É o Dia dos Mortos
dos que plantámos
num diáfano céu
de obscuros véus
sagrados e puros
onde a mortalidade dos erros
não toca
mas onde também
o nosso beijo não chega.
É o Dia das Sortes
que os americanos
transformaram em abóboras....
dias sem norte
fósforos sem glórias.
Pfff
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Juros dos empréstimos bancários
Os juros dos empréstimos bancários:
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Europa a duas velocidades: Portugal à frente e França atrás
Pergunta que enviei para a UE através do Portal UE
O Estado pode permitir aos privados, franceses e espanhois, terem cisternas de combustível enterradas nos jardins, para aquecimento, sem verificar, ao longo dos anos, se têm fissuras? É o caso de uma cisterna que, há três dias, verte combustível e afeta todas as casas. provocando vómitos, palpitações e dor de cabeça. Em Portugal só às empresas se permite tal coisa. E não há em França, como em Portugal, uma polícia como a ASAE, que fiscaliza tudo o que tem a ver com higiene e saúde pública? Por exemplo, eu trabalho numa redação com alcatifa que nunca é lavada e já sofremos duas pulverizações contra as pulgas enquanto fazíamos as notícias. Nada disto parece normal. Também não parece normal os restaurantes e demais estabelecimentos abertos ao público, incluindo centros comerciais, e instituições francesas não terem wc para serviço dos utentes. Há uma Europa onde se cumpre e outra que passa ao lado de todos os princípios básicos da nossa civilização europeia?
Agradeço que me respondam com uma certa urgência, já que o problema do fuel subterrâneo se arrasta há três anos e piorou com esta nova fuga, intoxicando todos à passagem.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Erasmus festeja 25 anos
A Visão apresenta testemunhos sobre o Erasmus. O da minha filha Marta está "delicioso"
Marta Beja, Liverpool, Psicologia, 2003
Marta Beja, Liverpool, Psicologia, 2003
sábado, 20 de outubro de 2012
Homenagem a Manuel Pina, Poeta Vivo
Dou-te o meu poema, Manel, um....
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É simples poetar como se o mundo
de gente com auréolas de espuma
e bolinhas gordas a fazerem balão e
a dizerem "sim quero"
distorcem a realidade
o mundo fazer de conta que sim
que o quotidiano não é nada de mais
se fizermos como a pastilha elástica
e planearmos um mundo de nim e sal:
nim para zen
e sal para acordar das mágoas divinalmente
que os balões rebentam
quando se desvanecem no horizonte.
Poetar brilhantemente o manto roto
em que tropeço, absorta e tonta,
como se o mundo fosse meu
e um corvo lembrasse num repente
que nim não é nem não nem sim
e que para zen
o sal greta as vagens.
de gente com auréolas de espuma
e bolinhas gordas a fazerem balão e
a dizerem "sim quero"
distorcem a realidade
o mundo fazer de conta que sim
que o quotidiano não é nada de mais
se fizermos como a pastilha elástica
e planearmos um mundo de nim e sal:
nim para zen
e sal para acordar das mágoas divinalmente
que os balões rebentam
quando se desvanecem no horizonte.
Poetar brilhantemente o manto roto
em que tropeço, absorta e tonta,
como se o mundo fosse meu
e um corvo lembrasse num repente
que nim não é nem não nem sim
e que para zen
o sal greta as vagens.
O mundo exige histórias
e a alma da escriba inscrita nas viagens...------------------------------------------
Editoria:
Manuel Pina,
poesia,
Poeta morto
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Uma carta pertinente e pública
Joaquim Amaro
Urbanização Quinta João de Ourém, Lote 8- 2.º Direito
8700-132 Olhão
Exmo. Senhor
Doutor Miguel Macedo
Ministro da Administração Interna
Praça do Comércio
1149-015 Lisboa
Registada c/ Aviso de Receção
Olhão,25/09/2012
Senhor Ministro,
Com os meus cumprimentos, dirijo-me a V. Excelência verberando as suas recentes declarações que transcrevo:
“Portugal é um País com muitas cigarras e poucas formigas”
Esta sua afirmação leva-me a concluir que o Senhor Ministro por ignorância ou desconhecimento, não sabe interpretar o sentido da fábula da cigarra e da formiga.
Eu explico:
As formigas são a maioria dos Portugueses que o Senhor ofendeu com a sua infeliz afirmação, que trabalham (aqueles que têm trabalho) e levam para casa uns míseros trocos para o sustento das suas famílias.
Para que o Senhor Ministro meça no futuro as suas palavras, não resisto a contar-lhe a fábula como eu a conheço:
Aqui vai, nasci no longínquo ano de 1939 numa freguesia rural do Alentejo.
Sou filho de um camponês que tinha mais cinco descendentes, sendo eu o mais velho.
A formiga era o meu pai que trabalhava de sol a sol (assim como uma grande parte dos portugueses).
Ouso perguntar-lhe: O Senhor Ministro alguma vez na sua vida ouviu cantar o galo? Eu disse galo, não disse cigarra, essa certamente já a ouviu, porque elas só cantam com o sol em pleno.
Era precisamente à hora que os galos cantavam no verão entre as 4,30 horas e as 5,00 da manhã que ele se levantava para ir trabalhar. Levava no alforge um bocado de pão, azeitonas, toucinho ou chouriço, quando o havia e iniciava mais um dia de calvário calcorreando cerca de 2 léguas a pé para chegar à Quinta de São Pedro, onde trabalhava.
Chegado ali, dirigia-se às cavalariças para aparelhar as mulas, dar-lhes de beber e alguma ração e em seguida iniciava os trabalhos consoante a época do ano e que consistiam, em lavrar e arar a terra, semear, mondar, ceifar, debulhar as sementes e muitos outros serviços inerentes à atividade agrícola.
O Senhor Ministro antes de dizer aquelas “palermices” tem consciência do que é estar à boca de uma debulhadora ou a ceifar sob o tórrido sol do Alentejo? Eu respondo por si; não tem porque o Senhor nasceu em berço de ouro.
Quando o sol desaparecia no horizonte, no verão cerca das 21,00 horas, dirigia-se às cavalariças, desaparelhava o gado, dava-lhes água, palha e ração e regressava a casa, muitas vezes debaixo de grandes intempéries (isto no inverno, como é óbvio), atravessando ribeiras e trilhando caminhos cheios de lama, muitas vezes às escuras e com um feixe de lenha às costas para os filhos se aquecerem no inverno. Ceava qualquer coisa e deitava-se mais morto do que vivo, porque muitos dias não conseguia dormir com as dores que sentia no corpo.
O Senhor imagina o que é fazer este ritual todos os dias do ano, praticamente sem um dia de descanso a não ser no dia de festa da aldeia, sim, porque neste tempo não havia feriados, nem fins-de-semana.
Tudo isto para trazer para casa uma jorna de 105 escudos por semana, correspondente a 7 dias a 15 escudos diários.
Depois do meu pai chegar a altas horas da noite a minha mãe ia à mercearia do Sr. Silvério, pagar o avio da semana para poder trazer o outro para a semana seguinte, porque se não o fizesse não havia seguinte.
O Senhor Ministro comeu alguma vez pão com 8 dias ou mais?
Com certeza que não porque o Senhor nunca comeu o pão que o diabo amassou, como diz o povo do qual se arvora em defensor.
O Senhor alguma vez ouviu falar nas cadernetas de racionamento?
Certamente pensará que estou a ironizar. Não estou não senhor. Não se trata de uma caderneta de cromos era um livrinho que foi distribuído às famílias para controlar o consumo a que estavam autorizados e obrigados ao tempo.
Sabe o Senhor Ministro o que é que esta formiga amealhou durante os anos em que viveu e tanto se sacrificou? Eu digo-lhe, miséria e fome, tal como alguns milhões que o senhor infelizmente apelida de cigarras.
Sabe qual foi a escolaridade dos meus irmãos? Nenhum chegou à 4.ª classe, porque tiveram que ir guardar porcos e trabalhar no campo para minorar a pobreza do agregado familiar.
Agora espero que tenha compreendido na verdadeira aceção da palavra, o papel da formiga, comento o papel da outra interveniente na fábula.
A cigarra é o Senhor que está no governo e muitos outros que por lá têm passado que conduziram o País à miséria e quase à bancarrota, arvorando-se em defensores dos desprotegidos e dos mais pobres, que são afinal as únicas vítimas da crise e dos desmandos que os senhores estão a praticar e praticaram.
A cigarra são os senhores bem-falantes que estão na Assembleia da República, com bons vencimentos, mordomias e privilégios que ninguém tem, que se intitulam defensores do povo. Qual povo, qual carapuça, os senhores são é defensores dos “tachos” quando aí estão e quando saem para a vida privada. Afirmam muitos que para servir o País e a bem de Portugal, estão a perder dinheiro.
Como tenho pena dos “coitados”. Porque não experimentam viver com o salário mínimo nacional durante uns anos? Porque não têm a reforma só aos 65 anos como a maioria dos portugueses, aqueles que apelidam de cigarras?
A cigarra leva a vida a cantar é o que vocês fazem tentando adormecer os portugueses. Cuidado que eles estão a despertar e o feitiço pode voltar-se contra o feiticeiro e de repente o tapete desaparece debaixo dos vossos pés e ainda podem vir a ser responsabilizados pelo mal que têm feito a este triste País.
Levam uma vida faustosa e de luxúria com bons carros, motoristas, grandes banquetes e sabe-se lá mais o quê e ainda têm o descaramento de chamar “cigarras” aos desgraçados que têm espoliado escandalosamente, contrariando inclusive a própria Constituição da República. Os Senhores foram mandatados para nos governar, não para nos “desgovernar”.
Sabe o Senhor Ministro porque temos muitas cigarras e poucas formigas, eu explico:
Porque os senhores são muitos e para cúmulo mandaram quase um milhão de formigas para o desemprego e para a miséria. Foram os senhores e os vossos antecessores, que mercês das vossas políticas desastrosas acabaram com o aparelho produtivo do País.
Foram os políticos que estiveram nos sucessivos governos que, escudados na obrigatoriedade de cumprirem diretivas emanadas da União Europeia, acabaram com a agricultura, com as pescas e outras atividades que eram o sustentáculo da produção nacional ao ponto de não sermos mais autossuficientes em alguns produtos.
O Senhor Ministro lembra-se ou alguma vez viu os campos verdejantes do Alentejo cobertos de trigo, cevada, grão, milho e outros cereais? Lembra-se de campos cobertos de papoilas e malmequeres?
Sabe o que vejo atualmente nesses campos outrora verdejantes e cultivados?
Vejo-os ao abandono e desertificados.
Triste realidade a que nos conduziram. Houve evolução depois do 25 de Abril, houve sim senhor. O País melhorou em muitos aspetos; melhorou sim senhor. Piorou noutros; piorou.
Deixou de haver respeito e palavra de honra, não se respeitam as autoridades, as instituições, os professores, os mais velhos e quanto à palavra de honra à gente que não sabe o seu significado, incluindo os políticos do seu governo que hoje dizem uma coisa e amanhã outra. Diz-se que navegam à vista, eu, diria navegam ao sabor das correntes, isto é, dos seus interesses.
É por causa das vossas políticas que as empresas abrem falência diariamente e são mandados para o desemprego milhares de portugueses que vão engrossar o número das “cigarras”.
O mais grave é que teimosamente os senhores não reconhecem os vossos erros.
A seu tempo o Imperador Napoleão Bonaparte censurou um dos seus generais de brigada e disse-lhe o seguinte:
“Junot o mal não está no erro, está na persistência do erro”
Este recuou na sua estratégia. Os senhores também recuam para depois investirem de forma mais austera, tendo sempre como destinatários os mais desfavorecidos e aqueles que trabalham.
Em suma, sempre os mesmos.
Dizem as cigarras estar preocupadas com a justiça, com a corrupção, com a fuga ao fisco e muito mais. O Dr. Paulo Morais, sabe e disse-o na televisão e numa entrevista no Correio da Manhã, onde está instalada a corrupção. Porque não lhe perguntam?
Certamente que ele vai colaborar e eu também, dizendo que estão instalados na Assembleia da República que é afinal o centro de todas as decisões.
Os lobby’s e os interesses instalados não abdicam dos seus privilégios e assim torna-se muito difícil tomar medidas estruturais.
Os problemas de Portugal além de estruturais são económicos. Se não produzimos, não exportamos e diminuímos o consumo interno.
Diminuindo o consumo interno asfixiamos o mercado nacional e somos obrigados a importar, fator que implica o agravamento da nossa balança comercial.
Deixo estas apreciações aos senhores economistas que tudo sabem, mas, que raramente estão em sintonia com as causas com que nos debatemos.
Não vou alongar-me mais Senhor Ministro, apesar de ter muito para lhe dizer. Quando assisto aos debates na Assembleia da Republica, quase sempre nas vossas interpelações, oiço alguns gracejos, pelo que não devo bater-lhe mais, para não o deixar cheio de nódoas negras, mais, do que aquelas que já tem com a sua atuação que espero em breve ver julgada pelos portugueses.
O Senhor Ministro sabe a tristeza que eu sinto, quando perpasso o olhar pelo hemiciclo e oiço os senhores falarem em sacrifícios que os portugueses precisam de fazer para sair da crise e vejo um grupo de “emproados e anafados deputados”, defendendo as suas damas e acusando-se uns aos outros. Sim porque a culpa é sempre dos outros.
Senhor Ministro depois de ter ofendido a maioria dos portugueses que o elegeram, sugiro-lhe que se demita ou apresente a todos as suas desculpas, dizendo que as suas palavras foram deturpadas e foram reproduzidas fora de contexto? Aliás o final da sugestão é o que normalmente acontece quando os governantes metem “a pata na poça” como diz o povo. Reconhecer os erros é humildade, precisamente o contrário de arrogância.
Ouso perguntar-lhe se já viu a foto da menina que na manifestação de 19 do corrente junto ao Palácio de Belém, está a abraçar um polícia e que está a correr mundo nas redes sociais?
Se ainda não viu; veja que é elucidativa. Espero que o pobre coitado não seja castigado, pois, apesar de ter muita vontade, não esboçou sequer um sorriso apesar de a garota ser linda e muito ternurenta.
Penso que o elucidei sobre a verdadeira essência da fábula acima descrita para que não cometa mais “argoladas”
Reitero os meus cumprimentos,
.
Joaquim Amaro
B.I. 1346083
Nota - Esta carta respeita as normas do novo acordo ortográfico.
COM CONHECIMENTO: Aos Grupos Parlamentares do P.S.D. / P.S. / C.D.S./P.P. / P.C. / B.E. E P.E.V..
Editoria:
as cigarras e a s formigas,
crise em Portugal,
Governo,
Miguel Macedo
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Drogas psicadélicas ou de homem para Homem
Eu gostava imenso de tomar LSD em substituição da minha seretonina natural, cerebral. Dizem que nos põe a milhas da lógica e do pensamento que não reconstruimos sozinhos. Género: potencia os neurotransmissores. Ás vezes... demais.
O canal franco-alemão ARTE está a dar um documentário sobre o assunto e coloca os cogumelos alucinogénios ao mesmo nível que o LSD para curar dores de ADF, agudas, nevrálgicas e crónicas, apenas suportáveis depois de duas botijas e meia de oxigénio.
A questão é que não posso tomar, logicamente, LSD.
Não por medo da lei, não receio sanções apesar de lhe seguir os princípios.
Mas por medo de mim e do que um potenciador da seretonina possa fazer com as recordações de guerra que guardei, enterradíssimas nos cantos mais obscuros do meu sotão de neurónios.
A CIA, o Pentágono, o exército norte-americano e britânico deram aos soldados o produto para estudar as consequências da obra feita no terreno. É doentio.
Os serviços secretos consideraram que as drogas psicadélicas potenciavam desde a resolução de equações à planificação de obras. Estimularam a criação com alucinogénios como a mescalina tal como um catalizador social.
A questão é que os delírios e os suicídios se sucederam.
Os estudos cientificos dos alucinogénios terminaram, nos Estados Unidos, em 1965, Oficialmente.
Os problemas aliados aos testes continuaram no Canadá, por um cientista canadiano. nas últimas décadas. Os membros da equipa venderam a droga em papel embebido no mercado internacional. Nunca mostraram remorsos.
Em Zurique, estudam-se agora os efeitos da atividade cerebral modificada. Fazem-se cartas cerebrais como mapas da estrada. Continuam, é claro, a fazer-se em plena trip com a seretonina a ativar na base do cérebro. Chegaram à conclusão que o trabalho com os esquizofrénicos lhes tem sido benéfico.
Ninguém quer saber das experiências das alucinações dos "janados". Na altura dos pesadelos, das "más trip's", os cientistas não aparecem e os médicos das urgências não têm ideia daquilo que enfrentam.
A angústia dos objetos da experiência não é alvo de nenhuma limitação legal: é enquadrada no caso das depressões causadas por psicóticos pi... antipsicóticos, quiça...
As substâncias são perigosas e os pacientes ou aventureiros podem ficar presos dessas más viagens.
A paranoia e o delirio destes viajantes fechados em si para sempre, foi encerrada no diagnóstico dos psicóticos. Ninguém se lembrou de criminalizar os cientistas que fizeram destas pessoas cobaias.
Editoria:
de homem para homem,
drogas psicadélicas
Pobre país sem lei, nem eira nem beira...
Em relação ao meu post de ontem, nem de propósito: na pausa de almoço fui a casa e "zappei" a tv enquanto fazia o almoço. A pobre mulher de um condenado a 23 anos de prisão por ter morto o pai (na sequência das desavenças em partilhas) falava do estigma que sofre, com toda a família, em Vila Verde, Chaves. Depois de um bocadinho, para minha surpresa, a "entrevistadora" Júlia não lhe perguntava nada sobre o recurso ou sobre o processo...não...só o espetáculo da desgraça de quem sofre "a prisão do lado de fora".
Pois, por aquilo que ouvi, Carlos e Isabel queixaram-se repetidamente à GNR e à PJ de violência doméstica e ameaças de morte por parte do irmão e do pai (cunhado e sogro da mulher do réu), no tempo que durou a contenda familiar e antecedeu o drama.
Numa das situações, Carlos sofreu, pelas mãos do irmão - vários ferimentos causados por arma branca; noutra situação a GNR apreendeu várias armas de fogo ao pai.
Nada disto serviu de atenuante perante o magistrado que condenou Carlos a uma pena de prisão de 23 anos na sequência de novo ataque do pai, quando vinha do campo com uma foice na mão e, a quente, se defendeu e, surpreendido viu o atacante cair a sangrar.
Não compreendo. Por mais voltas que dê, não compreendo como é que múltiplas queixas de violência doméstica comprovadas não servem de atenuante num caso evidente de autodefesa.
É assim que vão terminar todos os casos de violência doméstica em Portugal enquanto os congeges ou filhos dos legisladores não sofrerem na pele o mesmo estigma? A mesma violência?
Pobre do meu país...
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
O estado da justiça (na Figueira e em Portugal)
Que a crise afeta tudo, é um dado adquirido. Mas que o Estado português imponha aos magistrados a libertação de assaltantes toxicodependentes sem tratamento (que roubam diariamente para a dose), gangues de ciganos com cadastro, "mitras", menores, fugidos à escola e às famílias" que servem de batedores aos ladrões, etc...é uma violação das mais elementares normas de segurança.
É também uma frustração para os agentes que arriscam diariamente a vida para os apresentar no tribunal, com as devidas provas ou apanhados em flagrante delito.
Não cabe na cabeça do mais irresponsável legislador que um meliante que encoste uma arma à cabeça de uma jovem (no segundo assalto da semana), seja libertado pela segunda vez com a obrigação de se apresentar à polícia todas as semanas. Se ele vai a tribunal duas vezes por semana, para que raio deve apresentar-se na esquadra?
As pessoas sáo obrigadas a vender o ouro por causa das necessidades financeiras, sim, mas também porque não o podem usar como outrora. É isso ou fechá-lo num cofre do banco.
Sera que se eu fizer uma arma de defesa com álcool e malaguetas, um gás pimenta caseiro para atrapalhar os meliantes e lhes bater com uma tranca na cabeça terei que indemnizar alguém? Responder em tribunal? Serei presa?
Claro que isto só se passa em Portugal. Aqui em Ecully, Lyon, há câmaras de vigilância em todos os postes de luz e -desde que não seja apanhada por um gangue em peso, não há ladrão que se atreva a ser identificado na rua.Há coisas piores, é certo, radicais salafistas que fazem uns estágios no Iémen e na Somália para estarem a postos para colocar umas bombas quando a ordem vier. São 400 ativos e uns 20 mil adormecidos...
Mas o que me choca em Portugal, e na Figueira da Foz em particular, é que, com os assaltos que tem havido diariamente, com as marcas de garrafas vazias, escritos nas caixas de eletricidade e camisolas penduradas nos portões, a polícia se abstenha de prender os vigias antes dos assaltos por saber que o tribunal, alegremente e como se nada fosse, os solta. Assim como liberta violadores e pedófilos durante a eternidade em que se sucedem os recursos dos processos, e enquanto recolhem as provas dos abusadores, já condenados por violência doméstica, para prolongar por mais de um ano, a instrução de processos que, em muitos casos não se chegam a julgar por causa da morte anunciada das vítimas.
O estado da justiça em Portugal é lamentável e tem de ser levado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, já que os sucessivos governos acham que não é politicamente correto construirem prisões ou manterem os corrécios dentro, mas consideram aceitável manter pedófilos condenados a mais de uma dezena de anos com uma bracelete, em casa e em festas mundanas a dar entrevistas...e até consideram aceitável nem sequer os condenarem a penas pesadas de detenção.
A Figueira tem sido uma montra do inexplicável laxismo das autoridades portuguesas. Não há fechadura nem corrente que vede a entrada aos vadios do sistema. Não há ameaça não há proteção. E é tempo que alguém decida resolver o problema, é tempo que os cidadãos invoquem o direito à cidadania, se reunam, exijam a proteção que lhes é devida, se entreajudem clamando pela responsabilidade dos eleitos a quem mandataram para gerir a autarquia, a região, o país.
Caso contrário as coisas vão acabar muito mal.
Editoria:
estado da justiça,
Figueira da Foz,
Portugal
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