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Anna Politkovskaiia foi encontrada morta no elevador do prédio em que vivia, no dia de aniversário de Vladimir Putin, a 7 de Outubro de 2006.
Foi uma vizinha que a descobriu. Os polícias, mais tarde, também recolheram no local uma pistola Makarov de 9 mm e quatro cápsulas de balas. Três anos depois, apesar de todas as provas, os culpados continuam em liberdade e a investigação derrapa.
O assassínio desta jornalista, figura de proa na Rússia da oposição ao presidente Vladimir Putin e ao governo fantoche da Tchetchénia, provocou uma onda de choque na Rússia e no Mundo.
O presidente russo não reagiu durante três dias. Só se pronunciou aquando do funeral, durante uma viagem à Alemanha:
"Quem tiver feito o crime, e quaisquer que tenham sido as motivações, leva-nos a constatar que é uma crime horrível, lamentável pela crueldade, e que não deve ficar impune. "
A realidade demonstrou o contrário. O inquérito deu em nada e fica impressão que os culpados não foram verdadeiramente procurados. Anna já tinha sido envenenada com um chá num avião das linhas estatais, dois anos antes, e as ameaças por email continuaram sempre, até à morte.
Em Junho de 2008, o inquérito foi encerrado. Quatro suspeitos foram ouvidos à porta fechada, mas foram libertados por falta de provas.
Os irmãos Makhmoudov, de origem tchetchena, e Sergueï Khadjikourbanov, um antigo polícia, foram novamente ouvidos no Supremo Tribunal em Agosto passado. Foi o segundo processo interrompido. Baixou à primeira instância em Setembro.
No último artigo, inacabado, Anna Politkovskaïa acusava as forças tchetchenas de recorrer à tortura contra so civis e presumíveis rebeldes.
E era precisamente a acusação que repetia a amiga e militante dos Direitos do Homem, Natalia Estemirova, abatida em Grozny, no passado mês de Julho.
AS duas mulheres eram demasiado críticas para o regime de Ramzan Kadyrov, o presidente tchetcheno que tem a confiança do Kremlin.
Ontem, conseguiu ganhar o processo de difamação que tinha contra a ONG que o acusa da morte da activista. Os advogados constataram no tribunal "a tendência para os críticos de Kadyrov acabarem mal".
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