quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Parabéns ao Mestre e à Doutora

O grande Mário Silva, pintor de doirados e azuis do Mondego, pintor de sois em Mira e na Figueira, no Cabedelo, no mundo, celebrou 82 anos de idade. No mesmo dia que a nossa querida Dra Teresa Coimbra, da Figueira da Foz (também 82 anos de idade).
A estes dois seres especiais, os votos de plenitude, saúde e muito amor desta humilde amiga




Marta, Zezinha (mulher do Mestre)e Ana

O Infocídio - por Rui Tavares no Público

Talvez, muito simplesmente, Miguel Relvas não tenha qualquer interesse em manter informação internacional que ele não controle
e há coisa que se tornou incontestável, é esta: a importância da Europa para o futuro próximo de Portugal. (Há anos, tinha amigos que me diziam “não escrevas tanto sobre a Europa, pá — ninguém quer saber”. Hoje toda a gente quer saber, e esses amigos escrevem sobre a Europa todas as semanas.)
E no quadro dessa evolução incontestável, que faz o Governo? Decide acabar com as emissões em língua portuguesa na Euronews.
Ah, mas diz o leitor. Não há dinheiro. Não podemos certamente dar-nos a esse luxo.
E eu pergunto-lhe: quanto custa ter emissões em português na Euronews? Um pouco menos de dois milhões de euros (os fogos de artifício na Madeira custam três milhões). Em troca desse dinheiro as emissões em língua portuguesa chegam a um universo potencial de cem milhões de casas. Tão importante quanto isso, um canal informativo internacional chega a casa dos portugueses, incluindo os que não falam uma língua estrangeira.
Só no Brasil, onde este canal (que é um consórcio público de televisões públicas) começou a ser emitido há um par de anos, as emissões em português europeu atingem cerca de cem mil assinantes. Um Governo com um mínimo de visão estratégica, mesmo que sem dinheiro, estaria a pensar como procurar parceiros no Brasil (a Tvcultura ou a Tvfutura, por exemplo) para pensar como reforçar, e não diminuir, a componente em língua portuguesa da Euronews.
Mas um Governo com um mínimo de sentido de responsabilidade, mesmo que sem dinheiro, estaria a pensar como preservar este laço, num momento em que (mais do que nunca) é importante que a voz portuguesa não se cale, e que os portugueses ouçam a voz europeia. em por isso toda a razão Ribeiro e Castro, deputado do CDS, quando escreveu sobre este tema (no PÚBLICO de segunda-feira) dizendo “não pode ser”. Espero que o seu artigo sirva para despertar algumas consciências na maioria.
Mas acho que podemos insistir um pouco mais e perguntar-nos “como pode ser”? Como pode ser isto? A Comissão Europeia paga neste momento as emissões da Euronews em árabe, porque certamente pensa que elas têm sentido estratégico para a União Europeia. A comissária Viviane Reding já disse várias vezes que a Comissão Europeia está disposta a apoiar financeiramente o leque de idiomas da Euronews.
Como pode ser então que o ministro Miguel Relvas não tenha perguntado à Comissão se não pode partilhar esta conta com o Estado português? Um milhão para cada um seria de mais?
Como pode ser que Miguel Relvas, ou Passos Coelho, ou Paulo Portas não tenham dito à Comissão que a língua portuguesa, a caminho de ser falada por 300 milhões de pessoas, deve também ser uma aposta estratégica da União?
Como pode ser que ninguém se tenha ao menos lembrado de apontar à Comissão o exemplo do Brasil, primeiro dos BRIC, e com ele convencê-los a ajudarem-nos a manter as emissões na língua desse país?
Talvez, no fundo, o Governo não esteja interessado em diminuir a conta. Talvez as declarações de João Duque, quando disse que a informação pública deveria ser reduzida ao mínimo e a informação para o estrangeiro filtrada segundo as conveniências do Governo, não tenham sido um acaso. Talvez, muito simplesmente, Miguel Relvas não tenha qualquer interesse em manter informação internacional que ele não controle. Nem que seja de graça.


Rui Tavares, Historiador. Deputado independente ao Parlamento Europeu http://twitter.com/ruitavares

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ainda sobre euronews

Apenas uma precisão; a euronews não é um canal oficioso da União Europeia; e as línguas farsi, espanhola e árabe não dependiam, contratualmente, dos contratos com as televisões públicas dos respetivos estados. A equipa árabe foi despedida e só muitos anos depois reconstituida de novo com outro contrato. A TVE saiu quando quis e a farsi, por motivos óbvios, nada detem. Só a RTP é que fez depender a continuação da Língua Portuguesa do contrato com a euronews!

Ribeiro e Castro em defesa da euronews, contra o apagão

Euronews: contra o apagão por Ribeiro e Castro

Ninguém pode conformar-se com tal destino. Antes pelo contrário: o caminho é a crescente afirmação e circulação da nossa língua como grande língua internacional

ndo inquieto com o possível fim da emissão portuguesa do Euronews. Não pode ser.

Já em 2002- 03, o destino desse serviço andou tremido. Nessa altura, agi nalgumas frentes a partir da posição de deputado ao Parlamento Europeu. E, por várias diligências, minhas e doutros, os problemas resolveram-se: o futuro ficou assegurado no que é o figurino actual.

Hoje, a RTP garante o canal por dois instrumentos: um, a quotização como accionista em 338 mil euros anuais, com direitos de utilização integral do Euronews; outro, um contrato de produção em português, no valor de 1,66 milhões de euros por ano. É este acordo que estará em risco com a falada reestruturação da RTP: diz-se que o canal acaba em Janeiro de 2013, com denúncia até Julho de 2012.

Não pode ser. A lesão aos interesses do português como língua internacional seria de tal ordem que não acredito que isso aconteça. O que está em causa? Três coisas: a nossa língua; a Europa e a ideia que fazemos dela; e o serviço público. m primeiro lugar, a língua. Não podemos dizer que o português é a “terceira língua europeia mais falada no mundo” e, depois, apagá-la por inteiro do ecrã no único canal europeu. O apagão do português do Euronews colocar-nos-ia não na segunda, mas na terceira divisão da competição linguística europeia, atrás, pelo menos, de 12 outras línguas: cairíamos de 3º para 13º.

Imaginemos o Euronews emitindo o Presidente da República a presidir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, no passado dia 9 de Novembro: falou em português e referiu-se à nossa língua. E imagine-se que nós poderíamos ouvi-lo em inglês, em espanhol, em alemão, em francês, em italiano, em romeno, até em russo, em árabe, em turco ou em farsi, mas… não em português! Quando Cavaco recordou que somos a “terceira língua europeia”, qualquer espectador desinformado acharia que estaria a mentir ou a brincar.
Segundo, a Europa. Que ideia fazemos dela e de Portugal na Europa? Saímos da União Europeia? Já desistimos da Europa? Então que sentido faz que deixássemos desaparecer a nossa língua do único projecto europeu de notícias, transnacional e comum, um canal oficioso da União Europeia? Que sentido faz destruir o uso do português nessa alameda central, quando por aí passam interesses e valores estratégicos da nossa afirmação na Europa e no mundo, bem como da lusofonia e da sua percepção global? O apagão no Euronews ajudaria a afundar-nos na periferia e na irrelevância.

Terceiro, o serviço público. A consolidação global do português como grande língua internacional é, sem dúvida, uma missão de serviço público — e de primeira linha. Está adequadamente confiada à RTP, estação de serviço público. Não é ela que paga, somos nós que pagamos. E pagamos bem através da RTP, porque, sendo do meio, é o instrumento público mais adequado para agir no projecto comum Euronews, dele extraindo todas as virtualidades — o que, de resto, bem pode ser melhorado. Mas qualquer outro organismo (como o sugerido Instituto Camões) ou departamento, que fosse escolhido para canalizar a comparticipação portuguesa, andaria perdido e seria um estranho no meio, porque estrangeiro à arte. Ou seja, a cooperação com o Euronews está muito bem confiada à RTP — tem é que ser bem feita, com exigência, critério e propósito estratégico. Euronews cresceu muito, desde a criação em 1993. Quando da minha última intervenção em 2002-03, já chegava a 125 milhões de lares em 78 países. Hoje, é recebido em 256 milhões de lares em 155 países — duplicou! E há ainda o portal Internet, também em português. Por aqui, avaliamos bem o dano colossal à nossa língua, como língua global, que resultaria do apagão no Euronews. Só o serviço televisivo em português é, hoje, recebido em 98 milhões de lares em todo o mundo. Tem 800 mil espectadores diários só em Portugal, mais do que a CNN, a Sky ou a BBC no cabo. E há, acima de tudo, os países da CPLP e outros a que chega e pode chegar.

Compreendo o aperto em que o país vive; e as medidas de rigor a que a RTP não é excepção. Apoio isso. Mas não pode dizer-se que, prevendo a RTP dispensar 300 pessoas, não há como manter o Euronews. Decidir o fim deste canal corresponderia a subir os dispensados para 333 — são 33 no canal europeu em português.

A austeridade e o rigor têm que ser compatíveis com a preservação de interesses estratégicos do país. Exige-se essa finura. E a nossa língua, língua internacional de comunicação, é um deles — e dos principais. Por isso, confio no fim da resposta a uma pergunta parlamentar minha: “O Governo, conforme assumido no seu programa, assegurará e privilegiará a difusão da língua portuguesa no mundo, independentemente do medium.”

Importa garantir que a RTP siga no circuito e tentar negociar melhor com a gestão do Euronews e a Comissão Europeia, pondo em cima da mesa os precedentes do espanhol, do árabe ou do farsi. Mas, se isto não se conseguir e for mesmo impossível assegurar a contribuição financeira via RTP, há que buscar alternativas, como a convocação dos operadores de cabo ao financiamento da produção do canal que também distribuem — mesmo repercutindo o custo nos subscritores, só custaria 75 cêntimos por ano por cliente.


Há que evitar um desenlace totalmente inaceitável: o apagão do português do Euronews. Ninguém pode conformar-se com tal destino. Antes pelo contrário: o caminho é a crescente afirmação e circulação da nossa língua como grande língua internacional

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Goldman Sachs presente demais nas instrituições e governos europeus

O que têm em comum Mario Dragui, novo diretor do Banco Central Europeu, Lucas Papademos, novo primeiro ministro grego e Mario Monti, novo presidente do Conselho Italiano?

Os três, a nível maior ou menor, fazem parte daquilo a que chamam, nos Estados Unidos, a “Europa de Sachs”.

Goldman Sachs, o todo poderoso banco de negócios americano, assim conhecido por ser acusado de condicionar mercados e governos.

Mario Draghi, formado em economia pelo Massachussets Institute of Technology, depois de ter trabalhado em diferentes conselhos de administração de bancos, foi, de 2002 a 2006, vice- presidente da Goldman Sachs para a Europa, antes de ser nomeado governador do Banco de Itália.

Um posto chave em que uma das missões era vender o produto financeiro “swap” (seguros que cobrem uma obrigação do Estado), que permitia dissimular a dívida soberana dos Estados. Manobra que viabilizou a dissimulação das contas gregas. O banco de negócios americano ajudou a Grécia contra uma remuneração de 300 milhões de dólares, nas operações de “contabilidade criativa” para camuflar uma parte da dívida.

Lucas Papademos era, entre 1994 e 2002, governador do banco central helénico, posto que contribuiu enormemente para fazer o país entrar na zona euro , participando na maquilhagem do Goldman Sachs.

ver aqui
Mario Monti é mesmo um dos antigos de Goldman Sachs. Diplomado pela Universidade de Yale, depois de ter sido comissário europeu, de 1994 a 2004, foi nomeado conselheiro internacional de Goldman Sachs em 2005. Monti e Papademos conhecem bem o funcionamento dos sistemas que é suposto salvarem.

O banco é muito contestado atualmente, pois há suspeições e queixas de fraude, nomeadamente no caso grego, mas também nos subprimes, créditos hipotecários.

Desde Setembro de 2011, o governo americano iniciou vários processos judiciais pelo papel que o banco teve em toda a crise.

Pode colocar-se a questão do conflito de interesses para os homens que estão, hoje, à frente de governos ou instituições europeias.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mimos entre alemães e gregos

“Carta aberta” de um cidadão alemão, Walter Wuelleenweber, dirigida a “caros gregos”, com um título e sub-título:"Depois da Alemanha ter tido de salvar os bancos, agora tem de salvar também a Grécia""Os gregos, que primeiro fizeram alquimias com o euro, agora, em vez de fazerem economias, fazem greves" Caros gregos,Desde 1981 pertencemos à mesma família. Nós, os alemães, contribuímos como ninguém mais para um Fundo comum, com mais de 200 mil milhões de euros, enquanto a Grécia recebeu cerca de 100 mil milhões dessa verba, ou seja a maior parcela per capita de qualquer outro povo da U.E.Nunca nenhum povo até agora ajudou tanto outro povo e durante tanto tempo.Vocês são, sinceramente, os amigos mais caros que nós temos. O caso é que não só se enganam a vocês mesmos, como nos enganam a nós.No essencial, vocês nunca mostraram ser merecedores do nosso Euro. Desde a sua incorporação como moeda da Grécia, nunca conseguiram, até agora, cumprir os critérios de estabilidade. Dentro da U.E., são o povo que mais gasta em bens de consumo.Vocês descobriram a democracia, por isso devem saber que se governa através da vontade do povo, que é, no fundo, quem tem a responsabilidade. Não digam, por isso, que só os políticos têm a responsabilidade do desastre. Ninguém vos obrigou a durante anos fugir aos impostos, a opor-se a qualquer política coerente para reduzir os gastos públicos e ninguém vos obrigou a eleger os governantes que têm tido e têm.Os gregos são quem nos mostrou o caminho da Democracia, da Filosofia e dos primeiros conhecimentos da Economia Nacional.Mas, agora, mostram-nos um caminho errado. E chegaram onde chegaram, não vão mais adiante!!!
Na semana seguinte, o Stern publicou uma carta aberta de um grego, dirigida a Wuelleenweber: Caro Walter, Chamo-me Georgios Psomás. Sou funcionário público e não “empregado público” como, depreciativamente, como insulto, se referem a nós os meus compatriotas e os teus compatriotas.O meu salário é de 1.000 euros. Por mês, hem!... não vás pensar que por dia, como te querem fazer crer no teu País. Repara que ganho um número que nem sequer é inferior em 1.000 euros ao teu, que é de vários milhares.Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo desastre da Grécia. Para ele contribuíram muito algumas grandes empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados de costas para o ar.Sei que ainda não dás crédito ao que te escrevo. Tem paciência, espera, lê toda a carta, e se não conseguir convencer-te, autorizo-te a que me expulses da Eurozona, esse lugar de VERDADE, de PROSPERIDADE, da JUSTIÇA e do CORRECTO. Estimado Walter,Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou. QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter saldado as suas obrigações para com a Grécia.Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações estipuladas), e que consistem em:1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-guerras, que ascendem hoje a 593.873.000 dólares EUA.3. Os empréstimos em obrigações que contraiu o III Reich em nome da Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3,5 mil milhões de dólares durante todo o período de ocupação.4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações, perseguições, execuções e destruições de povoados inteiros, estradas, pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7,1 mil milhões de dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.5. As imensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960 gregos (38,960 executados, 12 mil mortos como dano colateral, 70 mil mortos em combate, 105 mil mortos em campos de concentração na Alemanha, 600 mil mortos de fome, etc., etc.).6. A tremenda e imensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos ideais humanísticos da cultura grega.Amigo Walter, sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.Mas mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.Amigo Walter: na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se incluem todos os colossos da indústria do teu País, as que têm lucros anuais de 6,5 mil milhões de euros. Muito em breve, se as coisas continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel, sem Skoda. Deixaremos de comprar produtos do Lidl, do Praktiker, da IKEA.Mas vocês, Walter, como se vão arranjar com os desempregados que esta situação criará, que por ai os vai obrigar a baixar o seu nível de vida, Perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as suas excursões sexuais à Tailândia? Vocês (alemães, suecos, holandeses, e restantes “compatriotas” da Eurozona) pretendem que saíamos da Europa, da Eurozona e não sei mais de onde.Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que jogamos se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já que vocês também disso são devedores da Grécia:EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.Cordialmente,Georgios Psomás

sábado, 12 de novembro de 2011

iIegal OTELO

É ilegal apelar ao levantamento das Forças Armadas, senhor Otelo...ilegal!!!

Otelo na praça pública


Por enquanto, Sr, não é o Campo Pequeno que nos prometeu:

A minha história de vida não devia incluir, depois de Abril, cartas do Pai à Mãe que diziam: Querida Marta..................traços negros de caneta de filtro durante toda a carta até ao fim....do teu António. Temos a prova, senhores.
Foi mesmo assim.
A democracia socialista portuguesa pós-revolucionária não existiu, a independência dos territórios ultramarinos não foi dada, os sustos das irrupções policiais a meio da noite continuavam nos mais estáveis lares das melhores famílias.
Não lhe perdoo, senhor Otelo. Se atenta contra a democracia ...eu falo. PoR enquanto temo-nos mantido respeituosos, não é?

Wilson e SDN/Tratado de Versailles

Iraque, curdos, xiitas e sunitas, judeus...agrupados, todos, no mesmo país. Foi assim que os cartógrafos da SDN, nas negociações, receberam ordem para fazer. Quanto à Alemanha, humilhada e sem a Alsácia, a Itália sem poder obter nada do que queria em relação ao Adriático, a Holanda, Bélgica e o Japão a ameaçarem deixar Paris (todos tinham propósitos colonialistas além mar, o japão an China), quando Wilson já era acusado de vaidoso protestante e presbitariano ... o nacionalismo cresceu e os preparativos da guerra tiveram início. A Alemanha disse que não tinha meios para pagar mais de 10 mil milhões de dólares de indemnização de guerra, mas os ingleses pediam o triplo e os franceses questionavam o valor da vida humana e divulgavam imagens dos mutilados nos cinemas, antes dos filmes.
Antes da assinatura do Tratado, já a Alemanha ameaçava com nova guerra e alimentava o ódio nacionalista.
A Grande Depressão, o avanço do Comunismo e a promessa de território chinês ao Japão foram gotas de água para o adiamento e Mussoli prometeu fazer melhor e arranjar o porto que Orlando não conseguiu e fez recuar os compromissos. As exigências de reparações de guerra contribuiram, também, para a lentidão da história.
Loyd George alertou Wilson, entretanto, para ter cuidado: tratemos alguém como inimigo e ele não nos decepcionará. Loyd George acabou por ter de se demitir. O Duce era aclamado em Itália. Os cartógrafos continuavam a redesenhar as fronteiras de África, Médio e Oriente e Ásia. Era altura de repousarem.
Só Wilson sonhava. Até que os bombardeamentos da frota naval alemã começaram. a Alemanha, dois dias antes da assinatura, bombardeou a frota para que não caísse em mãos inimigas.
A assinatura foi adiada, o Tratado renegociado...até...quase às calendas, até encerrar oficialmente a Grande Guerra.
Clemenceau morre sozinho, sem conseguir a proteção que queria contra a Alemanha. A China não assinou. A Alemanha foi condenada a pagar os 10 mil milhões de dólares, mas nunca aceitou a imposição do Tratado de Versailles. a América acabará por regeitar a SDN e Wilson morreu sem deixar de acreditar no seu projeto.

11/11/11

É dia 11/11/11--- estranhamente premonitóro, em celebração do armistício... estou a rever a história do Tratado de Versailles, da obra do presidente Wilson na criação da Sociedade das Nações e das teias do pérfido Clemenceau e da ávida partilha de territórios por presunçosos donos gigantescos egos...o traçado de fronteiras com a deslocação de milhares de almas como se de borrões de tinta no mapa se tratasse...
A cada um procurar as conclusões na investigação da História. Por mim acho que as humilhações acabam sempre em guerra... e a Alemanha parece ter aprendido a lição ao fim de duas em que foi derrotada. A guerra, por princípio, é anti-democrática. O que a Alemanha está a começar a fazer nesta Europa à beira do colapso económico. Merkel não perdoa a humilhação e está disposta a tudo pela primazia na economia do eixo franco-alemão. Lixem-se os periféricos, os tolos, os defensores da verdade contra o silêncio.
Para perceber o futuro, não há como estudar a história...repete-se, com ligeiros contrários.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Discriminação em (de) Portugal


A República Portuguesa discrimina o Presidente quando permite que o Estado pague mais a funcionários de organismos de alegado serviço público? Mais do que ao ao Chefe do próprio Estado?,

Os salários dos funcionários da RTP, acima do teto normal na sociedade portuguesa - principalmente os que estão acima dos 3 mil euros por funções exercidas por outros pagos abaixo dos 1500... e mesmo dos 600 - são aceites pelos sindicatos que protestam e todos os partidos representados na Assembleia da República?

Os administradores da RTP não vão responder judicialmente pelos milhões empregues em programas de manipulação do interesse público? Nomeadamente as novelas compradas em saldo à SIC, que passam diariamente na RTPi e que tão nocivas são para a cultura portuguesa na diáspora?

Exemplos: tráfico de orgãos, como uma generalidade, tráfico de crianças, raptadas em clínicas de políticos corruptos portugueses, romances de mulheres casadas com padres...um atentado permanente feito pelos mesmos atores e os mesmos produtores...

Por outro lado: se os funcionários de continuidade são pagos com dinheiro de patrocinadores, devem ir para as televisões privadas, onde não chocam irmandades, fraternidades e afins. Se forem jornalistas com salário pagos pela televisão pública...desculpem, senhores "ouvintes, leitores": com 13 mil euros por mes, pagam-se 13 jornalistas estagiários, desempregados, seja que for...mas dignos.

Jornalistas que vivem do produto das suas investigações independentes e não os que recebem uma dúzia de mil euros e ainda passsam umas horas diárias a lecionar nas universidades públicas!

O mesmo vale para os produtores, diretores, chefes encadeados num regime velho, num sistema gasto que não se coaduna com os princípios de desenvolvimento e justiça equitativa a nível europeu.

Não e por acaso que a Europa cedeu pelas pontas fragilizadas dos que fizeram ceder os códigos por interpretações abusivas e egoistas em nome ... de tudo o que não era o interesse social, o bem estar comum.



A moralidade de uma exigência de austeridade, em Portugal, deve começar pelo exemplo e pela legislação. Caso contrário... será inimiga da democracia,

A verdade é outro elemento essencial: quando falarem de parcerias da RTP e de alguns contratos, falem corretamente de números.

Sem transparência não há lealdade nem respeito. As fugas começam...e as parvoíces em todos os sentidos.

Assumam que Portugal não voltará a ser conhecido como pais de corruptos ou pedófilos que não cumprem prisão efetiva e continuam a ter voz publicamente.


Como as novelas da RTP fazem crer...mesmo antes das notícias das 20:00, hora de Lisboa.

CT acusa RTP pressupostos ilegítimos

A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP considera que o plano de sustentabilidade da empresa “não cumpre os requisitos legais”, considerando que o documento assenta em “pressupostos ilegítimos”.

Em comunicado divulgado esta noite, a CT da RTP afirma que “o documento assenta em pressupostos ilegítimos, porque defende soluções condicionadas à alteração da Lei do Serviço Público da Rádio e Televisão, só possível depois de votada na Assembleia da República”. A organização refere como exemplos, entre outros, a alienação de um dos canais, da autonomização da RTP Açores e da RTP Madeira e a redução do cumprimento estipulado de serviço público.

De acordo com a síntese do plano de reestruturação da empresa, a RTP vai garantir no Orçamento do Estado para 2012 “um valor de provisões para rescisão que, atendendo ao custo médio e “pay back” dos processos anteriores, permita financiar rescisões com 250/300 trabalhadores”.

Guilherme Costa disse, na comissão parlamentar de Ética, Cidadania e Comunicação, na quarta-feira, que o plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP permitirá também uma redução de custos entre os 180 milhões e os 190 milhões de euros, respeitando assim o objectivo que o Governo “pretendia”.

Para a CT da RTP, “não está justificada” a necessidade de reduzir o número de efetivos, ao mesmo tempo que considera “inaceitáveis, porque impossíveis de concretizar, os cortes de financiamento como definido no documento.

Na síntese do plano de plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP afirma-se também que “a redução de efectivos decorrerá da elaboração de projectos concretos de reestruturação para cada domínio de ineficiência identificado, a levar a cabo a partir da aprovação deste plano de sustentabilidade” e acrescenta-se que, em paralelo com a elaboração desses projectos de reestruturação, a empresa deverá abrir um novo programa de rescisões amigáveis.

“Além da alienação de um canal generalista até final de 2012”, a RTP irá autonomizar “os serviços técnicos de produção/distribuição e os serviços de media regionais da Madeira e dos Açores, cedendo uma parte do capital destas estruturas”, consagra ainda o documento, medida da qual a Comissão de Trabalhadores discorda, uma vez que “retira à RTP uma componente fundamental para o exercício da sua principal actividade”.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Direito à Indignação

Não estou bem a perceber o circo mediático à porta do Tribunal de Aveiro....é para mostrar que todos os arguidos e advogados estão presentes e sabem falar? Que todos têm direitos aos 15 minutos de fama? Ou para fingir que vamos julgar um caso com provas destruídas? Ou para fazer esquecer que os pedófilos condenados na Casa Pia continua a aguardar em liberdade os recursos das pesadas sentenças de prisão? Deixou de haver greves de transportes, cortes de subsídios, direito à indignação em Portugal?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Safira: ou como a Nobel medicina pode ajudar

A batalha de Safira e dos pais e restante família, divulgada por SIC/Visão deve ser precedida do aviso de que está a ser realizada com a conjugação de medicina alternativa com a "tradicional" inovadora de um Prémio Nobel. A alimentação é sagrada mas a alternativa médica das células dentríticas é imprescindível para a imunidade. A ver este doc obrigatoriamente. Parabéns a todos os que a realizaram.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Albrecht Ritschl :dívida alemã do pós-guerra foi perdoada

O historiador Albrecht Ritschl evoca hoje em entrevista ao site de Der Spiegel vários momentos na História do século XX em que a Alemanha equilibrou as suas contas à custa de generosas injecções de capital norte-americano ou do cancelamento de dívidas astronómicas, suportadas por grandes e pequenos países credores.

Ritschl começa por lembrar que a República de Weimar viveu entre 1924 e 1929 a pagar com empréstimos norte-americanos as reparações de guerra a que ficara condenada pelo Tratado de Versalhes, após a derrota sofrida na Primeira Grande Guerra. Como a crise de 1931, decorrente do crash bolsista de 1929, impediu o pagamento desses empréstimos, foram os EUA a arcar com os custos das reparações.


A Guerra Fria cancela a dívida alemã

Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA anteciparam-se e impediram que fossem exigidas à Alemanha reparações de guerra tão avultadas como o foram em Versalhes. Quase tudo ficou adiado até ao dia de uma eventual reunificação alemã. E, lembra Ritschl, isso significou que os trabalhadores escravizados pelo nazismo não foram compensados e que a maioria dos países europeus se viu obrigada a renunciar às indemnizações que lhe correspondiam devido à ocupação alemã.

No caso da Grécia, essa renúncia foi imposta por uma sangrenta guerra civil, ganha pelas forças pró-ocidentais já no contexto da Guerra Fria. Por muito que a Alemanha de Konrad Adenauer e Ludwig Ehrard tivesse recusado pagar indemnizações à Grécia, teria sempre à perna a reivindicação desse pagamento se não fosse por a esquerda grega ficar silenciada na sequência da guerra civil.

À pergunta do entrevistador, pressupondo a importância da primeira ajuda à Grécia, no valor de 110 mil milhões de euros, e da segunda, em valor semelhante, contrapõe Ritschl a perspectiva histórica: essas somas são peanuts ao lado do incumprimento alemão dos anos 30, apenas comparável aos custos que teve para os EUA a crise do subprime em 2008. A gravidade da crise grega, acrescenta o especialista em História económica, não reside tanto no volume da ajuda requerida pelo pequeno país, como no risco de contágio a outros países europeus.


Tiram-nos tudo - "até a camisa"

Ritschl lembra também que em 1953 os próprios EUA cancelaram uma parte substancial da dívida alemã - um haircut, segundo a moderna expressão, que reduziu a abundante cabeleira "afro" da potência devedora a uma reluzente careca. E o resultado paradoxal foi exonerar a Alemanha dos custos da guerra que tinha causado, e deixá-los aos países vítimas da ocupação.

E, finalmente, também em 1990 a Alemanha passou um calote aos seus credores, quando o chanceler Helmut Kohl decidiu ignorar o tal acordo que remetia para o dia da reunificação alemã os pagamentos devidos pela guerra. É que isso era fácil de prometer enquanto a reunificação parecia música de um futuro distante, mas difícil de cumprir quando chegasse o dia. E tinha chegado.

Ritschl conclui aconselhando os bancos alemães credores da Grécia a moderarem a sua sofreguidão cobradora, não só porque a Alemanha vive de exportações e uma crise contagiosa a arrastaria igualmente para a ruína, mas também porque o calote da Segunda Guerra Mundial, afirma, vive na memória colectiva do povo grego. Uma atitude de cobrança implacável das dívidas actuais não deixaria, segundo o historiador, de reanimar em retaliação as velhas reivindicações congeladas, da Grécia e doutros países e, nesse caso, "despojar-nos-ão de tudo, até da camisa".

Cuidados Continuados em véspera de luto

Véspera de dia de visita aos cemitérios. Convém lembrar os doentes terminais nos cuidados paliativos


Pontos importantes a considerar no acompanhamento de doentes em fase terminal.



Em relação à pessoa hospitalizada:



-Poder guardar a sua integridade enquanto pessoa e o respeito que lhe é devido.



-Poder dar vazão à sua angustia e dor de modo construtivo,através do exercicio dos seus passatempos e actividades preferidas.



- Dispor de um ambiente acolhedor e personalisado, permitindo o recuo mas, ao mesmo tempo, o contacto com a realidade.



- Desfrutar de um enquadramento humano,agradável,com escuta e carinho mas sem hipocrisia.



-Ter acesso à informação sobre a sua situação.



-Poder guardar o contacto com os seus e usufruir do seu afecto.



-Bem entendido, poder ter acesso aos cuidados físicos especificos, indispensáveis em tais casos.



-Beneficiar de um acompanhamento psicológico, facilitando a aceitação de um desfecho inelutável e minorar o trauma resultante de um processo de decl+inio pessoal, dificil de interiorizar.



-Poder continuar a manter as suas convicções filosóficas e religiosas...



Em relação aos familiares:



-Apoio psicológico através da escuta,informação,ajuda na compreensão das diferentes fases por que passa o seu familiar.



-Facultar a proximidade em relação aos seus.



-Assegurar que o máximo é feito pela pessoa deixada aos cuidados da equipa terapêutica e da instituição.



-Ajudar a encarar e assumir um luto que se avizinha.



-Preservar a dimensão humana e o respeito do sofrimento.