quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O estado da justiça (na Figueira e em Portugal)

Que a crise afeta tudo, é um dado adquirido. Mas que o Estado português imponha aos magistrados a libertação de assaltantes toxicodependentes sem tratamento (que roubam diariamente para a dose), gangues de ciganos com cadastro, "mitras", menores, fugidos à escola e às famílias" que servem de batedores aos ladrões, etc...é uma violação das mais elementares normas de segurança. 
É também uma frustração para os agentes que arriscam diariamente a vida para os apresentar no tribunal, com as devidas provas ou apanhados em flagrante delito.
Não cabe na cabeça do mais irresponsável legislador que um meliante que encoste uma arma à cabeça de uma jovem (no segundo assalto da semana), seja libertado pela segunda vez com a obrigação de se apresentar à polícia todas as semanas. Se ele vai a tribunal duas vezes por semana, para que raio deve apresentar-se na esquadra?
As pessoas sáo obrigadas a vender o ouro por causa das necessidades financeiras, sim, mas também porque não o podem usar como outrora. É isso ou fechá-lo num cofre do banco.
Sera que se eu fizer uma arma de defesa com álcool e malaguetas, um gás pimenta caseiro para atrapalhar os meliantes e lhes bater com uma tranca na cabeça terei que indemnizar alguém? Responder em tribunal? Serei presa?
Claro que isto só se passa em Portugal. Aqui em Ecully, Lyon, há câmaras de vigilância em todos os postes de luz e -desde que não seja apanhada por um gangue em peso, não há ladrão que se atreva a ser identificado na rua.Há coisas piores, é certo, radicais salafistas que fazem uns estágios no Iémen e na Somália para estarem a postos para colocar umas bombas quando a ordem vier. São 400 ativos e uns 20 mil adormecidos...
Mas o que me choca em Portugal, e na Figueira da Foz em particular, é que, com os assaltos que tem havido diariamente, com as marcas de garrafas vazias, escritos nas caixas de eletricidade e camisolas penduradas nos portões, a polícia se abstenha de prender os vigias antes dos assaltos por saber que o tribunal, alegremente e como se nada fosse, os solta. Assim como liberta violadores e pedófilos durante a eternidade em que se sucedem os recursos dos processos, e enquanto recolhem as provas dos abusadores, já condenados por violência doméstica, para prolongar por mais de um ano, a instrução de processos que, em muitos casos não se chegam a julgar por causa da morte anunciada das vítimas.
O estado da justiça em Portugal é lamentável e tem de ser levado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, já que os sucessivos governos acham que não é politicamente correto construirem prisões ou manterem os corrécios dentro, mas consideram aceitável manter pedófilos condenados a mais de uma dezena de anos com uma bracelete, em casa e em festas mundanas a dar entrevistas...e até consideram aceitável nem sequer os condenarem a penas pesadas de detenção.
A Figueira tem sido uma montra do inexplicável laxismo das autoridades portuguesas. Não há fechadura nem corrente que vede a entrada aos vadios do sistema. Não há ameaça não há proteção. E é tempo que alguém decida resolver o problema, é tempo que os cidadãos invoquem o direito à cidadania, se reunam, exijam a proteção que lhes é devida, se entreajudem clamando pela responsabilidade dos eleitos a quem mandataram para gerir a autarquia, a região, o país.
Caso contrário as coisas vão acabar muito mal.

1 comentário:

marta disse...

É isso, e é também as penas dos que chegam de facto a ser condenados serem as ditas "penas suspensas" que traduzindo à letra, é nada... e as indemnizações que são obrigados a pagar pura e simplesmente não pagam, porque para os obrigarem a pagar as vítimas ainda têm de pagar a advogado, pôr processo, ir p/Trib bahhhhhhhh enfim....portugalinho pequenino, muito pequenino, longe estão os tempos em fomos grandes.

=))***