quarta-feira, 29 de junho de 2011

Grécia sobe impostos para receber 2° pacote da ajuda

Os impostos parecem ser a preocupação central do plano de austeridade de Papandreu e dos credores da Grécia. Mas não o dinheiro de quem foge aos impostos.
 
O novo plano contempla medidas para arrecadar mais de 14,09 mil milhões de euros em impostos nos próximos quatro anos, ou seja, 649 milhões de euros a mais do que na versão inicial, anunciada em meados de junho.
  
Entre essas subidas de impostos, a nova taxa solidária que supõe uma retenção fiscal de 1 a 5 % sobre os impostos de quem ganha mais de 12 mil euros por ano.
 
Calcula-se que esta medida faça ganhar ao erário público 1,38 mil milhões de euros .
 
O IVA de bares e restaurantes vai passar de 13 para 23%

A isenção fiscal passa a ser apenas para quem ganha 8 mil euros anuais e não, como anteriormente, até 12 mil euros.
 
Também se cria um imposto sobre os bens de luxo, iates, piscinas e carros.
 
E aumenta o imposto sobre a propriedade.
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Os impostos e quem os paga é um assunto que suscita polémica na Grécia.
Até o novo ministro das Finanças reconheceu as injustiças do sistema, ao mesmo tempo em que pediu ao Parlamento para aprovar o seu plano.
 
"A nossa principal prioridade é estabelecer um novo sistema de impostos, que tenha uma ampla aceitação, que ponha fim à flagrante injustiça que faz com que quem não foge aos impostos pague mais do que quem foge."
 
Mas Venizelos e Papandreou vão ter dificuldades em convencer à oposição a apoiá-los. Os apelos ao patriotismo caem em saco roto, tanto na ala mais esquerdista do governamento como na ala da direita da Nova Democracia.
Este é o prognóstico do analista George Tzogopoulos:
 
"Acho que o líder de Nova Democracia vai pedir a convocação de eleições antecipadas e a opinião pública continuará a sentir-se defraudada no futuro."
  
 
Na rua o sentimento dominante é de revolta: as novas medidas cortam entre 3 e 4 por cento dos rendimentos da classe média grega. Muitos consideram que as medidas se fazem à conta de quem paga os seus impostos e são inúteis na hora de lutar contra quem pratica as fraudes.
 
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