terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Excessos da humanidade


Claro que o ano tinha de começar em termos noticiosos...e foi triste. A humanidade não muda. O Dubai, que nasceu na areia no último meio século, apesar da bancarrota, pediu um empréstimo a um vizinho - Abu Dhabi, e conseguiu mesmo inaugurar a última das obras públicas megalómanas, o World Dubai. A 14 de Dezembro, o mais rico dos Emirados Árabes Unidos emprestou 10 mil milhões de dólares para o World Dubai poder honrar uma dívida de mais de quatro mil milhões de dólares ao gigante imobiliário Nakheel.
Mas a dívida pública do Dubai ascende a 100 mil milhões de dólares. Por isso, a era dos projectos faraónicos parece estar no fim...ou adiada sine die. Esperemos que prevaleça o bom senso.


Um outro país que choca, pelo abandono a que tem sido votado e que deu mau resultado em termos de fundamentalismos radicais, é o Iémen. Fiz uma pequenina análise para a euronews sobre o assunto.

As condições geográficas e políticas do Iémen parecem ter facilitado a implantação da Al Qaida e de algumas congéneres regionais. A pobreza e a corrupção tornaram a ameaça terrorista tão séria que Washington já não a pode ignorar.
No dia 21 de Dezembro passado, alguns membros da organização fizeram uma das raras manifestações públicas no país, aproveitando a vaga de sessionismo no sul iemenita. Fizeram a apologia da guerra contra os Estados Unidos, repetindo que os americanos e os aliados são o seu principal alvo.
A tentativa de cativar os independentistas para a guerra santa não tem entraves, pois o governo não controla mais do que a capital, entricheirada entre o norte e o sul. A guerra civil com os rebeldes xiitas, desde 2004, esgota o exército. Na anterior guerra civil, dos anos 60, a luta foi travada em dois estados simultaneamente (Iémen do Norte e do Sul), embora os dois estados não se confrontassem directamente. Quem promovia a subversão num deles estava aliado a quem fazia a contra-subversão no outro…o que se passou um pouco por todo o mundo: os dois Vietnames, as duas Coreias...
O Iémen está unificado desde 1990.
Mas as tensões separatistas enfraquecem o poder e fortalecem os radicais islâmicos no sul da península arábica. Na útima década, os terroristas fizeram atentados em todo o território, contra interesses americanos e estrangeiros, em geral. As redes terroristas imnitas reforçaram-se com activistas da Arábia Saudita, do Iraque, do Paquistão e da Somália.
Em 2003, deram a conhecer-se na capital da Arábia Saudita, com três atentados suicidas em simultâneo, num bairro residencial para estrangeiros. Mas já tinham afundado o destroyer americano USS Cole no Iémen.
Em 2006, 20 dos principais suspeitos desse atentado conseguiram fugir da prisão do Iémen, o que suscitou muitas interrogações sobre o envolvimento das autoridades iemnitas e da falta de controlo do país. Dois desses fugitivos (um deles, assessor pessoal de Bin Laden para o Afeganistão), protagonizaram um anúncio de fusão dos grupos terroristas sauditas e iemnitas, em Janeiro de 2009. Logo a seguir começaram os ataques em toda a região.
Os analistas dividem-se quanto ao número de militantes armados da rede AQPA - Al Qaeda da Península Arábica", mas concordam sobre a consistência da ameaça.

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