teve apenas 8% mas conseguiu um segundo lugar, apesar da maioria de Mubarak. Fustigou a política do regime, incapaz de erradicar o desemprego.
Tem um programa eleitoral de 1200 páginas assente na liberalização económica e na luta política contra a corrupção.
Está com a multidão, que se expressa nas ruas do Cairo, e repete a a mensagem de necessidade de reforma sócio-política.
"A nossa mensagem é esta: que parta. Queremos que o presidente Mubarak parta. Já não o suportamos, a ele e ao regime. O povo egípcio não quer este sistema. Mubarak fechou as portas a qualquer mudança pacífica".
Para o líder, o regime está na reta final. Antes do black out à nformação, Ayman Nour deu à euronews uma opinião sobre a saída da crise:
"Com todas as formações e as forças políticas de todas as facções faremos assembleias populares como alternativa ao parlamento para compensar das fraudes eleitorais legislativas e presidenciais."
Em 2005, Ayman Nour foi condenado a cinco anos de prisão, acusado de um delito de falsificação de documentos na legalização do partido i El-Ghad, (amanhã, em árabe), alegadamente na recolha de assinaturas. A mulher de então, Gaamela Ismail continuou a liderar os protestos contra o regime de Mubarak e pela sua libertaçao.
Diabético, foi libertado por razões de saúde em Fevereiro de 2009, mas continua sem poder apresentar-se às eleições presidenciais, previstas para o próximo mês de setembro.
Editoria:
Clima e política,
crise,
Egito,
Mediterrâneo,
países árabes
sábado, 29 de janeiro de 2011
"Milonga de Jacinto Chiclana" de Borges e Piazzola
O ideal é por a correr o poema enquanto se inicia a viola...fica lindo ao mesmo tempo, Borges acompanhado à guitarra, que se tem que colocar no nível mais baixo de saída de som....
Coro "Ildebrando Pizzetti" dell'Università di Parma - "Milonga de Jacinto Chiclana"
Milonga de Jacinto Chiclana de Borges
Me acuerdo, fue en balvanera,
En una noche lejana,
Que alguien dejó caer el nombre
De un tal jacinto chiclana.
Algo se dijo también
De una esquina y un cuchillo.
Los años no dejan ver
El entrevero y el brillo.
¡quién sabe por qué razón
Me anda buscando ese nombre!
Me gustaría saber
Cómo habrá sido aquel hombre.
Alto lo veo y cabal,
Con el alma comedida;
Capaz de no alzar la voz
Y de jugarse la vida.
(recitado)
Nadie con paso más firme
Habrá pisado la tierra.
Nadie habrá habido como él
En el amor y en la guerra.
Sobre la huerta y el patio
Las torres de balvanera
Y aquella muerte casual
En una esquina cualquiera.
Sólo dios puede saber
La laya fiel de aquel hombre.
Señores, yo estoy cantando
Lo que se cifra en el nombre.
Siempre el coraje es mejor.
La esperanza nunca es vana.
Vaya, pues, esta milonga
Para jacinto chiclana.
Milonga de Jacinto Chiclana de Piazzola:
Milonga interpretada pelo Quarteto Zupay...
Coro "Ildebrando Pizzetti" dell'Università di Parma - "Milonga de Jacinto Chiclana"
Milonga de Jacinto Chiclana de Borges
Me acuerdo, fue en balvanera,
En una noche lejana,
Que alguien dejó caer el nombre
De un tal jacinto chiclana.
Algo se dijo también
De una esquina y un cuchillo.
Los años no dejan ver
El entrevero y el brillo.
¡quién sabe por qué razón
Me anda buscando ese nombre!
Me gustaría saber
Cómo habrá sido aquel hombre.
Alto lo veo y cabal,
Con el alma comedida;
Capaz de no alzar la voz
Y de jugarse la vida.
(recitado)
Nadie con paso más firme
Habrá pisado la tierra.
Nadie habrá habido como él
En el amor y en la guerra.
Sobre la huerta y el patio
Las torres de balvanera
Y aquella muerte casual
En una esquina cualquiera.
Sólo dios puede saber
La laya fiel de aquel hombre.
Señores, yo estoy cantando
Lo que se cifra en el nombre.
Siempre el coraje es mejor.
La esperanza nunca es vana.
Vaya, pues, esta milonga
Para jacinto chiclana.
Milonga de Jacinto Chiclana de Piazzola:
Milonga interpretada pelo Quarteto Zupay...
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Lindo Amuo
Manuela Azevedo, Clã, e Fernanda Takai, Pato Fu, armaram-se em gueishas e proporcionam-nos esta suavidade:
Letra:
Vejo que estás mais crescida
Já dobras a frustração
Bates com a porta ao mundo
Quando ele te diz não
Envolves o teu espaço
Na tua membrana ausente
Recuas atrás um passo
Para depois dar dois em frente
Amuar faz bem
Amuar faz bem
Ficas descalça em casa
A fazer a tua cura
Salva por um bom amuo
De fazer má figura
Amanhã o mundo inteiro
Vai perguntar onde foste
E tu dizes apenas
Que saíeste, viajaste
Amuar faz bem
Amuar faz bem
Nada como um bom amuo
Apenas um recuo quando nada sai bem
E depois voltar
Como se nada fosse
E reencontrar o lugar
Guardado por um bom amuo
Letra:
Vejo que estás mais crescida
Já dobras a frustração
Bates com a porta ao mundo
Quando ele te diz não
Envolves o teu espaço
Na tua membrana ausente
Recuas atrás um passo
Para depois dar dois em frente
Amuar faz bem
Amuar faz bem
Ficas descalça em casa
A fazer a tua cura
Salva por um bom amuo
De fazer má figura
Amanhã o mundo inteiro
Vai perguntar onde foste
E tu dizes apenas
Que saíeste, viajaste
Amuar faz bem
Amuar faz bem
Nada como um bom amuo
Apenas um recuo quando nada sai bem
E depois voltar
Como se nada fosse
E reencontrar o lugar
Guardado por um bom amuo
Importância geoestratégica do Egito
Os egípcios já não têm medo dos faraós nem do Estado de exceção, em vigor há 30 anos.
Até janeiro deste ano, nada ameaçava a continuidade de Hosni Mubarak (mas a revolta crescia há quatro anos) e agora, os compatriotas dizem-lhe, de cara descoberta que largue o poder a que se agarrou em 1981.
O presidente, de 82 anos, dirige com mão de ferro este país de 82 milhões de habitantes, o mais povoado do mundo árabe, e principalmente, um federador político.
Em 2005 Mubarak tentou ganhar alguma legitimidade democrática quando ganhou as primeiras eleições multipartidárias.
Militar, como Anwar Sadat, o antecessor assassinado em 1981 por radicais islâmicos, Mubarak tem o apoio do Exército, por isso a situação egípcia se diferencia da tunisina, onde o ditador deposto não tinha apoio militar - aliás, tinha decapitado a chefia do exército com um acidente de helicóptero em que morreram os chefes das três armas).
Em novembro passado, as eleições legislativas voltaram a dar uma esmagadora maioria ao partido do presidente, o Partido Nacional Democrata.
Mas a frágil saúde de Mubarak alimenta o rumor da sucessão do filho, Gamal Mubarak, nas presidenciais de setembro de 2011.
Gamal Mubarak, de 47 anos, ocupa um posto dominante no partido Nacional Democrata, onde ganhou uma importância repentina, não tem o apoio do Exército e é muito impopular e contestado. É suspeito, pelo menos, de um homicídio.
Foi gestor do bank of America e foi o inspirador da liberalização económica iniciada em 2004, no Egito.
Proscrito mas tolerado pelo regime, o movimento dos Irmãos Muçulmanos não promoveu nem participou nos protestos, até hoje.
No entanto, Essam a o-Arian, porta-voz do grupo islâmico alerta:
"Já tínhamos avisado que fechar as portas, falsear as eleições, eleger a dedo os líderes dos sindicatos, impedir aos estudantes de eleger livremente os representantes, ia criar uma situação que acabaria por explodir. "
O Cairo é um parceiro económico estratégico de Washington desde a assinatura dos Acordos de Paz de Camp David entre Israel e Egito, em 1978.
Em troca do reconhecimento do Estado de Israel, uma estreia no mundo árabe, o Egito recebeu milhares de milhões de dólares de Washington, desejoso de preservar o regime em nome da estabilidade geo-estratégica.
Até janeiro deste ano, nada ameaçava a continuidade de Hosni Mubarak (mas a revolta crescia há quatro anos) e agora, os compatriotas dizem-lhe, de cara descoberta que largue o poder a que se agarrou em 1981.
O presidente, de 82 anos, dirige com mão de ferro este país de 82 milhões de habitantes, o mais povoado do mundo árabe, e principalmente, um federador político.
Em 2005 Mubarak tentou ganhar alguma legitimidade democrática quando ganhou as primeiras eleições multipartidárias.
Militar, como Anwar Sadat, o antecessor assassinado em 1981 por radicais islâmicos, Mubarak tem o apoio do Exército, por isso a situação egípcia se diferencia da tunisina, onde o ditador deposto não tinha apoio militar - aliás, tinha decapitado a chefia do exército com um acidente de helicóptero em que morreram os chefes das três armas).
Em novembro passado, as eleições legislativas voltaram a dar uma esmagadora maioria ao partido do presidente, o Partido Nacional Democrata.
Mas a frágil saúde de Mubarak alimenta o rumor da sucessão do filho, Gamal Mubarak, nas presidenciais de setembro de 2011.
Gamal Mubarak, de 47 anos, ocupa um posto dominante no partido Nacional Democrata, onde ganhou uma importância repentina, não tem o apoio do Exército e é muito impopular e contestado. É suspeito, pelo menos, de um homicídio.
Foi gestor do bank of America e foi o inspirador da liberalização económica iniciada em 2004, no Egito.
Proscrito mas tolerado pelo regime, o movimento dos Irmãos Muçulmanos não promoveu nem participou nos protestos, até hoje.
No entanto, Essam a o-Arian, porta-voz do grupo islâmico alerta:
"Já tínhamos avisado que fechar as portas, falsear as eleições, eleger a dedo os líderes dos sindicatos, impedir aos estudantes de eleger livremente os representantes, ia criar uma situação que acabaria por explodir. "
O Cairo é um parceiro económico estratégico de Washington desde a assinatura dos Acordos de Paz de Camp David entre Israel e Egito, em 1978.
Em troca do reconhecimento do Estado de Israel, uma estreia no mundo árabe, o Egito recebeu milhares de milhões de dólares de Washington, desejoso de preservar o regime em nome da estabilidade geo-estratégica.
Editoria:
Crise países árabes,
crise política,
Mediterrâneo,
Norte África,
revolta
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Cartão de Cidadão
No portal do Cidadão está o enquadramento do que é o cartão de cidadão e para que serve. Verifica-se que é publicidade enganosa, pois um número ainda indeterminado de eleitores não conseguiu votar nas presidenciais ou teve "de andar de Herodes para Pilatos". O Executivo de Sócrates, tão brilhante nestes socratex's e simplex's vai indemnizar os cidadãos? Como será que vai reparar isto?
"O Cartão de Cidadão é um documento de cidadania.
Como documento físico, permite ao cidadão identificar-se presencialmente de forma segura.
Como documento tecnológico, permite-lhe identificar-se perante serviços informatizados e autenticar documentos electrónicos.
O Cartão de Cidadão é um projecto dinamizador da modernização da Administração Pública.
Na sua dimensão agregadora, junta num só documento as chaves indispensáveis ao relacionamento rápido e eficaz dos cidadãos com diferentes serviços públicos.
O Cartão de Cidadão é um projecto amigo do desenvolvimento tecnológico.
Na sua vertente digital, promove o desenvolvimento das transacções electrónicas dando-lhes a segurança da autenticação forte e da assinatura electrónica."
"O Cartão de Cidadão é um documento de cidadania.
Como documento físico, permite ao cidadão identificar-se presencialmente de forma segura.
Como documento tecnológico, permite-lhe identificar-se perante serviços informatizados e autenticar documentos electrónicos.
O Cartão de Cidadão é um projecto dinamizador da modernização da Administração Pública.
Na sua dimensão agregadora, junta num só documento as chaves indispensáveis ao relacionamento rápido e eficaz dos cidadãos com diferentes serviços públicos.
O Cartão de Cidadão é um projecto amigo do desenvolvimento tecnológico.
Na sua vertente digital, promove o desenvolvimento das transacções electrónicas dando-lhes a segurança da autenticação forte e da assinatura electrónica."
Editoria:
cartão de cidadão,
cidadania,
Governo,
Portugal,
Sócrates
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Crise no País do Cedro
A Arábia Saudita fechou a porta e abandonou os esforços de mediação no Líbano: qualificou a situação de perigosa e deixou nas mãos da Turquia e do Qatar a procura de uma solução.
Uma situação explosiva, como não deixou de sublinhar a imprensa libanesa, que caracterizou as negociações como "de última oportunidade".
As tensões entre o clã Hariri, de um lado, e o Hezbollah do outro começaram, há vários meses, em torno da questão do tribunal encarregue de elucidar o assassinato de Hariri pai.
Desencadearam, finalmente, a 12 de janeiro, a demissão dos ministros do Hezbollah, provocando a queda do governo.
Segundo alguns analistas, o momento escolhido pelo Hezbollah não teve nada de casual. Nesse mesmo dia, Saad Hariri, o primeiro-ministro libanês, encontrava-se na Sala Oval da Casa Branca. O Hezbollah terá assim enviado um sinal para a administração norte-americana, que apoia Hariri, e, ao mesmo tempo, um sinal para Hariri, acusado de receber ordens de Washington e também da Síria...
O movimento xiita libanês demarca-se assim da influência do poderoso vizinho e mostra que pode atuar sozinho.
Por outro lado, a Síria e a Arábia Saudita têm mantido negociações com os líderes libaneses para tentar encontrar um terreno de concórdia e evitar a crise.
O que complica as coisas é que o encontro de Hariri com Obama também foi uma demonstração individual de força para Riade, que não gostou.
Mas quando se fala do Líbano e da política libanesa, é preciso observar o coração de toda uma esfera de influência:
De um lado, o clã Hariri apoiado pela França, pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita.
Do outro, o Hezbollah, apoiado pelo Irão e pela Síria.
Como a mediação das duas potências com supremacia fracassou, a Turquia e o Qatar, dois países neutros, assumiram a mediação..
Todos esperam que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Turquia e do Qatar resolvam esta crise, antes de haver derramamento de sangue.
Os novos mediadores já se reuniram em Beirute com o primeiro-ministro Hariri e Nasrallah, líder do Hezbollah para abordar possíveis soluções para resolver a crise política.
Para Nasrallah, o Tribunal e o previsível veredito, são uma alegada conspiração israelo-americana para destruir o movimento que lidera.
Hariri, até pode fazer concessões...mas nunca passarão pela desautorização do tribunal que se vai pronunciar sobre os autores do atentado que matou o pai.
Uma situação explosiva, como não deixou de sublinhar a imprensa libanesa, que caracterizou as negociações como "de última oportunidade".
As tensões entre o clã Hariri, de um lado, e o Hezbollah do outro começaram, há vários meses, em torno da questão do tribunal encarregue de elucidar o assassinato de Hariri pai.
Desencadearam, finalmente, a 12 de janeiro, a demissão dos ministros do Hezbollah, provocando a queda do governo.
Segundo alguns analistas, o momento escolhido pelo Hezbollah não teve nada de casual. Nesse mesmo dia, Saad Hariri, o primeiro-ministro libanês, encontrava-se na Sala Oval da Casa Branca. O Hezbollah terá assim enviado um sinal para a administração norte-americana, que apoia Hariri, e, ao mesmo tempo, um sinal para Hariri, acusado de receber ordens de Washington e também da Síria...
O movimento xiita libanês demarca-se assim da influência do poderoso vizinho e mostra que pode atuar sozinho.
Por outro lado, a Síria e a Arábia Saudita têm mantido negociações com os líderes libaneses para tentar encontrar um terreno de concórdia e evitar a crise.
O que complica as coisas é que o encontro de Hariri com Obama também foi uma demonstração individual de força para Riade, que não gostou.
Mas quando se fala do Líbano e da política libanesa, é preciso observar o coração de toda uma esfera de influência:
De um lado, o clã Hariri apoiado pela França, pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita.
Do outro, o Hezbollah, apoiado pelo Irão e pela Síria.
Como a mediação das duas potências com supremacia fracassou, a Turquia e o Qatar, dois países neutros, assumiram a mediação..
Todos esperam que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Turquia e do Qatar resolvam esta crise, antes de haver derramamento de sangue.
Os novos mediadores já se reuniram em Beirute com o primeiro-ministro Hariri e Nasrallah, líder do Hezbollah para abordar possíveis soluções para resolver a crise política.
Para Nasrallah, o Tribunal e o previsível veredito, são uma alegada conspiração israelo-americana para destruir o movimento que lidera.
Hariri, até pode fazer concessões...mas nunca passarão pela desautorização do tribunal que se vai pronunciar sobre os autores do atentado que matou o pai.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Ai, Mar Português
O ministro António Serrano, durante a inauguração da "companhia das pescarias" afirmou que não é preciso ministério do Mar e o que ministério das Pescas não está moribundo!!!
Estou convicta que ele se julga ministro de um qualquer país de interior em África - porque até a Suíça tem ministro do Mar...
Estou convicta que ele se julga ministro de um qualquer país de interior em África - porque até a Suíça tem ministro do Mar...
Editoria:
Clima e política,
mar,
pobreza
Agora que o Mundo aceita o regresso do Baby Doc....
Nun texto de Martha Cappy, de há um ano, para o site do Yahoo, está uma boa história em poucas linhas, sobre a pobreza do Haiti:
Por que o Haiti é tão pobre? A História responde?
Texto grande, eu sei, mas por favor.... leiam!
Em 1804 parecia que a história tinha afinal sorrido para a rica colonia francesa do Caribe. Uma revolução dos escravos levou-os a conquistar o poder e instalar uma república negra nas Américas, a segunda república independente das Américas, depois dos Estados Unidos.
Até então ela havia sido explorada radicalmente pela França. Era tão produtiva que era chamada "a jóia das Antilhas". No sistema escravocrata, numa terra altamente produtiva, a França extraiu tudo do que podia da colônia. Lá se produzia café, cacau, tabaco, algodão, indigo entre outros produtos que eram refinados na França e
reexportado para o resto da Europa. O cálculo é que a França retiravade lá 50% do seu PIB da época.
A independência parecia ser um brilhante recomeço. Não foi. O mundo inteiro decretou boicote à nova república. As potências coloniais achavam subversivo aquele modelo. Os Estados Unidos que já eram uma ex-colonia independente eram um país escravocrata. O Haiti assustava a todos. Sob boicote do mundo, o país entrou em dificuldades extremas.
Não podia exportar nem importar. A França passou a cobrar do Haiti uma suposta divida para indenizar os ex-donos de terras, ex-donos de escravos. A contenda com a França só acabou quando em 1838 o governo haitiano aceitou pagar 150 milhões de francos. Durante 80 anos essa divida, que foi paga incontáveis vezes através de juros intermináveis,drenou a economia haitiana. A dívida só foi considerada paga em 1922.
Mas aí o país já estava sob jugo de outro opressor: os Estados Unidos ocuparam militarmente o país em 1915 e lá ficaram até 1938.
Mesmo após o fim da ocupação física, os Estados Unidos apoiaram as escolhas trágicas dos haitianos como o poder à dinastia dos Duvalier, o Papa Doc e Baby Doc que desde os anos 60, por décadas, dominaram a população pelo terror através da mais violenta das polícias políticasde que se tem notícia nas Américas, os Tonton Macoute.
Para completar a explicação da pobreza, os indicadores educacionais são os piores. Todos esses governantes ou líderes, sejam eles de opressores estrangeiros ou opressores locais, jamais fizeram qualquer esforço para educar a população e retirá-la da ignorância.
A democracia quando chegou lá, chegou tarde e vulnerável.
Para completar o quadro produzido por essa história, há ainda os fatores climáticos.
A destruição impiedosa do meio ambiente, desde a época colonial, no país que tinha uma intensa biodiversidade, foi empobrecendo o solo, produzindo erosões, aumentando os riscos de desastres ambientais. Hoje restam apenas 2% da rica cobertura vegetal original. Furacões e terremotos fizeram o resto da tragédia haitiana.
Haverá futuro para o Haiti se os haitianos e o mundo aprenderem com essa história.
É hora de os países de boa vontade se unirem em torno do Haiti para do meio do caos atual começar a construir uma nova história.
LUZ! Estamos precisando!
Por que o Haiti é tão pobre? A História responde?
Texto grande, eu sei, mas por favor.... leiam!
Em 1804 parecia que a história tinha afinal sorrido para a rica colonia francesa do Caribe. Uma revolução dos escravos levou-os a conquistar o poder e instalar uma república negra nas Américas, a segunda república independente das Américas, depois dos Estados Unidos.
Até então ela havia sido explorada radicalmente pela França. Era tão produtiva que era chamada "a jóia das Antilhas". No sistema escravocrata, numa terra altamente produtiva, a França extraiu tudo do que podia da colônia. Lá se produzia café, cacau, tabaco, algodão, indigo entre outros produtos que eram refinados na França e
reexportado para o resto da Europa. O cálculo é que a França retiravade lá 50% do seu PIB da época.
A independência parecia ser um brilhante recomeço. Não foi. O mundo inteiro decretou boicote à nova república. As potências coloniais achavam subversivo aquele modelo. Os Estados Unidos que já eram uma ex-colonia independente eram um país escravocrata. O Haiti assustava a todos. Sob boicote do mundo, o país entrou em dificuldades extremas.
Não podia exportar nem importar. A França passou a cobrar do Haiti uma suposta divida para indenizar os ex-donos de terras, ex-donos de escravos. A contenda com a França só acabou quando em 1838 o governo haitiano aceitou pagar 150 milhões de francos. Durante 80 anos essa divida, que foi paga incontáveis vezes através de juros intermináveis,drenou a economia haitiana. A dívida só foi considerada paga em 1922.
Mas aí o país já estava sob jugo de outro opressor: os Estados Unidos ocuparam militarmente o país em 1915 e lá ficaram até 1938.
Mesmo após o fim da ocupação física, os Estados Unidos apoiaram as escolhas trágicas dos haitianos como o poder à dinastia dos Duvalier, o Papa Doc e Baby Doc que desde os anos 60, por décadas, dominaram a população pelo terror através da mais violenta das polícias políticasde que se tem notícia nas Américas, os Tonton Macoute.
Para completar a explicação da pobreza, os indicadores educacionais são os piores. Todos esses governantes ou líderes, sejam eles de opressores estrangeiros ou opressores locais, jamais fizeram qualquer esforço para educar a população e retirá-la da ignorância.
A democracia quando chegou lá, chegou tarde e vulnerável.
Para completar o quadro produzido por essa história, há ainda os fatores climáticos.
A destruição impiedosa do meio ambiente, desde a época colonial, no país que tinha uma intensa biodiversidade, foi empobrecendo o solo, produzindo erosões, aumentando os riscos de desastres ambientais. Hoje restam apenas 2% da rica cobertura vegetal original. Furacões e terremotos fizeram o resto da tragédia haitiana.
Haverá futuro para o Haiti se os haitianos e o mundo aprenderem com essa história.
É hora de os países de boa vontade se unirem em torno do Haiti para do meio do caos atual começar a construir uma nova história.
LUZ! Estamos precisando!
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Vejm a originalidade deste trabalho
O Brasil submerso num imenso rio de Janeiro
por João Almeida Moreira, em São Paulo, Brasil, Publicado em 13 de Janeiro de 2011
"Houve uma precipitação pluvial muito rara, é inevitável um acontecimento destes, é da natureza", disse o prefeito de São Paulo. Mas qual prefeito de São Paulo? O recém-reeleito Gilberto Kassab? Não, a frase é de Franco Montoro, em Janeiro de 1987, após uma tragédia semelhante à dos últimos dias. Depois de Montoro, o prefeito Paulo Maluf desculpou--se, em 1995, com "a maior chuvada dos últimos 50 anos". O titular do cargo em 1999, Celso Pitta, explicou que "a chuva superou a capacidade da cidade". E José Serra, em 2005, lembrou que "em duas horas choveu o que costuma chover em 40 dias". Falta ouvir então a explicação de Kassab, prefeito em funções, ontem, em conferência de imprensa: "A culpa foi da intensidade da chuva." Ou seja, se Jacques de La Palice governasse São Paulo desde 1987 não teria uma explicação melhor do que a dos sucessivos responsáveis: a culpa das cheias é da chuva.
LIXO E MÁ CONSTRUÇÃO Quatro meses depois de ter garantido que a cidade estava preparada para elas, Kassab culpa as chuvas. As chuvas de Verão atacam invariável e impiedosamente na primeira metade de Janeiro o Sudeste brasileiro (que inclui os estados de São Paulo e Rio de Janeiro) com ligeiras diferenças de ano para ano - os números de 2011 estão, até ver, dentro da média. Mas além das causas naturais da tragédia, há as humanas: o lixo acumulado nos rios das cidades (Tietê e Pinheiros, no caso de São Paulo) e a construção desenfreada e frágil nas zonas mais pobres (leste, norte e sul, no caso de São Paulo). Geraldo Alckmin, governador do estado, anunciou agora a utilização de 60 camiões de lavagem de ruas e a limpeza de 3,6 milhões de metros cúbicos dos rios, medidas integradas num investimento de 800 milhões de reais (perto de 400 milhões de euros) em obras de infra-estruturas. Parte delas, no entanto, só ficam prontas a partir de 2012.
A DIMENSÃO DOS ESTRAGOS Nas últimas madrugadas, especialmente na do dia 10 para o dia 11 de Janeiro, as chuvas diluvianas que caíram na maior metrópole do Brasil, São Paulo, provocaram a morte de 21 pessoas, entre a cidade e as regiões limítrofes, em consequência de 125 enchentes e de 30 desabamentos registados até ao início da tarde de ontem. Os estragos materiais são por enquanto incalculáveis - fala-se em 50 mil desalojados em todo o país - enquanto dados simbólicos como "40 toneladas de melancia destruídas" vão invadindo, a conta-gotas, os noticiários paulistas e brasileiros.
CALAMIDADE NO RIO Entre os outros pontos do Brasil, a região serrana do estado do Rio de Janeiro é sem dúvida a mais afectada. Em Teresópolis foi decretado estado de calamidade pública e já há 800 homens da Defesa Civil a tentar localizar desaparecidos e dois abrigos para 1200 pessoas estão prontos a receber desalojados. Os números oficiais em todo o estado apontam para 96 mortes e o governador Sérgio Cabral já pediu mesmo o apoio da Marinha brasileira. Em alguns pontos do estado só se pode chegar de helicóptero e aqui, ao contrário de São Paulo, a previsão é de que a chuva vai continuar.
por João Almeida Moreira, em São Paulo, Brasil, Publicado em 13 de Janeiro de 2011
"Houve uma precipitação pluvial muito rara, é inevitável um acontecimento destes, é da natureza", disse o prefeito de São Paulo. Mas qual prefeito de São Paulo? O recém-reeleito Gilberto Kassab? Não, a frase é de Franco Montoro, em Janeiro de 1987, após uma tragédia semelhante à dos últimos dias. Depois de Montoro, o prefeito Paulo Maluf desculpou--se, em 1995, com "a maior chuvada dos últimos 50 anos". O titular do cargo em 1999, Celso Pitta, explicou que "a chuva superou a capacidade da cidade". E José Serra, em 2005, lembrou que "em duas horas choveu o que costuma chover em 40 dias". Falta ouvir então a explicação de Kassab, prefeito em funções, ontem, em conferência de imprensa: "A culpa foi da intensidade da chuva." Ou seja, se Jacques de La Palice governasse São Paulo desde 1987 não teria uma explicação melhor do que a dos sucessivos responsáveis: a culpa das cheias é da chuva.
LIXO E MÁ CONSTRUÇÃO Quatro meses depois de ter garantido que a cidade estava preparada para elas, Kassab culpa as chuvas. As chuvas de Verão atacam invariável e impiedosamente na primeira metade de Janeiro o Sudeste brasileiro (que inclui os estados de São Paulo e Rio de Janeiro) com ligeiras diferenças de ano para ano - os números de 2011 estão, até ver, dentro da média. Mas além das causas naturais da tragédia, há as humanas: o lixo acumulado nos rios das cidades (Tietê e Pinheiros, no caso de São Paulo) e a construção desenfreada e frágil nas zonas mais pobres (leste, norte e sul, no caso de São Paulo). Geraldo Alckmin, governador do estado, anunciou agora a utilização de 60 camiões de lavagem de ruas e a limpeza de 3,6 milhões de metros cúbicos dos rios, medidas integradas num investimento de 800 milhões de reais (perto de 400 milhões de euros) em obras de infra-estruturas. Parte delas, no entanto, só ficam prontas a partir de 2012.
A DIMENSÃO DOS ESTRAGOS Nas últimas madrugadas, especialmente na do dia 10 para o dia 11 de Janeiro, as chuvas diluvianas que caíram na maior metrópole do Brasil, São Paulo, provocaram a morte de 21 pessoas, entre a cidade e as regiões limítrofes, em consequência de 125 enchentes e de 30 desabamentos registados até ao início da tarde de ontem. Os estragos materiais são por enquanto incalculáveis - fala-se em 50 mil desalojados em todo o país - enquanto dados simbólicos como "40 toneladas de melancia destruídas" vão invadindo, a conta-gotas, os noticiários paulistas e brasileiros.
CALAMIDADE NO RIO Entre os outros pontos do Brasil, a região serrana do estado do Rio de Janeiro é sem dúvida a mais afectada. Em Teresópolis foi decretado estado de calamidade pública e já há 800 homens da Defesa Civil a tentar localizar desaparecidos e dois abrigos para 1200 pessoas estão prontos a receber desalojados. Os números oficiais em todo o estado apontam para 96 mortes e o governador Sérgio Cabral já pediu mesmo o apoio da Marinha brasileira. Em alguns pontos do estado só se pode chegar de helicóptero e aqui, ao contrário de São Paulo, a previsão é de que a chuva vai continuar.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Ainda é 11.1.11 e lembro Lisboa
Bem pertinho do Sindicato de Jornalistas, conhecida por "Freirinhas" a cantina/restaurante com melhor paisagem am Lisboa (a Via Graça, à noite era linda...não sei se ainda está como lembro)...
Lembro Lisboa para esquecer o que tenho escrito sobre o Haiti...violações em massa de crianças dos acampamentos, milhares de ONG's a fazerem de conta que reconstroem enquanto o país precisava era de um buldozer gigantesco que levasse os políticos e plantasse árvores, criasse teias na terra e partisse para a reconstrução com um mínimo de senso comum...
Lembro Lisboa para esquecer o que tenho escrito sobre o Haiti...violações em massa de crianças dos acampamentos, milhares de ONG's a fazerem de conta que reconstroem enquanto o país precisava era de um buldozer gigantesco que levasse os políticos e plantasse árvores, criasse teias na terra e partisse para a reconstrução com um mínimo de senso comum...
Expor uma obra na Irlanda para dar às crianças de África
Hoje é dia 11.1.11 e tenho uma mensagem única, para reterem, participarem e divulgarem.
O SOS vem através do blog da minha amiga Belinha
Apelo aos artistas e artesãos portugueses - participação em exposição na Irlanda - evento no âmbito do Ano Internacional das Pessoas de Ascendência Africana
Uma pintura da autoria de Rosetta Jallow
2011 ANO INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM ASCENDÊNCIA AFRICANA - IRLANDA – Evento multidisciplinar
Convite à doação de trabalhos de artistas e artesãos portugueses
É um artista ou um artesão? Tem simpatia pelas causas Africanas e gostaria de ajudar com a sua arte? Gostaria de fazer parte de uma exposição internacional de arte e artesanato que terá lugar na Irlanda, em Carrickfergus?
Prazo para doar arte e artesanato: 09 de Junho (inclusive)
A artista irlandesa Rosetta Jallow está planear um evento para angariar dinheiro para apoiar causas Africanas:
- Operação Bobbi Bear, com base na África do Sul, que salva as crianças vítimas de violação e abuso sexual. Eles oferecem um lugar seguro para as crianças e educam a população (existe a crença de que a violação de crianças cura a SIDA);
- ABAANA, uma instituição de caridade cristã da Irlanda do Norte criada em Bangor, em 1998, que angaria fundos para construir escolas, fornecer água potável, cuidados médicos, e trabalhar com crianças de rua do Uganda;
-a Igreja de Cristo, no Gâmbia, que trabalha com os pobres e necessitados, providenciando escolaridade;
- E talvez outras.
A exposição de arte e artesanato será apenas uma das acções a realizar no próximo Verão em Carrickfergus. Também serão realizadas oficinas de Arte Africana, ritmos Africanos, contadores de histórias, música, um torneio de futebol para arrecadar dinheiro para fornecer kits para formar equipes de futebol de jovens africanos, provas de comida Africana e muito mais.
TV e rádio já estão contactados para cobrir o evento. Um perito em relações públicas vai trabalhar para apoiar este evento da melhor maneira possível e de forma gratuita. Espera-se que os jornais irlandeses listem todos os artistas e artesãos que doarem trabalhos fruto das suas artes e ofícios e seus países de origem. Bandeiras de todos os países identificarão obras e proveniência dos artistas na exposição para criar uma rica atmosfera internacional.
Artistas e artesãos obterão feedback da exposição. Eles receberão uma cópia dos comunicados de imprensa enviados e email confirmando a doação. Esta informação pode ser usada para publicitar a sua participação e obter o seu reconhecimento local.
Aqui está uma oportunidade de participar num evento internacional e fazer beneficiência ao mesmo tempo. Além de se sentir bem consigo próprio, o seu curriculum artístico também sairá enriquecido.
Por favor note que os portes de envio serão da sua responsabilidade e que Rosetta Jallow não pode ser responsabilizada se o seu trabalho se perder no caminho. Certifique-se da melhor maneira possível para enviar seu trabalho para a Irlanda de forma segura.
Junte ao seu trabalho um envelope com:
- Título do trabalho
- Nome (ou nome artístico) que deseja ver usado
- A sua nacionalidade
- Contacto e-mail
- O valor mínimo pelo qual seu trabalho deve ser posto à venda
Eu vou enviar um trabalho e acedi a divulgar esta iniciativa. Se também quiser participar escreva para rosetta.jallow@gmail.com e peça para o endereço de envio. Também pode ajudar divulgando o evento junto de pessoas que possam ter interesse em participar, nos seus blogues, FB, etc.
****
Para leitura e reflexão:
As palavras do Secretário-Geral da ONU no lançamento do Ano Internacional das Pessoas de Ascendência Africana (Tradução livre)
http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=37018&Cr=racism&Cr1=
10 de Dezembro de 2010 - As Nações Unidas preparam-se para celebrar 2011 como o Ano Internacional das Pessoas de Ascendência Africana. O Secretário-Geral Ban Ki-moon, fez um apelo emocionado à comunidade internacional para erradicar o racismo, uma vez por todas.
"A comunidade internacional não pode aceitar que comunidades inteiras sejam marginalizadas por causa da cor de sua pele", disse num evento na sede da ONU em Nova York para o lançamento do evento. “As pessoas de ascendência Africana estão entre os mais afectados pelo racismo. Muito frequentemente elas enfrentam a negação de direitos básicos como o acesso a serviços de saúde e educação. Tais erros fundamentais têm uma história longa e terrível.
"A comunidade internacional tem afirmado que o comércio transatlântico de escravos foi uma tragédia terrível, não só devido à sua barbárie, mas também devido à sua magnitude, natureza organizada e negação da humanidade essencial das vítimas.
"Mesmo hoje, os africanos e pessoas de ascendência Africana continuam a sofrer as consequências desses actos", acrescentou, apelando para a sua plena integração na vida social, económica e política e em todos os níveis de tomada de decisão.
A Assembleia Geral proclamou em Dezembro de 2009 este ano de 2011 como o ANO INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DESCENDÊNCIA AFRICANA, uma resolução que visa a necessidade de reforçar as ações nacionais e a cooperação regional e internacional para assegurar que as pessoas de ascendência Africana possam desfrutar plenamente de direitos económicos, sociais, culturais, civis e políticos. Também para promover a sua integração em todos os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais da sociedade, e um maior conhecimento e respeito pela sua herança e cultura diversas.
"Como a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma," todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos '", disse Ban. "Se formos fazer as palavras reais, então temos de erradicar o racismo, uma vez por todas. O sucesso do Ano Internacional requer esforços concertados por todo o sistema das Nações Unidas e em nível regional e nacional, com o maior empenho possível e participação ".
O SOS vem através do blog da minha amiga Belinha
Apelo aos artistas e artesãos portugueses - participação em exposição na Irlanda - evento no âmbito do Ano Internacional das Pessoas de Ascendência Africana
Uma pintura da autoria de Rosetta Jallow
2011 ANO INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM ASCENDÊNCIA AFRICANA - IRLANDA – Evento multidisciplinar
Convite à doação de trabalhos de artistas e artesãos portugueses
É um artista ou um artesão? Tem simpatia pelas causas Africanas e gostaria de ajudar com a sua arte? Gostaria de fazer parte de uma exposição internacional de arte e artesanato que terá lugar na Irlanda, em Carrickfergus?
Prazo para doar arte e artesanato: 09 de Junho (inclusive)
A artista irlandesa Rosetta Jallow está planear um evento para angariar dinheiro para apoiar causas Africanas:
- Operação Bobbi Bear, com base na África do Sul, que salva as crianças vítimas de violação e abuso sexual. Eles oferecem um lugar seguro para as crianças e educam a população (existe a crença de que a violação de crianças cura a SIDA);
- ABAANA, uma instituição de caridade cristã da Irlanda do Norte criada em Bangor, em 1998, que angaria fundos para construir escolas, fornecer água potável, cuidados médicos, e trabalhar com crianças de rua do Uganda;
-a Igreja de Cristo, no Gâmbia, que trabalha com os pobres e necessitados, providenciando escolaridade;
- E talvez outras.
A exposição de arte e artesanato será apenas uma das acções a realizar no próximo Verão em Carrickfergus. Também serão realizadas oficinas de Arte Africana, ritmos Africanos, contadores de histórias, música, um torneio de futebol para arrecadar dinheiro para fornecer kits para formar equipes de futebol de jovens africanos, provas de comida Africana e muito mais.
TV e rádio já estão contactados para cobrir o evento. Um perito em relações públicas vai trabalhar para apoiar este evento da melhor maneira possível e de forma gratuita. Espera-se que os jornais irlandeses listem todos os artistas e artesãos que doarem trabalhos fruto das suas artes e ofícios e seus países de origem. Bandeiras de todos os países identificarão obras e proveniência dos artistas na exposição para criar uma rica atmosfera internacional.
Artistas e artesãos obterão feedback da exposição. Eles receberão uma cópia dos comunicados de imprensa enviados e email confirmando a doação. Esta informação pode ser usada para publicitar a sua participação e obter o seu reconhecimento local.
Aqui está uma oportunidade de participar num evento internacional e fazer beneficiência ao mesmo tempo. Além de se sentir bem consigo próprio, o seu curriculum artístico também sairá enriquecido.
Por favor note que os portes de envio serão da sua responsabilidade e que Rosetta Jallow não pode ser responsabilizada se o seu trabalho se perder no caminho. Certifique-se da melhor maneira possível para enviar seu trabalho para a Irlanda de forma segura.
Junte ao seu trabalho um envelope com:
- Título do trabalho
- Nome (ou nome artístico) que deseja ver usado
- A sua nacionalidade
- Contacto e-mail
- O valor mínimo pelo qual seu trabalho deve ser posto à venda
Eu vou enviar um trabalho e acedi a divulgar esta iniciativa. Se também quiser participar escreva para rosetta.jallow@gmail.com e peça para o endereço de envio. Também pode ajudar divulgando o evento junto de pessoas que possam ter interesse em participar, nos seus blogues, FB, etc.
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Para leitura e reflexão:
As palavras do Secretário-Geral da ONU no lançamento do Ano Internacional das Pessoas de Ascendência Africana (Tradução livre)
http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=37018&Cr=racism&Cr1=
10 de Dezembro de 2010 - As Nações Unidas preparam-se para celebrar 2011 como o Ano Internacional das Pessoas de Ascendência Africana. O Secretário-Geral Ban Ki-moon, fez um apelo emocionado à comunidade internacional para erradicar o racismo, uma vez por todas.
"A comunidade internacional não pode aceitar que comunidades inteiras sejam marginalizadas por causa da cor de sua pele", disse num evento na sede da ONU em Nova York para o lançamento do evento. “As pessoas de ascendência Africana estão entre os mais afectados pelo racismo. Muito frequentemente elas enfrentam a negação de direitos básicos como o acesso a serviços de saúde e educação. Tais erros fundamentais têm uma história longa e terrível.
"A comunidade internacional tem afirmado que o comércio transatlântico de escravos foi uma tragédia terrível, não só devido à sua barbárie, mas também devido à sua magnitude, natureza organizada e negação da humanidade essencial das vítimas.
"Mesmo hoje, os africanos e pessoas de ascendência Africana continuam a sofrer as consequências desses actos", acrescentou, apelando para a sua plena integração na vida social, económica e política e em todos os níveis de tomada de decisão.
A Assembleia Geral proclamou em Dezembro de 2009 este ano de 2011 como o ANO INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DESCENDÊNCIA AFRICANA, uma resolução que visa a necessidade de reforçar as ações nacionais e a cooperação regional e internacional para assegurar que as pessoas de ascendência Africana possam desfrutar plenamente de direitos económicos, sociais, culturais, civis e políticos. Também para promover a sua integração em todos os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais da sociedade, e um maior conhecimento e respeito pela sua herança e cultura diversas.
"Como a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma," todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos '", disse Ban. "Se formos fazer as palavras reais, então temos de erradicar o racismo, uma vez por todas. O sucesso do Ano Internacional requer esforços concertados por todo o sistema das Nações Unidas e em nível regional e nacional, com o maior empenho possível e participação ".
sábado, 8 de janeiro de 2011
Carlos Castro assassinado em Nova Iorque
- Notícia do Correio da Manhã, que reproduzo em memória do gentil colunista selvaticamente assassinado -
Carlos Castro deu entrada no hotel a 29 de Dezembro, acompanhado pelo modelo português Renato Seabra, de 21 anos, que é neste momento o principal suspeito do homicídio cometido no 34º andar do hotel, situado perto de Times Square, mesmo no centro de Nova Iorque.
Renato Seabra terá saído do hotel momentos antes do corpo ter sido encontrado, tendo sido detido horas depois pelas autoridades num local próximo do crime.
De acordo com as declarações do jornalista Luís Pires à SIC Notícias, Renato Seabra terá resistido à detenção, tendo sido ferido pela polícia durante o processo. O suspeito encontra-se num hospital, sob custódia policial.
"A minha filha ia jantar com o Carlos Castro e esperou por ele na entrada do hotel. O Renato desceu as escadas com ar muito calmo, com algumas manchas, que agora se sabem ser de sangue, na roupa, e disse à minha filha que 'o Carlos já não sai hoje do hotel'", relatou Luís Pires ao canal televisivo, acrescentando que o jovem terá saído depois abandonado o hotel.
A filha do jornalista ter-se-á então mostrado preocupada e pediu a um funcionário para abrir o quarto em que Carlos Castro estava instalado, tendo-o encontrado "numa poça de sangue". "Um quadro dantesco, Carlos tinha graves lesões na cabeça e foi castrado. Fico horrorizado só de pensar nisso", contou Luís Pires.
A polícia foi então chamada ao local, por volta das 19h00 (00h00 em Lisboa), tendo encontrado Carlos Castro inconsciente e com sinais de ter sido agredido na cabeça e sexualmente mutilado.
Segundo a estação de televisão nova-iorquina NY1, Carlos Castro foi declarado morto no local pelos paramédicos.
Segundo o 'New York Post', suspeita-se que as feridas na cabeça de Carlos Castro foram causadas por um computador portátil encontrado no quarto coberto de sangue.
Relatos de hóspedes irlandeses do hotel indicam que Carlos Castro e Renato Seabra discutiram violentamente na tarde de sexta-feira.
De acordo com o relato de Luís Pires, "Renato pôs-se em fuga, andou a vaguear pela cidade", mas acabou por ser detido poucas horas depois, próximo do local onde ocorreu o crime.
"PESSOA EXTREMAMENTE SIMPÁTICA, DE GRANDE DELICADEZA": MARIA BARROSO
Maria Barroso lembra uma pessoa que "tinha a preocupação que as mulheres fossem também lembradas e não fossem apenas ressaltados os papéis dos homens e isso foi muito interessante. Foi o que me fez aderir ao convite" para prefaciar o livro, a antiga Primeira Dama, referindo-se à obra 'As mulheres que marcaram a minha vida'.
"Ele foi sempre uma pessoa extremamente simpática comigo, de uma grande delicadeza e agora quando escreveu o último livro pediu-me para prefaciar o livro e para o apresentar e foi isso que fui fazer", acrescentou.
Nota da autora do blog MJC: o assassino tomou banho e vestiu um fato bom azul...apareceu uma hora e meia depois, pelo seu pé, num hospital do norte de Mannathan com os pulsos cortados...
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Anjo Branco
"Maningue nice"...o livro de José Rodrigues dos Santos, O Anjo Branco,não dá grandes abertas, sequer, para comer ou ir ao WC...quanto menos dormir. Lê-se num ápice, faz-nos querer mais do mesmo e reler para fazer, já, o filme nas nossas cabecinhas entontecidas de história da boa.
Parabéns, está ...está tão bom que queremos mais do mesmo...ou de outro com a mesma receita.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Gbabo confessa-se à euronews: não saio
Entrevista
EXCLUSIVO – Laurent Gbagbo defende recontagem dos votos
A Costa do Marfim está à beira da guerra civil. A ONU teme violências étnicas. Laurent Gbagbo não quer deixar o poder. Considera ter ganho as eleições presidenciais de Novembro, apoiando-se no veredicto do Conselho Constitucional.
A comunidade internacional contesta a legitimidade de Gbabo e considera que Alassane Ouattara é o novo presidente do país.
Em Abidjan para a euronews, Laurent Gbagbo aceitou explicar, em exclusivo, o braço de ferro que causou a crise no país e a apreensão no mundo. (Tradução Maria João Carvalho)
François Chignac, euronews – Há pouco mais de um mês, a Comissão Eleitoral independente anunciou que o seu adversário, Alassane Ouattara, ganhou as eleições presidenciais da Costa do Marfim. Alguns dias depois, o Conselho Constitucional legitimou a sua presidência. Hoje, a Costa do Marfim enfrenta uma das piores crises dos últimos tempos. Em que ponto estamos?
Laurent Gbagbo, presidente em exercício – O que é preciso compreender bem é que o resultado é ilegítimo, proclamado fora de prazo por alguém que não tinha o direito de o proclamar, é a isso que o Ocidente se agarra. O Conselho Constitucional deliberou e deu os resultados. É uma instituição reconhecida, proclamou eleito o novo presidente, que sou eu. Não querem sequer ouvir falar nisso. Sai do âmbito do direito, não é direito. É apenas a vontade dos poderosos de impôr outra pessoa. Não estou de acordo.
euronews:
A União Europeia contesta a sua legitimidade.
Laurent Gbagbo:
A União Europeia segue a França. Nas relações entre as grandes potências, cada um tem a sua zona de influência. E quando se trata de países francófonos da África negra, quando a França fala, todos os outros a seguem. A França interfere da pior maneira. Todas as resoluções feitas sobre a Costa do Marfim, na ONU, têm rascunho escrito pela França. É a França que escreve o esboço. Contestámo-lo várias vezes, mas somos um país pequeno. Não somos uma potência nuclear, não temos o direito de veto, nem sequer estamos no Conselho de segurança.
euronews:
O seu adversário, Alassane Ouattara, formou um governo, nomeou embaixadores que foram reconhecidos. O embaixador nomeado por Outtara em França foi reconhecido.
Laurent Gbagbo:
Mas a França está errada. Sou eu que digo: a França está errada.
euronews:
Passou 30 anos na oposição, Laurent Gbagbo. Tem uma longa carreira política. Nicolas Sarkozy dá-lhe um ultimato. Que responde ao chefe de Estado francês?
Laurent Gbagbo:
É inaceitável que um chefe de Estado, sob o pretexto de ser de um país mais poderoso do que outro, apresente um ultimato ao chefe de Estado de outro país. Não é possível.
euronews:
Os opositores dizem que o senhor não é um democrata, é um ditador, que fez um hold up eleitoral.
Laurent Gbagbo:
Quando …
euronews: que fez uma negação da democracia nas últimas semanas, que lhes responde?
Laurent Gbabo:
Que não estão bem colocados para falar sobre isso porque estão entricheirados no Hotel do Golfe (Ouattara e o governo). Estavam do lado do partido único, quando nós lutávamos pelo multipartidarismo. . Ouattara, Bédier (candidato na primeira volta)… queriam tanto matar o sistema multipartidário que estive na prisão durante o governo de Ouattara (que foi primeiro-ministro na década de 90).
euronews:
Laurent Gbagbo, estaria disposto a sacrificar-se pelos marfinenses para legitimar a visão de democracia.
Laurent Gbagbo:
Não é uma questão de sacrificar a Costa do Marfim, é uma questão mundial…
euronews:
Mas nós estamos no limite de tudo. A situação é tensa no país …
Laurent Gbagbo:
Esta não é a primeira vez que a a situação está tensa na Costa do Marfim.
euronews:
Não vai deixar o poder?
Laurent Gbagbo:
Oiça, eu fui eleito. Deve falar com aqueles que não foram eleitos.
euronews:
Se a comunidade internacional continuar a pressionar, nas próximas semanas, não vai deixar o poder?
Laurent Gbagbo:
Mas porque iriam continuar as pressões? É injusto.
euronews:
Há violência nas ruas. Se as atrocidades continuam, de ambas as partes, deixa o cargo?
Laurent Gbagbo:
Por quem? E há uma pergunta que quero fazer, e que as pessoas não costumam equacionar. Mesmo se já a seguir eu disser que deixo o poder, quem pode garantir que isso trará a paz? E que não vai provocar violências ainda maiores do que as que esperamos?
euronews:
E se a Comunidade Económica da África Ocidental intervir?
Laurent Gbagbo:
faria mal …
euronews:
e se os jovens marfinenses se opuserem aos militares da CEDEAO, abandonaria o poder?
Laurent Gbagbo:
Logo verei. E então anunciarei a decisão. Mas não está na agenda, por agora. O que importa agora é a discussão. Por isso discutimos. E pergunto porque é que as pessoas que pretendem ter ganho contra mim não querem voltar ao essencial e recontar os boletins de voto. Só peço isso. Que as pessoas venham para revermos as eleições.
euronews:
Então acusa os adversários de serem a fonte dos problemas na segunda volta das eleições.
Laurent Gbagbo:
Claro. Não é verdade que, nessas regiões, abusaram, violaram as mulheres que iam votar Gbagbo? É uma questão central.
euronews:
E quando o representante dos Direitos Humanos na ONU o estigmatiza e lhe aponta o dedo, o que responde?
Laurent Gbagbo:
É outro problema. É outro problema a que eu quero responder bem. Qual é o problema na Costa do Marfim? Ou seja, foram realizadas eleições. É preciso saber quem as ganhou. Esta é a fonte do problema. Eu digo que ganhei porque as instituições, que têm a responsabilidade de dizer quem ganhou, atribuiram-me a vitória. Os outros dizem outra coisa. Dizem outra coisa qualquer, mas sem base legal.
Então, como é habitual nestes casos, não têm argumentos sobre o fundo da questão, ou seja, quem ganhou as eleições e invocam os direitos do homem.
Em 2000, quando fui eleito, foi igual. Inventaram as valas comuns e culparam-me de mortes inexistentes. Pedi uma investigação judicial e houve um processo. Os polícias acusados foram absolvidos.
euronews:
As forças da ONU são imparciais na Costa do Marfim?
Laurent Gbagbo:
Já não são imparciais.
euronews:
Desde quando?
Laurent Gbagbo:
Desde as últimas eleições. Porque nós considerávamo-la uma força imparcial, digamos em 2003/2004. Mas, desde o momento que o líder …
euronews:
Que o coloca directamente em causa …
Laurent Gbagbo:
Que eu coloco directamente em causa. Acho que as pessoas da ONU devem ser mais sábias.
Sabem muito bem que os responsabilizamos pela escalada da tensão, sabem muito bem que o Governo da Costa do Marfim pediu para partirem. Disse às pessoas para não os apressarem, pedimos a saída diplomaticamente e é diplomaticamente que a vamos obter. Mas é preciso que sejam mais sábios. Quando as pessoas que vêm do exterior se querem impor por serem mais fortes, o resultado é este.
euronews:
Então, a Costa do Marfim e Laurent Gbagbo são vítimas do exterior?
Laurent Gbagbo:
Disse, no início da minha campanha, que a população tinha a escolha entre um candidato para a Costa do Marfim e um candidato para o estrangeiro. É isso. Parece carricatural, mas é realidade.
euronews:
Vamos ter de passar por um banho de sangue?
Laurent Gbagbo:
Eu não quero, estou a tentar evitar que aconteça.
euronews:
Mas não pode evitá-la?
Laurent Gbagbo:
Não acredito, de todo, que haja guerra civil. Mas, obviamente, se as pressões continuarem, acabam por nos empurrar para o confronto.
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EXCLUSIVO – Laurent Gbagbo defende recontagem dos votos
A Costa do Marfim está à beira da guerra civil. A ONU teme violências étnicas. Laurent Gbagbo não quer deixar o poder. Considera ter ganho as eleições presidenciais de Novembro, apoiando-se no veredicto do Conselho Constitucional.
A comunidade internacional contesta a legitimidade de Gbabo e considera que Alassane Ouattara é o novo presidente do país.
Em Abidjan para a euronews, Laurent Gbagbo aceitou explicar, em exclusivo, o braço de ferro que causou a crise no país e a apreensão no mundo. (Tradução Maria João Carvalho)
François Chignac, euronews – Há pouco mais de um mês, a Comissão Eleitoral independente anunciou que o seu adversário, Alassane Ouattara, ganhou as eleições presidenciais da Costa do Marfim. Alguns dias depois, o Conselho Constitucional legitimou a sua presidência. Hoje, a Costa do Marfim enfrenta uma das piores crises dos últimos tempos. Em que ponto estamos?
Laurent Gbagbo, presidente em exercício – O que é preciso compreender bem é que o resultado é ilegítimo, proclamado fora de prazo por alguém que não tinha o direito de o proclamar, é a isso que o Ocidente se agarra. O Conselho Constitucional deliberou e deu os resultados. É uma instituição reconhecida, proclamou eleito o novo presidente, que sou eu. Não querem sequer ouvir falar nisso. Sai do âmbito do direito, não é direito. É apenas a vontade dos poderosos de impôr outra pessoa. Não estou de acordo.
euronews:
A União Europeia contesta a sua legitimidade.
Laurent Gbagbo:
A União Europeia segue a França. Nas relações entre as grandes potências, cada um tem a sua zona de influência. E quando se trata de países francófonos da África negra, quando a França fala, todos os outros a seguem. A França interfere da pior maneira. Todas as resoluções feitas sobre a Costa do Marfim, na ONU, têm rascunho escrito pela França. É a França que escreve o esboço. Contestámo-lo várias vezes, mas somos um país pequeno. Não somos uma potência nuclear, não temos o direito de veto, nem sequer estamos no Conselho de segurança.
euronews:
O seu adversário, Alassane Ouattara, formou um governo, nomeou embaixadores que foram reconhecidos. O embaixador nomeado por Outtara em França foi reconhecido.
Laurent Gbagbo:
Mas a França está errada. Sou eu que digo: a França está errada.
euronews:
Passou 30 anos na oposição, Laurent Gbagbo. Tem uma longa carreira política. Nicolas Sarkozy dá-lhe um ultimato. Que responde ao chefe de Estado francês?
Laurent Gbagbo:
É inaceitável que um chefe de Estado, sob o pretexto de ser de um país mais poderoso do que outro, apresente um ultimato ao chefe de Estado de outro país. Não é possível.
euronews:
Os opositores dizem que o senhor não é um democrata, é um ditador, que fez um hold up eleitoral.
Laurent Gbagbo:
Quando …
euronews: que fez uma negação da democracia nas últimas semanas, que lhes responde?
Laurent Gbabo:
Que não estão bem colocados para falar sobre isso porque estão entricheirados no Hotel do Golfe (Ouattara e o governo). Estavam do lado do partido único, quando nós lutávamos pelo multipartidarismo. . Ouattara, Bédier (candidato na primeira volta)… queriam tanto matar o sistema multipartidário que estive na prisão durante o governo de Ouattara (que foi primeiro-ministro na década de 90).
euronews:
Laurent Gbagbo, estaria disposto a sacrificar-se pelos marfinenses para legitimar a visão de democracia.
Laurent Gbagbo:
Não é uma questão de sacrificar a Costa do Marfim, é uma questão mundial…
euronews:
Mas nós estamos no limite de tudo. A situação é tensa no país …
Laurent Gbagbo:
Esta não é a primeira vez que a a situação está tensa na Costa do Marfim.
euronews:
Não vai deixar o poder?
Laurent Gbagbo:
Oiça, eu fui eleito. Deve falar com aqueles que não foram eleitos.
euronews:
Se a comunidade internacional continuar a pressionar, nas próximas semanas, não vai deixar o poder?
Laurent Gbagbo:
Mas porque iriam continuar as pressões? É injusto.
euronews:
Há violência nas ruas. Se as atrocidades continuam, de ambas as partes, deixa o cargo?
Laurent Gbagbo:
Por quem? E há uma pergunta que quero fazer, e que as pessoas não costumam equacionar. Mesmo se já a seguir eu disser que deixo o poder, quem pode garantir que isso trará a paz? E que não vai provocar violências ainda maiores do que as que esperamos?
euronews:
E se a Comunidade Económica da África Ocidental intervir?
Laurent Gbagbo:
faria mal …
euronews:
e se os jovens marfinenses se opuserem aos militares da CEDEAO, abandonaria o poder?
Laurent Gbagbo:
Logo verei. E então anunciarei a decisão. Mas não está na agenda, por agora. O que importa agora é a discussão. Por isso discutimos. E pergunto porque é que as pessoas que pretendem ter ganho contra mim não querem voltar ao essencial e recontar os boletins de voto. Só peço isso. Que as pessoas venham para revermos as eleições.
euronews:
Então acusa os adversários de serem a fonte dos problemas na segunda volta das eleições.
Laurent Gbagbo:
Claro. Não é verdade que, nessas regiões, abusaram, violaram as mulheres que iam votar Gbagbo? É uma questão central.
euronews:
E quando o representante dos Direitos Humanos na ONU o estigmatiza e lhe aponta o dedo, o que responde?
Laurent Gbagbo:
É outro problema. É outro problema a que eu quero responder bem. Qual é o problema na Costa do Marfim? Ou seja, foram realizadas eleições. É preciso saber quem as ganhou. Esta é a fonte do problema. Eu digo que ganhei porque as instituições, que têm a responsabilidade de dizer quem ganhou, atribuiram-me a vitória. Os outros dizem outra coisa. Dizem outra coisa qualquer, mas sem base legal.
Então, como é habitual nestes casos, não têm argumentos sobre o fundo da questão, ou seja, quem ganhou as eleições e invocam os direitos do homem.
Em 2000, quando fui eleito, foi igual. Inventaram as valas comuns e culparam-me de mortes inexistentes. Pedi uma investigação judicial e houve um processo. Os polícias acusados foram absolvidos.
euronews:
As forças da ONU são imparciais na Costa do Marfim?
Laurent Gbagbo:
Já não são imparciais.
euronews:
Desde quando?
Laurent Gbagbo:
Desde as últimas eleições. Porque nós considerávamo-la uma força imparcial, digamos em 2003/2004. Mas, desde o momento que o líder …
euronews:
Que o coloca directamente em causa …
Laurent Gbagbo:
Que eu coloco directamente em causa. Acho que as pessoas da ONU devem ser mais sábias.
Sabem muito bem que os responsabilizamos pela escalada da tensão, sabem muito bem que o Governo da Costa do Marfim pediu para partirem. Disse às pessoas para não os apressarem, pedimos a saída diplomaticamente e é diplomaticamente que a vamos obter. Mas é preciso que sejam mais sábios. Quando as pessoas que vêm do exterior se querem impor por serem mais fortes, o resultado é este.
euronews:
Então, a Costa do Marfim e Laurent Gbagbo são vítimas do exterior?
Laurent Gbagbo:
Disse, no início da minha campanha, que a população tinha a escolha entre um candidato para a Costa do Marfim e um candidato para o estrangeiro. É isso. Parece carricatural, mas é realidade.
euronews:
Vamos ter de passar por um banho de sangue?
Laurent Gbagbo:
Eu não quero, estou a tentar evitar que aconteça.
euronews:
Mas não pode evitá-la?
Laurent Gbagbo:
Não acredito, de todo, que haja guerra civil. Mas, obviamente, se as pressões continuarem, acabam por nos empurrar para o confronto.
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domingo, 2 de janeiro de 2011
MAHALIA JACKSON ~ Summertime/Motherless Child
Cresci com a versão Sarah Vaughan. Para mim, isto foi uma surpresa espectacular. Oiçam e refaçam os acordes..
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sábado, 1 de janeiro de 2011
Estrelinhas e luz em 2011
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