segunda-feira, 30 de maio de 2011

Uma mera opinião sobre Mladic

O tenebroso filho de Ratko Mladic, de sua graça Darko como as coisas negras, veio a público dizer que o pai não só não tem nada a ver com os massacres de que o acusam como deu ordem para os seus soldados, em primeiro, salvarem os feridos, as mulheres e as crianças e só depois fazerem prisioneiros entre os soldados.
Nunca vi tamanho cavalheirismo. Principalmente com a omissão da sorte reservada aos rapazes e adultos do sexo masculino.
Só em Srebrenica foram 8000. E se custa arranjar 8000 balas para distribuir assim sem justificação.
Mladic, segundo o responsável pela investigação do TPI, em 1996, resolveu o problema melhor do que Hitler, por exemplo, em Ulrich: trouxe a escavadora para o terreno e colocou grupos de 250 homens à volta dos buracos, cercados pelos soldados. Depois, com o braço da escavadora, empurrou os homens para dentro. Só gastou balas com os que tentaram fugir.
Em Sarajevo, não atentou contra a humanidade apenas com bombardeamentos: teceu uma rede de nacionalistas tão cegos, que "ir matar civis a Sarajevo", ao fim de semana, chegou a ser um desporto.
Não creio que todos estes criminosos tenham sido elucidados em relação à histórica verdade sobre o gigantesco crime. Em Sarajevo morreram mais de 12 mil pessoas em 43 meses. Mas eu estava lá quando as pessoas respiravam fundo e se preparavam para morrer sempre que era preciso ir buscar água potável, alimentos ou madeira para se aquecer. Estava lá quando queimaram móveis e pregaram as tábuas nas janelas para evitar as balas dos snipers ou as balas perdidas e os estilhaços.
E estive no hospital Kosova quando as médicas eram abatidas no regresso da sua busca por água potável...Executadas por um chefe militar que perverteu a máxima de que, em relação às guerras, há que ter o cuidado de ganhá-las.
A arte da guerra não foi estudada por Mladic, um invulgar e sádico criminoso protegido, durante 15 anos, por um Estado protetor de nacionalistas aprendizes mladicianos.

1 comentário:

fj disse...

bravo, joão! bravo por aquilo que fizeste e por aquilo que aqui escreves!