quarta-feira, 16 de março de 2011

A difícil sobrevivência

 
O Imperador Akihito fez um discurso à nação, o que só acontece em situações raras e graves, mas muitos japoneses não puderam ouvi-lo porque estão a viver ao relento, com temperaturas abaixo de zero..
O momento está a ser comparado à mensagem proferida pelo pai, o imperador Hirohito, na rádio a 15 de agosto de 1945, depois dos bombardeamentos atómicos.
Há meio milhão de pessoas a viver em abrigos improvisados.
Em Otsushi, na prefeitura de Iwate, viviam 16 mil pessoas e só oito mil estão assinaladas, a dormir ao relento, enquanto procuram familiares ou em ginásios e outras estruturas mais resistentes.
Uma jovem mãe traduziu as preocupações de todos: 
"Dão-nos uma tijela de sopa ou um bocado de pão e alguns snacks. Estou um pouco preocupada por a minha filha não estar a ser bem nutrida. No entanto, é melhor comer pouco do que nada. "
A lista de desaparecidos não é oficial porque muitos corpos encontrados já não estão identificáveis ou não há quem os identifique e os japoneses continuam ainda a procurar muitas pessoas que faltam. 
Os reencontros, as boas e más notícias, tudo tem sido muito lento. 
Um casal procurou o filho desde sexta-feira...depois de tantos dias e de tudo ter vasculhado perdeu qualquer esperança de o encontrar com vida. Nas imagens que a euronews transmitiu, o pai profere o nome de modo lancinante, ecoa o nome entre as ruínas...é horrível, é triste.
Mas milagres continuam a acontecer, apesar da tragédia que provoca os encontros e desencontros.
No caso de um jovem médico optimista, a história correu bem: atravessou o país mas encontrou a mulher num longínquo hospital, mesmo a tempo de assistir ao parto. 

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