quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Salvem o Planeta!

Nas últimas semanas tenho trabalhado muito na área do Ambiente, em preparação para a Cimeira do Clima em Copenhaga. E quanto mais escrevo e mais gravo mais chocada fico com os propósitos do líderes dos chamados países das economias emergentes - tipo os ricos que paguem a crise, que a gente tem de resolver os problemas domésticos!
Eu sempre fui pela responsabilização dos próprios actos. Se os produtos dos países em vias de desenvolvimento inundam os mercados europeus sem obedecer a normas, sem pagar taxas, com etiquetagens falsas e o lucro, legítimo e ilegítimo, não é investido na população que (agora) dizem defender, o que mudou?
Porque é que agora exigem "créditos carbónicos" e adiantam "reduções de densidade carbónica em relação ao PIB (redução de poluição per capita") pelos valores de 2005 mas até 2020? Tá tudo parvo ou tá tudo parvo?
Do modo como a poluição aumenta e como o degelo se faz, não haverá grande coisa a discutir pelos valores de 2020.



"As neves de Kilimanjaro" passaram a ser um mito...

um filme...porque o glaciar derreteu!

Localizado na Tanzânia e com 5.892 metros de altura, o Kilimanjaro é o ponto mais elevado do continente africano - e também uma das imagens mais conhecidas, atraindo 40 mil turistas por ano. Mas dificilmente Ernest Hemingway teria inspiração hoje para escrever "As neves do Kilimanjaro", publicado pela primeira vez em 1936.

A paisagem actual nada tem a ver com a das primeiras décadas do século passado.
As análises do gelo e das rochas indicam que a montanha nunca teve uma cobertura de neve tão pequena nos últimos 11.700 anos, nem mesmo durante períodos de seca severa, que duraram mais de 300 anos.

No jardim zoológico de Moscovo há flores que só deviam aparecer na Primavera e os ursos ainda não hibernaram.
A placa de gelo da costa siberiana derreteu e agora os navios passam por lá do Pacífico para o Atlântico (aumentando tambem a poluição e contribuindo para acelerar o problema).
A Amazónia perdeu cerca de 45 por cento da sua superfície e Brasília exige contrapartidas para tratar deste autêntico cancro do pulmão do Planeta - mas nada faz contra os latifundiários que aumentam a extensão das terras à conta da desflorestação ilegal...

Ao ritmo actual, em 2030, as energias fósseis (petróleo, gás e carvão) representarão ainda 85 por cento do consumo total de energia.
Para além das óbvias consequências sobre a biodiversidade e os ecossistemas, os especialistas lembram que as alterações climáticas põem também em causa a própria economia mundial.

Antes da Cimeira da ONU sobre o clima, em Copenhaga, os 21 países da APEC já travaram as ambições dos ecologistas. Na verdade, dois dos seus membros, a China e os Estados Unidos, emitem, sozinhos, 40 por cento de gases com efeito estufa no planeta. Os Estados Unidos não avançaram números de redução do CO2: estão em segundo lugar no ranking de poluidores mundiais logo a seguir à China. Uma lei para reduzir as emissões em 17 por cento de 2005 a 2020 ainda não foi votada no Senado, depois da passagem na Câmara dos Representantes, em Junho.

A União Europeia e o Japão anunciaram objectivos firmes para Copenhaga: uma redução de 20 por cento para os europeus, de 25 por cento para os nipónicos, mas ao nível da emissão de gases de 1990 até 2020. Os Estados Unidos não avançam objectivos específicos de redução. A China e a Índia recusam objectivos vinculativos. Os grandes poluidores, apesar de recentes, juntam-se à União Africana para exigir que os países ricos reduzam 40 por cento, até 2020, mas calculados em relação às emissões de 1990. É difícil conciliar interesses tao contraditórios mas, entretanto, as emissões para a atmosfera continuam a aumentar. Depois de 1990, data de referência do protocolo de Quioto, as emissões progrediram 41 por cento, com um pico de 29 por cento entre 2000 e 2008. A última notícia inquietante, segundo a Revista Nature Geoscience, é que os oceanos e florestas armazenam cada vez menos CO2. A função de poços de carbono está simplesmente a esgotar-se.

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