Um dia fiz a festa de lançamento da Associação Portuguesa de Jovens Jornalistas. Eu e a vice-presidente, Ana Rodrigues, ilustre jornalista da Rádio Renascença e companheira de muitas aventuras aquém e além-mar.
Um amigo da Ana, o Dinis, cedeu-nos a sua discoteca muito in na altura, para fazermos o que quiséssemos. Começámos por arranjar patrocínios, Parker Bold (a caneta top da Parker...10, que sorteámos na festa) e Citizen - o top da relogiaria da altura, que também sorteámos ou démos a quem vendeu a imagem pelo sucesso do novo jornalismo da década de 90. E convidámos os 500 jornalistas e homens políticos relacionados com o jornalismo, financeiros e, claro, os ídolos.
Para abrilhantar a festa e incitar os mais velhos a vir, pensámos em Fernando Pereira, o Imitador, e António Pinto Basto, o Fadista. O Fernando começou logo a rir-se quando lhe perguntei, no saudoso Chester, quanto levava por espectáculo. Disse que eu não tinha dinheiro para lhe pagar. É verdade. Na altura, tanto ele como António levavam mais de 1600 contos por espectáculo. Beijinho, beijinho, falamos depois e...
combinaram tudo nas minhas costas para me fazerem a surpresa de um espectáculo de fado e um espectáculo cómico para os convidados de elite que sabiam eu ter assegurado. Também era marketing para eles.O convite dos 500 privilegiados era uma concepção giríssima do Fernando Contumélias com a caneta Bold: tirando a tampa de papel o convite longitudinal abria do lado direito e era absolutamente personalizado.
Lembro-me das críticas de Letria, Adelino Gomes, Couto dos Santos, Faustinho, etc. Foi uma festa linda. Uma festa lindíssima, mesmo. Dei a primeira entrevista como presidente e co-fundadora dessa utópica associação ao Raul Durão, no Ponto por Ponto.
Hoje, zappei numa actuação de Fernando Pereira no Portugal do Coração. Se ele soubesse o quanto tanta gente o ama por ser quem é. E ao Pinto Basto!
Para demais, são profissionais de alto gabarito, como diz o Coronel meu primo, Manuel Jorge.
Até 1993 foi um must. Depois,a associação foi ocupada à PREC pelos irmãos...imaginem...Nero. Deviam julgar que havia milhares nas contas da Associação. Mas o que lá passou tinha sido investido em acções de formação para os jornalistas. Nem mais nem menos.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
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