segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O que Khadafi fez em Lisboa e com quem

A procurar info's sobre as loucuras de Khadafi em Portugal, além da tenda em São Julião da Barra e os soldados de metralhadora a impedirem o acesso dos portugueses ao local, vejam bem o que encontrei!

em Blog "ruptura vizela"

Zita Seabra (uma mulher íntegra sem papas na língua) aborda o convite e a recusa em ir a esta conferência de géneros... Sócrates, pelos vistos, aprendeu com o excêntrico tirano...

Almoço de género ou género de almoço?


Em festa (parece), o primeiro-ministro decidiu comemorar os 100 dias do seu Governo com um gesto inédito de que certamente se lembrou um dos génios da propaganda governamental. Decidiu oferecer um almoço às ministras do seu Governo. Logo aí começa o incómodo: às senhoras ministras. Não, como são socialistas, às mulheres ministras. As meninas secretárias de Estado também foram convidadas. Como fica bem nestas coisas, convidaram - e, como se faz em casa, juntaram mais uma - senhoras para perfazer 12. Doze à mesa como os apóstolos. Um almoço oficial em que critério é serem mulheres ministras ou mulheres secretárias de Estado.

Oficialmente, andam os governos PS há anos a combater divisões por sexo e a substituí-las pelo conceito moderno e progressista de género. Mudam nomes de comissões que foram da condição feminina e passaram a ser de igualdade de género, mudam diplomas, editam revistas, fazem leis, criam ONG para garantir a igualdade de género, para afinal o primeiro-ministro almoçar com mulheres.

O ano passado esteve cá o presidente da Líbia e eu recebi (era deputada) um convite para um cocktail numa tenda em Belém. Muammar Khadafi convidava mulheres, só mulheres portuguesas, 500 para a luxuosa tenda. Eu achei o convite de mau gosto e que certamente só ocorreria a um rei ou a um presidente vindo do deserto da Líbia, e recusei ir.

Agora, subitamente, o primeiro-ministro decide comemorar os 100 dias de Governo dividindo governantes em função do sexo. Discriminação positiva dirão alguns, logo aceitável, progressista, dentro dos mais modernos padrões de modernidade, uma vez que as mulheres ministras almoçaram e os homens ministros não. Almoço de género (dirão outros) que não discrimina, porque nos 200 dias certamente haverá almoço para o género homens e nos 300 e 400 para os restantes géneros aceites oficialmente.

Esta ideologia "progressista", "moderna", que oscila entre banir as mulheres em nome da igualdade de género e remetê-las para o fim das listas eleitorais para fazer a quota, conduz direitinho a estes almoços de senhoras/meninas ministras e secretárias de Estado - e, como não chegam para compor a mesa, convidam-se outras para fazer número e ficarem honradas com o convite.

Para evitar essa situação, sugiro uma alteração de critérios do convite de almoço nos 200 dias do Governo: o primeiro-ministro pode almoçar com os melhores ministros do seu Governo e teria certamente alguma mulher no almoço. E se, depois almoçar com os piores ministros, também terá de certeza algumas. Outra hipótese será dividir os ministros pela raça ou pela cor da pele, o que é pior ainda, até porque não tem nenhum ministro preto, negro, amarelo ou cigano. Pode então dividi-los por altos e baixos, o que será certamente um critério mais igualitário, apenas com o problema de ter que decidir como contabilizar os tacões das senhoras ministras. É melhor não seguir por aí, tanto mais que medir os convidados não é bonito.

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