sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Morreu a Duquesa de Alba

Maria João Carvalho para a euronews e rotativas

Cayetana Fitz-James Stuart, Dona Cayetana ou simplesmente Duquesa de Alba e de Berwick. Vários nomes para se referir a aristocrata com mais títulos de nobreza da Europa, cerca de meia centena, que esta quinta-feira nos deixou, aos 88 anos de idade. Morreu no seu venerado Palacio de Dueñas, rodeada pelos seis filhos e pelo terceiro marido, Alfonso Díez. Por sua prórpria vontade, deixou o hospital de Sevilha (padecia de uma pneumonia e de uma arritmia cardíaca) na terça-feira, “para ir morrer junto dos seus, no Palácio” – foi a terceira mulher a dirigir a Casa de Alba em mais de 500 anos.
Dona Cayetana nasceu em 28 Março de 1926, no Palacio da Líria, em Madrid. É filha de Jacoco Fitz-Stuart y Falcó, o Duque de Alba, e Maria del Rosario de Silva e Gurtubay, que morreu quando Cayetana tinha apenas 6 anos, uma circunstância que iria marcar para sempre a sua agitada vida. Em 1953 o pai morreu também, e Caytana converteu-se, aos 27 anos, na décima oitava duquesa de Alba. Estudou em Paris, depois de deixarEspanha, com a chegada da República, em 1931. Também viveu en Londres, mas o seu verdadeiro lar era em Sevilha, onde tinha a mais preciosa das suas belíssimas probriedades: o Palácio de Dueñas.
Considerada uma mulher adiantada ao seu tempo, a afilhada de Afonso XIII converteu-se na XVIII duquesa de Alba depois da morte do pai, dedicando grande parte da sua vida à manutenção e conservação do património da Casa de Alba.
Tinha um património avaliado em cerca de 3.000 milhões de euros – segundo a revista Forbes – que inclui palácios, castelos, campos e terrenos agrícolas, investimentos em bolsa, obras de arte e outros bens.
Monárquica e defensora da Coroa, amiga de Juan Carlos e Sofia e “contente” com a chegada de Felipe VI ao trono, a duquesa sempre foi uma mulher apaixonada pela vida.
Doña Cayetana era 20 vezes Grande de Espanha, tinha uma lista de títulos mais vasta do que qualquer outro aristocrata na Europa. Era Condessa, Marquesa e Viscondessa, além de ser a filha predileta da Andaluzia e filha adotiva de Sevilha. Acima de tudo, para todos, era a
Apesar da linha descendente da duquesa espanhola ser de um filho ilegítimo, Jacobo Fitz-James Stuart, Cayetana é considerada uma descendente dos Stuart, a principal casa real escocesa.
Considerada uma mulher adiantada ao seu tempo, a afilhada de Afonso XIII, dedicou grande parte da sua vida à manutenção e conservação do património da Casa de Alba.
Casou-se três vezes: a primeira, com Luis Martínez de Irujo, com quem teve seis filhos. Martínez de Irujo morreu em 1972. Casou-se depois com o jesuíta Jesus Aguirre – num casamento que suscitou muitas conversas na alta sociedade pelas ‘atrevidas’ poses fotográficas – e, finalmente, com Alfonso Diez.


Com a morte de Cayetana de Alba desaparece uma mulher que representa uma época sem precedentes, com figuras de grande relevo histórico, adiantam os órgãos de comunicação soial espanhóis.
Em criança brincou com a rainha Isabel II de Inglaterra, conheceu Churchill, Onassis e os Kennedy e recebeu em sua casa Sofia Loren, Claudia Cardinale e Audrey Hepburn.
Uma das figuras mais reconhecidas da nobreza e do ‘jet-set’ espanhol, Cayetana sempre foi distinguida pela forma como se relacionava com os cidadãos de Sevilha e do resto de Espanha, seguindo um lema que ela própria defendia: “viver e deixar viver”.
María del Rosario Cayetana Paloma Alfonsa Victoria Eugenia Fernanda Teresa Francisca de Paula Lourdes Antonia Josefa Fausta Rita Castor Dorotea Santa Esperanza Fitz-James Stuart y de Silva Falcó y Gurtubay ou, simplesmente, Cayetana de Alba disse sempre ter tido uma vida “vivida com intensidade, como se não houvesse amanhã, gozando sempre o máximo”.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Armistício: a décima primeira hora do décimo primeiro mês de 1918


No 11° dia, à 11a primeira hora, do 11° mês, terminou a I Guerra Mundial.
No entanto, este fim das hostilidades já tinha sido visionado um mês antes quando, a 29 de Setembro, o Comando Supremo do Exército Alemão informou o Kaiser Guilherme II de que a situação não tinha solução.

Entre 29 e 30 de Outubro, os marinheiros do porto de Guilherme, revoltaram-se e a sua revolução espalhou-se por toda a Alemanha, uma república foi proclamada a 9 de Novembro e o Kaiser abdicou. A Chancelaria foi entregue ao social-democrata Friedrich Ebert.
No dia 8 de Novembro, uma delegação alemã chefiada por Matthias Erzberger atravessou a Frente no norte da França e dirigiu-se para um local secreto na floresta de Compiègne, era a carruagem de comboio privada do marechal francês Ferdinand Foch, o representante alemão entregou os termos da rendição exigidos pelos aliados e deu à delegação alemã, um prazo de 72 horas para aceitar. No terceiro dia Foch regressou à carruagem para verificar se o Armistício estava assinado. Estava.
O armistício que na prática significou a rendição da Alemanha, não significou o fim da guerra, mas a cessação das hostilidades. O fim da guerra só foi formalizado a 28 de Junho de 1919, precisamente cinco anos após o assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, com a assinatura do Tratado de Versalhes.

No entanto, a morte do Arquiduque, em Sarajevo, a 28 de junho de 1914, apenas culmina um período de crescente tensão entre as grandes potências europeias, alimentado por ideologias nacionalistas e militaristas, sendo o acontecimento que faz despoletar a Primeira Guerra Mundial. A Guerra deflagra nos primeiros dias de agosto de 1914, e rapidamente se mundializa, assumindo tal dimensão e brutalidade, que ainda nos nossos dias é designada, em vários países, por A Grande Guerra.





Durante esta guerra, estima-se que morreram cerca de 10 milhões de pessoas, sobretudo na Europa, e ficaram inválidas mais 20 milhões.A Grande Guerra atingiu uma escala e intensidade até então desconhecidas. Pôs em confronto mais soldados, provocou mais mortes e causou maiores destruições materiais do que qualquer outra guerra anterior. Provocou milhares de prisioneiros e desaparecidos, arrazou cidades e campos em toda a Europa.

Mas é o armistício de 11 de novembro de 1918 (há 96 anos)  que assinala a rendição da Alemanha e o fim da Primeira Guerra Mundial. O dia 11 de novembro tornou-se o dia da lembrança em homenagem aos soldados.

O presidente Hollande, no seu discurso, vai lembrar o caráter rico destas cerimónias do centenário da guerra em França e tentar tirar lições da história para o futuro. Hoje, as nações dispõem de meios para resolver diferendos através do diálogo, quer os utilizem ou não.

O ponto alto das cerimónias deste dia é a inauguração do Anel da Memória na necrópole de Notre-Dame-de-Lorette, em Ablain-Saint-Nazaire, por François Hollande, presidente da República francesa. Com intervenções ao vivo de vários pontos da linha da frente da Grande Guerra. Mas, apesar da vontade do presidente francês, a dimensão internacional permanente que pretendeu dar a quatro anos de comemorações não tiveram eco no resto da Europa - vão estar presentes apenas sete ministros, entre os quais o português. O Desembarque já celebrou suficientemente a união de esforços para defender a Europa. Países como Portugal prefriram investir em Bibliotecas digitais do ministério da Defesa os documentos e cartas dos veteranos da I Guerra Mundial para consulta de todos. A Liga dos Combatentes fez a cerimónia no dos 96 anos do Armistício e dos 40 anos do fim da guerra ultramarina, no domingo passado.

O monumento Anel da Memória presta homenagem a soldados mortos durante a I Guerra Mundial e tem a envergadura requerida pelas homenagens do centenário. É inaugurado neste dia com tanto sentido para a Europa e para o mundo, em Pas de Calais, onde se reunem numa fraternidade póstuma o nome de 580 mil soldados escritos em placas de aço de 3 metros de altura, por ordem alfabética, independentemente da sua religião, nacionalidade ou origem. Entre estes, estão o nome de 2260 soldados portugueses.

Em Portugal foram mobilizados para a guerra nas frentes europeia e africana mais de 100 000 homens. O saldo do conflito foi de 38 000 baixas: cerca de 8 000 mortos, 16 607 feridos, 13 645 feridos e desaparecidos.

A participação de Portugal no conflito revelar-se-ia uma das opções mais controversas do regime republicano. A necessidade de salvaguardar o património colonial foi uma das razões invocadas para legitimar uma beligerância que, desde a primeira hora, levantou dúvidas e receios. Muito embora os territórios africanos de Portugal tenham sido palco de várias confrontações com a Alemanha logo em 1914, é em 1916 que os dois estados entram formalmente em guerra um com o outro. O apresamento dos navios germânicos em portos nacionais, em março desse ano, a pedido da aliada britânica, ofereceu aos elementos intervencionistas da política portuguesa o pretexto para enviar um corpo expedicionário para a Frente Ocidental. Essa participação era vista como essencial para afirmar o prestígio da República perante os seus aliados tradicionais e assegurar a Portugal uma posição de força na Conferência de Paz.

Portugal também assinala este século em que eclodiu o conflito, com a pulblicação, pela Biblioteca Nacional de Portugal, do Diário da Grande Guerra: testemunhos portugueses, no qual, através de uma cronologia atualizada mensalmente, até novembro de 2018, poderemos encontrar as notícias da guerra nos jornais diários de há 100 anos, postais e cartazes da época, testemunhos de um conjunto de portugueses que viveram de perto o desenrolar dos acontecimentos ao longo de 1914-1918, enfim, aquela que foi a visão portuguesa de um conflito que determinou uma viragem no mundo.

Ao mesmo tempo, a BNP empreende a tarefa de digitalizar e disponibilizar na Biblioteca Nacional Digital toda a documentação da época relacionada com a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial. A coleção A Grande Guerra inclui livros, imprensa, iconografia, mapas, música impressa e espólios - com principal enfoque nos testemunhos dos portugueses que viveram de perto aqueles momentos da história.

A comemoração do centenário da Grande Guerra é um momento de unidade nacional. Ao dar o pontapé de saída para as comemorações de 14-18, o chefe de Estado insistiu sobre os ensinamentos a retirar da Primeira Guerra Mundial, que deve recordar a força de uma Nação quando esta está reunida. Depois de ter evocado os valores da França e da República, o chefe do Estado francês  recordou igualmente "a imperiosa obrigação de uma Europa unida que possa garantir a solidariedade e a paz".

Desconseguir a Paz:

Mas o que é certo é que a paz é um fracasso, desde meados dos anos 20, como muito bem afirma o historiador Jay Winter ao Le Monde de hoje (11/11/2014).  O Professor de Yale diz mesmo que as consequências internacionais múltiplas são ainda sensíveis atualmente.
A paz não teve efeitos primeiro, porque a Alemanha e a rússia foram excluídas da Sociedade das Nações , assim como a não participação dos Estados Unidos. Foi um erro exigir reparações de guerra à Alemanha, com natureza punitiva, que levaram à destabilizaçãoda república de Weimar e tornou inevitável a revisão do Tratado de Versailles. Também foi evidente a incapacidade de organizar uma estrutura de estabilização económica europeia à escala euroepia, o que acabou por dar origem à Grande Depressão de 1929. A partir do crash, os nazis fortaleceram-se e conseguiram reforçar o peso eleitoral. O caminho de conduziu Hitler ao poder passou por essa crise mundial.

Quanto à Turquia, no campo dos vencidos, os termos do Tratado de Sèvres foram muito duros. Confiavam ao Reino Unido, à França, à Itália e à Grécia, a administração de certas zonas da Turquia europeia e de Anatólia. Durante quatro anos, Mustafa Kemal, o grande Ataturk da República laixca, recolheu os destriços do antigo exército do Império Otomano e conseguiu crair uma força de combate portene para fazer retirar as forças de ocupação aliadas. Mas a assinatura do novo Tratado de Lausanne, em 1923, que substituiu o de Sèvres, autorizou a Turquia e a Grécia a procederem a uma "troca de populações", segundo a qual milhões de gregos de Anatólia emigarram para a Grécia e para a Bulgária, milhões  de muçulmanos originários dos Balcãs instalaram-se na nova Turquia. A limpeza étnica estava legitimada pela comunidade internacional. A nova república sentia-se menos fragilizada sem a presença grega e arménia do Império Otomano e daí ser legitimamente responsável pelo genocídio arménio, entre 1915/16 e das vitórias militares armadas sob comando de Ataturk. Logicamente, o Tratado de Sèvres era letra morta.

A criação dos novos Estados , que eram a Polónia, Áustria, Hungria e Jugoslávia, suscitou conflitos incessantes por causa das novas fronteiras. A Hungria perdeu dois terços do território...enfim, em 1920 a paz era considerada um fracasso.

A guerra deu origem a quatro conceitos inegáveis (Jay Winter, Yale University): comunismo, pacifismo, liberalismo e o movimento dos antigos combatentes, com uma atividade transnacional fundada sobre a autoridade moral  dos que participaram e foram feridos. A militância anti-guerra, com a ideia de que os Estados devem renunciar a uma parte da soberania em nome da segurança coletiva constitui a origem da união Europeia que, já depois da II Guerra Mundial, mete em obra o trabalho feito entre as guerras dos antigos combatentes.

Fontes: Le Monde, Biblioteca Nacional Digital - Diários de Guerra


Maestro Virgílio Caseiro

Uma entrevista do meu baú, na Figueira da Foz para O Figueirense - não revista agora

Entrevista ao Maestro Virgílio Caseiro – a humildade na excelência


O Maestro Virgílio Caseiro é um lobo do mar que desfia memórias, não através de fios de pesca ou contos de encantar, mas com a batuta de um sábio. Não é tão velho como ‘os mais velhos’ o são na África das tribos com respeito pelas cãs. Nasceu em 1948 em Ansião.
Assumiu a responsabilidade artística da Orquestra de Câmara de Coimbra em 2001 – a partir de 2005, Orquestra Clássica do Centro – sendo seu Maestro Titular.
No dia 3 de Agosto, apresenta um programa ímpar no Palácio Sotto Maior da Figueira da Foz.


Maria João Carvalho para o Figueirense – É um homem de muitos portos e de muitas naus… que faz aqui?
Maestro Virgílio Caseiro - É verdade que sim…a grande vantagem de ser velho – entre os vários inconvenientes que tem – é essa possibilidade que vamos tendo de acumular vida acumulando recordações e, de recordação em recordação, juntamos umas com as outras e acabamos por construir um ‘ideário’ muito nosso, muito pessoal que faz parte de todos e não faz parte de ninguém, com o qual nos sentamos à mesa (nós próprios), com a companhia de nós próprios, construindo projectos que vão nascendo e que nós vamos levando por diante e nos fazem sentir bem com eles. Isso é a universalidade da idade… não é?
E não vejo inconveniente nenhum em ser velho e sinto todo o encanto em poder desfrutar estes anos ao abrigo daquilo que muitas vezes me perguntam e é “quantos anos tenho” e eu digo que “tenho exactamente aqueles que me faltam para morrer”.
E é na conjugação sistemática destas duas verdades que eu, despreocupadamente, vou construindo o meu mundo musical, com a maior seriedade possível, tentando produzir um produto acabado que seja de superlativa qualidade, quase nunca conseguido, e ainda bem, porque a mediocridade daquilo que eu queria que fosse superlativo dá-me razão de ser para o dia de amanhã.
E, portanto, vou tendo este encanto e esta dinâmica de estar comigo e com os meus projectos … possivelmente, do pouco que tenha feito, alguma coisa se pode aproveitar em prol das comunidades da Zona Centro, que é a zona onde, prioritariamente, milito, porque também defendo que não faço falta nenhuma nem em Lisboa nem no Porto… lá há muita gente… há muita gente a poder fazer e eu acho que as pessoas devem ter a lucidez do que valem e para onde caminham e depois devem saber escolher o local para viverem de acordo com o valor que têm e da expectativa das comunidades receptoras. Ou seja: o Bernstein de Nova Iorque era o Bernstein de Nova Iorque e, claro… não podia sair de Nova Iorque porque se saísse ficava subaproveitado – ele estava ajustado à expectativa de Nova Iorque. Eu, por isso, continuo em Coimbra e não faço falta em Lisboa… e no dia em que a expectativa de Coimbra ou da Região Centro – Figueira da Foz… Viseu… - for superior à capacidade de resposta que eu tenho …pois acredite que eu vou deslocar-me para a Pampilhosa da Serra ou de outra terra qualquer, onde eu possa ser o meu Bernstein, à minha dimensão
M.J.C - O que escolheu para trazer à Figueira?
V.C.- Vimos a este espaço (Palácio de Sotto Maior) a convite da organização, no dia 3 de Agosto, e vamos aproveitar uma clareira entre árvores centenárias para, ao fim da tarde, por volta das sete horas, fazermos um concerto com três cambiantes fundamentais: a primeira: o colorido da orquestra, em que a orquestra vai ser solista… e… depois… outros temas… vamos trazer obras de Coimbra, concretamente, guitarradas de Coimbra, feitas por guitarra portuguesa, acompanhadas por orquestra, e compostas, ou recompostas por compositores que, eu penso, serem de primeira água no panorama composicional português! Estou a lembrar-me do Henrique Carrapatoso, e, exemplo de Sérgio Azevedo e do (infelizmente já desaparecido), Zé Marinho… estou a lembrar-me de um compositor de Coimbra, várias vezes premiado, Zé Firmino Morais Soares… portanto, vamos fazer algumas obras para guitarra portuguesa e para orquestra.
E, finalmente, a terceira vertente é a de temas de canção da zona centro e coimbrã, a que eu não vou chamar fado porque não serão fados, são canções… mas de autores conhecidos: de Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, que vão ser tocados pela orquestra e cantados por um tenor, que começa agora a despertar na Zona Centro e começa a dar muito boa conta de si, o tenor Nuno Silva, que vai estar connosco para cantar esses temas.
MJC - Pode contar um pouco da história desta orquestra?
V.C. – A orquestra tem a história que todas as orquestras têm neste país. Uma vivência debilitada, uma vivência sempre em contínua possibilidade de desaparecimento mas que, persistentemente, queremos levar por diante.
Apareceu em 2001, pela minha mão e pela mão da actual presidente da Direcção, a Drª Emília Martins – a quem se deve toda a honra do facto da sua sobrevivência, porque tem um dinamismo brutal e uma capacidade de resistência à frustração que eu admiro e que a minha idade (mais uma vez) já não me aconselha a ter, porque desanimo mais cedo…e fruto disso a orquestra, não obstante não ter vindo a ter nenhum apoio oficial do ministério da Cultura tem vindo, com um orçamento miserabilista em relação às outras orquestras congéneres, a desenvolver um trabalho de militância na Zona Centro, para a qual está vocacionada. E tem vindo a fazer um reportório igual ao que as outras orquestras fazem, simplesmente com o orçamento que temos.
Estou convencido – e nem estou triste por isto nem me estou a queixar – de que as organizações, instituições e associações devem mostrar o trabalho que são capazes de fazer. E depois esse trabalho tem de ser de tal forma objectivo e tem de emergir com tal força no tecido cultural onde está inserido que, depois, nem o ministério da Cultura nem qualquer outro tipo de ministério pode fechar os olhos, tem de os abrir. E, nessa altura, eles estarão connosco tranquilamente para nos apoiar. Continuo tranquilamente à espera de que chegue o meu dia para que isso chegue a uma verdade.
MJC – Porque tem ao peito uma medalha de oiro de D. João IV?
VC – A história desta medalha é como todas as histórias das grandes navegações (risos): o mundo é redondo e as caravelas circundam o mundo…por todas as navegações que fazemos, sejam elas afectivas, cognitivas ou motoras, vamos encontrar portos de abrigo onde nos revitalizamos e onde nos encontramos. Esta medalha, ao fim e ao cabo, sendo do tempo de D. João IV é, digamos, que a lembrança de um porto de abrigo onde encontrei ânimo para outra viagem.


Maria João Carvalho

Jornalista da EuroNews

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Cartel Guerreros Unidos terá massacrado estudantes a mando dos políticos locais

Custa a crer nos níveis de crueldade atingidos pela humanidade. Em todos os continentes. Uma geografia de sangue e a reconstrução de uma história em sentido inverso, rumo ao tempo das cavernas e do desmembramento dos imimigos para os comer melhor, assados ou ao vivo e a cores, crús e frescos.

http://pt.euronews.com/2014/11/04/mexicanos-nao-perdoam-rapto-de-estudantes-e-exigem-que-os-devolvam-vivos/