sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um peso; duas medidas


Ontem, fui surpreendida por um documentário na France Deux sobre "a moda da madeira" em França. Fiquei a saber que, 40 por cento da madeira que os franceses compram - para o soalho, algumas paredes, tectos e casas inteiras - é madeira ilegal, normalmente exótica, que entra no país com os lotes da madeira legalmente importada, e é proveniente da floresta amazónica do Brasil, da Indonésia, da Sibéria e do norte da Europa (Finlândia e Noruega, por exemplo).
O representante de uma ONG ecologista andou pelos grandes espaços comerciais franceses a verificar a origem da madeira importada: era toda de origem duvidosa do Brasil, da Indonésia e da Sibéria. Só um pequenino lote de tábuas de revestimento para o chão tinha a etiqueta de "amigo do ambiente", com os números de série de importação e país de origem bem visíveis.

Parece fácil o discurso ecologista dos franceses (antes de Copenhaga ficámos todos com a impressão que era "muita parra para pouca uva")... mas quando percebemos que é o mercado francês que alimenta a desflorestação selvática da Amazónia e a condenação dos índios e dos animais à extinção...então o verde das florestas francesas parece quase pornográfico. É de uma hipocrisia política, económica e social gritante!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Limpeza e reconstrução na Madeira

Que lição ao mundo estão os madeirenses a dar! Voluntariamente, toda a população se está a entreajudar e a trabalhar na limpeza da ilha e na reconstrução. Gente forte e organizada. Sim senhor.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Catástrofe na Madeira

"Construir é colaborar com a terra" princípio , já de Adriano, citado por Manuel Correia Fernandos, arquitecto urbanista, na RTPN. Contrariar de forma inimaginável a força da natureza é ficar sujeito a que a natureza se vingue. Ou seja, desviar cursos de ribeiras e rios e construir selvaticamente nas colinas...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010




Faria hoje 66 anos...

"Toda a infância, em horizonte
que defronte se levante.
(Junto a mim, alguém que conte.
Alguém que conte e que cante).

Toda a infância — num aceno
que do céu faça sinal
a este serão tão sereno
de Natal,

e hoje ao menos me transponha,
lá do extremo do confim,
ao pequeno que sonha
em mim —

Criança que morreu,
deixando-me aqui assim
a sós entre mim
e eu!"

em "Mote para Motim" - página 90



Lançamento do livro
Lançamento do livro: Rodrigo Emílio - Antologia Poética.

Conta com uma actuação de José Campos e Sousa e os conferentes Manuel Varella e José Valle de Figueiredo.

Dia 20 de Fevereiro, na Sociedade Histórica da Independência Portuguesa, no Palácio da Independência, sito ao Largo de São Domingos, n.º 11, às 18 horas, em Lisboa.


Antologia poética de Rodrigo Emílio
Antologia poética de Rodrigo Emílio, com organização e introdução de Bruno Oliveira Santos e prefácio de António Manuel Couto Viana, publicada pela Areias do Tempo.

“(…) o que mais caracteriza a poesia de Rodrigo Emílio é precisamente esse dom da construção certeira, o domínio verbal e o plástico jogo de palavras, num sortilégio poético ao alcance de poucos. (…)”
“Esta antologia reúne assim poemas de uma voz única, alheia a escolas e correntes literárias.”

Bruno Oliveira Santos

N.º de páginas: 292
PVP: 10€
ISBN: 978-989-95975-3-2

Encomende directamente pelo email areiasdotempo@gmail.com

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Liberdade de expressão

Colocar a liberdade de expressão em causa numa audiência parlamentar é um disparate. Como disse o comentador da Visão na SIC, Filipe Luis, há um problema de focagem desde o princípio. "O que interessa saber é a manobra da Ongoing na Impresa e coisas do género".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Urgência de Portugal

Agora, que o primeiro-ministro português afirmou que não precisa de Bruxelas para nada, como precisou a Grécia, e há um défice comprovado de democracia com muita promiscuidade entre o poder político, poder judicial e poder económico - comprovada principalmente com o caso Casa Pia... e os outros todos que toda a gente conhece, acho que, muito mais do que a moçao de censura evidente que deve ser feita ao governo, o Presidente da República deve intervir. Por menos, o Presidente Jorge Sampaio fez cair o governo.
E se o momento não é oportuno para recomeçar tudo o que foi reiniciado apenas há quatro meses, e o Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, mantiver a necessidade de união do país e defesa do estado de direito, então deve pedir explicações menos formais e mais verdadeiras ao primeiro-ministro sobre os casos que tantas dúvidas estão a suscitar.
Para reeguer a estrutura económica e social do país, há que dar um governo de sábios (como em África) a Portugal.Mesmo que seja difícil escolhê-lo. E deve ter os melhores da esquerda à direita. Deve ser constituído por gente que queira o bem do seu semelhante, o bem de todos. Menos do que isso, é nada. Mais vale continuarmos todos nesta sangria de valores e de talentos e a desbaratar Portugal.

Preocupação do SJ português, divulgada em França

Portugal: le syndicat des journalistes "inquiet" de la multiplication des "pressions"
AFP avec Le Monde 11.02.10 | 21h09


Le syndicat des journalistes portugais s'est dit "inquiet" jeudi face aux "pressions et tentatives de contrôle" de la presse au Portugal, après que plusieurs médias eurent dénoncé des cas de "censure" de la part du gouvernement socialiste.

Dans un communiqué, le syndicat des journalistes dit "voir avec appréhension les pressions et les tentatives de contrôle de l'exercice professionnel du journalisme" au Portugal et appelle les journalistes à "combattre la censure".

Cette déclaration du syndicat fait suite à plusieurs polémiques ayant impliqué ces derniers mois le Premier ministre José Socrates, accusé par des journalistes d'avoir obtenu leur mise à l'écart.

La plus importante affaire, liée à la suppression d'un journal de la télévision privée TVI, avait surgi en pleine campagne des législatives en septembre dernier. Le Premier ministre avait alors été accusé d'avoir obtenu la tête de la présentatrice du journal, Manuela Moura Guedes, avec laquelle il était en conflit ouvert.

La semaine dernière, un autre journaliste, Mario Crespo, présentateur sur la télévision privée SIC, avait lui aussi "dénoncé le désir exprimé par le Premier ministre de le voir éloigner", rappelle le syndicat des journalistes.

Quelques jours plus tard, l'hebdomadaire Sol avait accusé José Socrates, sur la foi d'extraits d'écoutes judiciaires, d'avoir mis en place "un plan pour contrôler les médias".

Ces écoutes, réalisées dans le cadre d'une enquête pour corruption, avaient été classées fin novembre par le ministère public qui avait alors jugé qu'elles ne contenaient "pas d'éléments probatoires qui justifient l'ouverture d'une enquête à l'encontre du Premier ministre".

Au lendemain de leur publication, José Socrates avait dénoncé une "infamie" et critiqué "un journalisme de trou de serrure, qui se base sur des écoutes téléphoniques et des conversations privées".

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Documentario obrigatório

O canal Arte emitiu um documentário na passada terça-feira, 9 do corrente, com o título "Les effroyables imposteurs", de Ted Anspach. Continua no site do Arte para quem quiser ver.
É sobre a sombria invasão da informação pelos representantes de ideologias fundamentalistas estranhas à Europa na internet - sabemos que os sites de desinformação da CIA e outras agências internacionais são muitos, mas trata-se de outra raíz, que até press cards fornece aos activistas colaboradores.
Um dos sites visados, o Alter Info, em França, é um que se assume como site de press alternativo e de cidadania. Procurem-no e explorem. Não quero ser aqui ofendida como "sionista" ou algo do género. Até sou católica apostólica romana.
Mas antes do mais sou jornalista: não posso suportar a ideia de que iranianos pagos pelo Hezbollah tenham identificações falsas de "jornalistas", e depois o site onde divulgam propaganda como informação especializada, neutra e científica, forneça o site Le Post, tido como o mais independente site patrocinado pelo Le Monde. E depois o director do le Monde venha defender o jornalismo isento na segunda parte do mesmo documentário.
No julgamento em França, que impôs quatro meses de suspensão ao director do Alter Info, o mais efusivo apoiante - entre a fina flor dos propagandistas islamitas e pró-terroristas árabes, era o presidente do "Colectivo Sheik Yassine". Lembram-se? Aquele ser tolhido que, em Gaza e para o mundo, transbordou ódio até morrer.
Gritava, à porta do tribunal francês, pela liberdade de informação. O operador de câmara do canal Arte, com credenciais genuínas, foi impedido de continuar a filmar. Os apoiantes islamitas radicais, continuaram alegremente a filmar com telefones para os seus blogs.
A democratização da informação versus manipulação. A ver obrigatoriamente.
Os links não estão aqui propositadamente, assim como as fotos dos envolvidos.

Tempestade de Neve....está a tornar-se repetitivo


"Oh p'ra mim" a atravessar a escola central entre a minha casa e a euronews, na pausa do almoço!!! Tá "brabo", aqui...mas fresquinho e lindo!!! Não deu para atravessar o jardim e ir directamente para casa...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Todos absolvidos no caso do furto de areias

JN 2010-02-06
por ANTÓNIO SOARES
Tribunal disse que nada foi provado e elogiou arguidos.

O tribunal de Viana do Castelo absolveu ontem, sexta-feira, os dois industriais de dragagens e os dois antigos responsáveis do Instituto Portuário do Norte dos crimes de furto de areias no valor de 3,6 milhões de euros (os primeiros) e gestão danosa (os segundos).

O tribunal considerou que os crimes não foram provados e até elogiou os arguidos por terem recuperado uma zona que mais parecia uma "zona de guerra". À Rádio Geice, Ricardo Sá Fernandes, o advogado dos responsáveis da empresa de dragagens "Arnor", que havia pedido a sua absolvição, considerou que "este processo nunca devia ter chegado a julgamento".

A opinião é partilhada por Paulo Samagaio, que defendeu os dois ex-gestores do Instituto Portuário, que salientou o facto de o processo ter tido início numa denúncia anónima, disse que o tribunal não teve dúvidas quanto à legitimidade da actuação dos dois responsáveis.

O próprio Ministério Público já tinha admitido a absolvição dos dois ex-gestores do Instituto Portuário do Norte e aconselhara a suspensão da pena de três anos e meio de cadeia que pedia para os industriais. O tribunal acabou por absolver toda a gente.

Os dois ex-administradores do Instituto, Marcília Montenegro e António Mimoso, estavam acusados de administração danosa e de terem lesado o Estado em 1,2 milhões de euros, por terem permitido dragagens indiscriminadas.

Os responsáveis pela empresa de extracção de inertes eram acusados de, entre 1999 e 2003, na Figueira da Foz, Aveiro e Viana do Castelo, aproveitando os alvarás concedidos pelo Instituto, se terem apropriado de pelo menos 600 mil metros cúbicos de areia no valor de quase quatro milhões de euros.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ETA escolhe bem os vizinhos

Incrível esta história da ETA em Óbidos...principalmente a escolha da vivenda num tranquilo bairro residencial onde havia, pelo menos, dois agentes da PSP a viver com as respectivas famílias!
De aplaudir a acção da PJ e da GNR nesta operação e na outra (mesmo que de outra índole), no Alentejo, de "caça" aos autores de "carjaking". O facto de serem brasileiros deve suscitar a revisão do acordo sobre entrada de cidadãos estrangeiros com cadastro ém Portugal. Esssa ponte luso-brasileira é viável enquanto nao servir para refúgio doos criminosos de um de outro lado do Atlântico.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Impunidade dos fundamentalistas

A ligeireza com que os evangelistas americanos estavam a raptar crianças haitianas devia alertar as autoridades mundiais para a impunidade de tantos desses grupos de fundamentalistas, tanto a nível de extorção do dinheiro dos fiéis como a nível da educação das suas crianças e distorção da história dos seus países e da humanidade em geral.
Em todas as guerras que cobri como jornalista encontrei essa gente: igreja do sétimo dia, universal do reino de deus, luteranos do Canadá, etc...nos locais mais longínquos, nas situações mais estranhas. Em comum tinham o proselitismo e abuso da boa fé dos desprotegidos.... em Luanda, a seguir às eleições mas ainda em guerra, a "igreja" do bispo Edu Macedo (o multimilionário brasileiro de mau gosto, sim) recolhia baldes de dinheiro nas celebrações...eu vi do segundo andar de um prédio em frente, porque se passava num armazém com uma abertura entre as paredes e o telhado. E baldes de dinheiro de quem anda descalço é algo que custa observar...
Parece que devemos passar a contar com os cientologistas - que se estrearam no tsunami da Tailândia, estiveram em Nova Orleães depois do Katrina e agora não esqueceram o Haiti.
Fundamentalismo e oportunismo na desgraça são absolutamente intragáveis.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Rosa Lobato Faria

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A Rosinha teve mesmo de ir embora, mas deixou obra que nos sacia até à nossa partida também. Acabo de ouvir um poema, por Victor de Sousa, que não conhecia e me sensibilizou imenso (tenho de o ler com tempo, mas só sei que foi escrito em 1984): "A minha morte". Para mais, ela tinha humor. Além do amor à vida.

A caras publicou uma parte do poema de que tanto gostei, dito pelo filho João Sacchetti na cerimónia fúnebre:

"Se eu morrer de manhã
abre a janela devagar
e olha com rigor o dia que não tenho.
Não me lamentes. Eu não me entristeço:
ter tido a noite é mais do que mereço
se nem conheço a noite de que venho.

(...)"

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Censura para governar o ingovernável

Discutir na praça pública o profissionalismo ou a saúde mental de um jornalista depois de, atabalhoadamente, o tentar silenciar, é a última gota de água que Portugal precisava - a sociedade, a classe política e mesmo a classe jornalística.
Já se adivinhava o fim das crónicas de M.C. há muito...principalmente quando começaram a ser divulgadas via email. O primeiro passo para esta vergonha pública foi dado com a intromissão de Sócates e Brown no processo McCann, que deu na retirada do mercado, na censura, do livro de Gonçalo Amaral.
Silenciar jornalistas depois de silenciar inspectores é, na verdade, o último passo rumo ao abismo, de um país onde o poder judicial e o poder político se corrompem mutuamente, se confundem no desrespeito continuado das vítimas e dos que esperam justiça, em geral.
Só falta "fechar a torneira" a Pedro Namora, e arquivar de vez o processo da Casa Pia, não é?