terça-feira, 21 de abril de 2015

Um milhão na plataforma líbia para a Morte no Mediterrâneo

É indecente que todos falem na travessia mortal e ninguém fale da denúncia do Procurador siciliano de que há um milhão de pessoas presas na Líbia prontas a serem embarcadas para a Europa pelas redes criminosas. Muitas das crianças que vêm já são fruto das violações ocorridas na plataforma do tráfico humano. As mulheres, praticamente todas as mulheres, são separadas dos homens e violadas. Este drama tem de ser resolvido na plataforma do crime na Líbia...deixem-se de paninhos quentes. Quanto aos migrantes e fugitivos da guerra, precisam de ter apoio nos locais de origem e nas vias transmigratórias até à Líbia e outros países que servem como ponto de parida para a rota mediterrãnica mortal.
A Europa deve pedir ajuda aos xeques dos petrodólares, do Dubai e outros, que têm o desplante de ostentar as suas fortunas pessoais, quando o são (petróleo e minerais) da natureza e das populações, e devem contribuir com investimento nos países com que se identificam e onde devem salvar da morte certa estes milhões de jovens desesperados. A Europa está exangue com os próprios sanguessugas que se desculpam com a falta de barcos para patrulha mas pagam viagens constantes aos seus representantes e salários milionários, transmigração de correio entre Bruxelas e Estrasburgo, hoteis em Estrasburgo pagos ao ano inteiro mas onde os euro hóspedes passam apenas uma semana por mês....enfim....com salários normais a UE podia servir melhor a causa pública, com despesas normais e contidas, a UE podia salvar os próprios europeus das consequências da austeridade do aumento da taxa de suicídio na Grécia e Portugal, por exemplo, ajudar os 600 mil jovens portugueses , em que Portugal investiu e que outros países aproveitam, a regressarem à Pátria, com condições de trabalho, de investigação académica, de saúde e educação para os filhos (não venham falar em desertificação do país quando nunca fizeram nada pelas famílias numerosas....). Enfim, estou farta de hipocrisia e de alarmes, dois anos depois de ignorarem completamente as queixas dos sobreviventes da Rota da Morte, fechados em condições indizíveis, ou em campos de fortuna, em Pas de Calais ou em Lampedusa (aqui mais ajudados, que os italianos são mais afetivos e humanistas....)

(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou nesta quinta-feira (12) que é "muito importante" resolver o problema da imigração e a situação da Líbia, país de onde partem diariamente dezenas de embarcações com destino à Europa.
"As polêmicas não fazem sentido, assim como a instrumentalização de algumas forças políticas. Precisamos resolver o problema da Líbia se quisermos evitar que o Mar Mediterrâneo se torne um cemitério", afirmou Renzi, um dia após as agências das Nações Unidas confirmaram que 330 pessoas podem ter morrido em quatro naufrágios ocorridos desde o fim de semana, perto da ilha de Lampedusa, no sul da Itália.
"O problema não é o programa Mare Nostrum ou o Triton. Podemos pedir para a Europa adotar mais medidas, e eu farei isso, mas o problema é político e atinge a Líbia, cuja situação está fora de controle", afirmou Renzi, ao participar de encontros com líderes europeus em Bruxelas.
A tragédia desta semana se soma aos constantes acidentes perto da ilha de Lampedusa, que é uma das principais portas de entrada para imigrantes à Europa. O caso também criou um embate político em Roma, com setores pedindo o retorno do programa Mare Nostrum, lançado pelo governo italiano, mas cancelado em outubro por falta de recursos financeiros. Em um ano, a operação salvou cerca de 150 mil imigrantes.
Em substituição ao Mare Nostrum, os países europeus lançaram o Triton, financiado pela Frontex, agência europeia de controle de fonteiras. Este programa foi lançado durante a presidência rotativa italiana na UE. De acordo com a Anistia Internacional, o Triton, porém, protege apenas as fronteiras, e não as pessoas.
"Não se pode ignorar que a operação Triton é inadequada. A Europa precisa ter um sistema de monitoramento e resgate mais eficaz que esse em vigor", disse, por sua vez, a presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini, que já foi porta-voz da Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. (ANSA)

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