sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Um peso; duas medidas
Ontem, fui surpreendida por um documentário na France Deux sobre "a moda da madeira" em França. Fiquei a saber que, 40 por cento da madeira que os franceses compram - para o soalho, algumas paredes, tectos e casas inteiras - é madeira ilegal, normalmente exótica, que entra no país com os lotes da madeira legalmente importada, e é proveniente da floresta amazónica do Brasil, da Indonésia, da Sibéria e do norte da Europa (Finlândia e Noruega, por exemplo).
O representante de uma ONG ecologista andou pelos grandes espaços comerciais franceses a verificar a origem da madeira importada: era toda de origem duvidosa do Brasil, da Indonésia e da Sibéria. Só um pequenino lote de tábuas de revestimento para o chão tinha a etiqueta de "amigo do ambiente", com os números de série de importação e país de origem bem visíveis.
Parece fácil o discurso ecologista dos franceses (antes de Copenhaga ficámos todos com a impressão que era "muita parra para pouca uva")... mas quando percebemos que é o mercado francês que alimenta a desflorestação selvática da Amazónia e a condenação dos índios e dos animais à extinção...então o verde das florestas francesas parece quase pornográfico. É de uma hipocrisia política, económica e social gritante!
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