À memória de Rodrigo Emílio
Devo ser apátrida
porque se
morrer é repatriar-se
e eu já morri tantas vezes
sem dar conta de onde morasse
voltando a outros lugares 
de um mundo com tantos revezes! 
Ai deuses...
Porque há-de uma pessoa lembrar-se
apenas dos cais portugueses?
Neste exílio diabólico de reenvio
a um destino repetido
sem tino ou glória
um desfile de mergulhos
com vício de orgulhos e de memória?
Devo estar à beira de cair 
de uma estrela no mar alto
e apanhar um bote
para o próximo porto                          
.............................................. 
O poema de Rodrigo Emílio que inspirou o meu:
18/02/1944 - 28/03/2004 
Um dado dia há-de vir,
em que eu cairei para sempre a dormir,
à guarda d’um sono que já não se esgarce;
que nada possa vir, à viva força, mal-ferir,
dada a minha inteira ausência de disfarce...
— ...pois que «morir
es repatriarse»!
www.rodrigoemilio.com
sexta-feira, 24 de abril de 2009
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