A primeira pessoa que entrevistei foi Armando Jorge, diretor da Companhia Nacional de Bailado, que concedeu a entrevista à estudante de Direito, simplesmente por ser da Figueira e ele se ter estreado como dançarino no Casino da cidade.
A minha vida de jornalista ficou absolutamente ligada à de pertença à Figueira, apesar de ter nascido no Hospital Militar na Estrela, Lapa (que também se revelou uma sina). No entanto, a minha vida de jornalista começou num telhado com vista para o Rio Tejo, à conversa com David Mourão Ferreira, professor de Letras e Literaturas Modernas na mesma Universidade em que eu estudava Direito. Perante o meu desalento, por estudar algo que não queria e não haver, ainda, cursos de jornalismo, o Poeta aconselhou-me:
- Fazes como todos: dois anos num curso qualquer e um estágio de oito meses num jornal. Depois de ganha a tarimba, o teu coração vai guiar-te.
O coração, no entanto, indicou-me outro caminho.
Depois de liderar o 2° ano de Direito dos estudantes que integraram o grupo que ocupou a Livre, acabou com ela e fundou a Lusíada, umas férias sabáticas no Algarve pareceram-me bem.
Queria um caminho; não havia ruas nem estradas.
Deixei a minha filha pequena com a mãe Marta (que, muito jovem para ser avó, assumiu-se sempre Mãe duas vezes, e eu a Mamã).
Nos primeiros dias, no Algarve, tive a oferta da gerência da loja Ton sur Ton e o pedido de voz para uma rádio pirata... as pequenas expetativas de realização do sonho.
O artista plástico e empresário, ex-gerente do Bergantim, Zeca Castilho, ofereceu a estadia na casa com outros amigos que tentavam iniciar uma vida profissional em todas as áreas.
Uma rádio pirata é uma aventura.
Quando Cavaco Silva ganhou as eleições como primeiro-ministro, eu abri a janela do estúdio a um fotojornalista do Diário de Notícias, para irmos ao telhado, fazer o flash do professor eleito, na sua vivenda de férias Mariani, a uns metros do Hotel Montechoro. Um telhado não é um muro nem um fim; é uma pista de realização de sonhos.
Carlos Albino, casado com Lídia Jorge, e com a pasta da Diplomacia do DN, era o meu espetacular chefe, fundador da interventiva pirata.
No dia seguinte, lá estava a foto de autênticos paparazzi na manchete do DN. Um escândalo, na altura. Tínhamos devassado a privacidade da figura pública (mais tarde convidou-me para almoçar na mesa dele, num encontro com 50 jovens quadros do país; o motorista dele foi levar-me à estação de comboios para a Figueira, e ao Carlos Queiroz ao aeroporto) antes de, ele próprio ter acabado a refeição.
Na Rádio Albufeira eu fazia um programa célebre, na época: “A Moira da Noite”, com belíssima música portuguesa e do mundo (depois tinha a manhã - com o 5 estrelas, e o domingo, com Sal, Sol e Sul, informação e música). O genérico d’A Moira da Noite era "The piano has been drinking, and the carpet needs a haircut, not me, not me...."
Um dia foi lá à rádio (eu ficava sozinha entre as 20 e as 23 horas) um amigo meu, pedir-me para fazer babysitting a dois bebés...leões. A namorada era responsável de um jardim Zoológico europeu e estava de passagem para os levar e tinha-me trazido música de África. Só tinham aquela noite. Claro que sim, os leõezinhos eram tão "quiduxos", com umas "patorras" que me atiraram logo ao chão à primeira brincadeira. Acabei fechada no estúdio à chave, e os bichos dourados do lado de fora, na salinha.
A originalidade da Moira da Noite estava também nas pessoas que escolhia para entrevistar ou "passar música", como o Fernando Pereira, o Rui Veloso, o motard e fadista Rodrigo, Carlos do Carmo... e toda a população algarvia, incluindo a célebre cantora Bonny Tyler, com quem jogava ténis quando ela não tinha par (gosto de água e não de bater bolas; ela ganhava sempre).
A festa acabou com a atribuição de alvarás, um escândalo. A Rádio Albufeira era inconveniente, dava notícias e ensinava o ouvido do público a trautear Fausto em "Por este rio acima", uma das obras-primas do artista. A "Solar Radio", inglesa, para os bares dos anglo-saxónicos, embalava os turistas para consumos mais fáceis, não indagava autarquias como a de Tavira e as construções na areia, de prédios que se sabia irem ruir 20 anos depois.
Abrindo o CENJOR, pelas mãos do saudoso João Marques de Almeida – Marquês, como o tratávamos com carinho - fiz o primeiro Curso de Formação Geral em Jornalismo, Técnicas Vocais, rádio, televisão e jornais... tudo e com as técnicas jornalísticas todas e estagiei no CM.
Como canto e procuro sempre a música, integrei-me no Hot Club de Lisboa e fiz várias reportagens sobre jazz. Durante uma semana vivi, praticamente, com um grupo de amigos para a vida, o Caínha (Carlos Martins), o Babá (Bernardo Sassetti) o Carlos Barreto e outros. Reencontrei o Caínha nos sítios mais incríveis, ou quando vinha do mato, em Angola, e passava em Luanda (interrompeu um espetáculo, no auditório da Rádio nacional de Angola para me pedir para entrar (quando eu espreitava) e sentar-me nos degraus... inimaginável... em Macau também.
Era tão difícil arranjar trabalho jornalístico pago como hoje. Consegui "ganchos" na Revista do Instituto de Formação Profissional, dirigida pelo meu estimado Eng. Bagão Félix, que me comprava artigos sobre inventores portugueses que ganhavam prémios, e outras originalidades, trabalhei como assistente pedagógica no CENJOR - posteriormente fiz o Curso de Formação de Formadores com os meus amigos Eugénio Alves, do Clube de Jornalistas, e Vítor Bandarra, fiz um jornal com o Marquês, na Ericeira: “O Acontecimento” só apresentava notícias e reportagens positivas, construtivas.... mas o dinheiro não entrava.
Criei, então, com a Ana Rodrigues, que depois iria para a Rádio Renascença e faria parte da minha família jornalística e afetiva, a APJJ - Associação Portuguesa de Jovens Jornalistas. Criávamos sinergias, conseguíamos patrocínios que financiavam diretamente projetos de formação, solidariedade (a Dra. Maria Barroso foi madrinha de uma das festas de Natal que fizemos para os meninos da rua, com o apoio de um clube de futebol e muitas marcas de sumos, brinquedos, comida..., intercâmbios com universidades como a Sorbonne e jornais como o El Pais, com jovens jornalistas de 11 países da América Latina e Europa...tanta, tanta ação espetacular! Levávamos os jovens jornalistas a Bruxelas, onde eurodeputados como António Capucho, um gentleman, organizavam visitas a colegas de todos os partidos portugueses e diferentes nacionalidades.
Fazíamos conferências onde os Media nacionais nos chamavam. Eu e o também jovem, na altura, José Alberto Carvalho íamos muito para a zona de Viseu (onde ele tem raízes) e Castelo Branco. A convite de Rui Bondoso, fizemos uma das conferências mais eficazes em Moimenta da Beira!
Organizámos o I° Congresso Nacional de Jovens Jornalistas no Casino da Figueira, mas convidámos os Mais Velhos, para bebermos das suas palavras e experiência, para nutrirmos a nossa curiosidade e guiarmos as nossas pesquisas.
O acordo foi simples: o Casino (que também tinha os hotéis) cedia o espaço e dava a dormida, os restaurantes davam as refeições e, alegremente, todos apareciam em todos os telejornais e jornais do país durante quatro dias.
O ministro da Juventude, Eng. Couto dos Santos, muito amigo da associação, pelos resultados apresentados com a parte do dinheiro dos subsídios (a APJJ geria os projetos com dinheiro de empresas com grandes marcas e bancos, sem nunca deixar um tostão por investir e sem lucros) fez questão em estar presente. Dançou no Pessidónio e esse mérito ninguém lhe tira. O jornalista Henrique Garcia - que seria meu patrão na mítica Rádio Geste, até falir e fechar), saiu das urgências do hospital, em Lisboa, diretamente para a Figueira da Foz "por não poder falhar tal iniciativa", Adelino Gomes, Joaquim Letria e, o jovem José Rodrigues dos Santos, em plena lua-de-mel. Cerca de 500 profissionais e candidatos falaram de jornalismo nos painéis do Congresso, nos bares, nas ruas, em todo o picadeiro. Debatia-se o acesso à profissão e, essencialmente, o drama dos recibos verdes.
Por causa disso, eu e o João Mesquita alimentámos um ódio de estimação até à demissão dele do Sindicato de Jornalistas. Por causa da nossa exigência do fim dos recibos verdes (que prometia resolver e nunca cumpriu). Impediu o meu acesso à carteira de jornalista alegando que eu não podia ser freelancer sem ter quatro anos de profissão; mas os estatutos não permitiam o exercício à profissão sem carteira. Resolvi o problema com credenciais, claro, e ajuda de muitos amigos como Jorge Morais do antigo e inigualável Tal e Qual e de Mário Bettencourt Resendes, do DN. Mas ainda consegui ter a carteira preta dos tempos áureos.
Quando a Radio Geste definhava e sobrevivia com os telex's da TFS e de amigos como o Jorge Perestrelo, aceitei o contrato na Lusa, a conselho do próprio Henrique Garcia, mas a agência não me enviou ao Iraque quando rebentou a guerra. Ficou "atravessado".
Assim, quando começaram a chegar os telex's com relatos de "tiroteios esporádicos" na Jugoslávia, várias vezes ao dia, fui ao Sebastião Bar onde o Mário Viegas declamava, o Assis Pacheco escrevia, e todos os jornalistas de então se encontravam (foi na fase pós-Procópio e Foxtrot, em que o bar já era João XXI, e anunciei que aceitava contratos para a guerra na Croácia. O grande Joaquim Pelejão Marques, dos jornais de desportos motorizados, recolheu as minhas propostas à peça para a RTP, RDP, Tal e Qual e DN. Noutras guerras alternava com a SIC e a Renascença.
O namorado de então levou-me ao aeroporto num Lotus Spirit. A minha bagagem era um capacete duplo (2kg), um colete antifragmentos de 15 kg (emprestado pela Marinha), uma pequena mochila com tabaco (ótima moeda na guerra), muda de roupa e marcos, material de trabalho e boa vontade - 17 kg a mais dela. Esperava-me um agente da sua companhia de seguros (foi a única vez que me fizeram um seguro para ir para a guerra, assumo), para preencher os papéis no capô do carro, dizendo-me que não compreendia o que eu ia fazer. Eu, jovem, voluntariosa, disse-lhe que ia compreender o que era a guerra, nem mais nem menos. Vim de lá sem compreender nada, viciada em adrenalina e com o cheiro a morte narinas adentro. Já no caminho para casa, com um jornalista francês, fui presa em Ljiubliana por fotografar a carga de camiões austríacos
Para esta guerra, o Jorge Perestrelo tinha-me emprestado um Sony de bolso porque eu gastara o dinheiro adiantado em películas, objetivas e máquina, o que já não dava para mais. Aprendi como funcionava a Nikon em pouco mais de uma hora, assim como as bases essenciais da fotografia de guerra (aproximar-se o suficiente, ir onde os outros não vão) a fixar as "tracejantes" dos bombardeamentos aéreos noturnos, numa das funções da máquina, mas não esquecer onde punha os pés por causa das minas.
Fui para casa de uma família, em que já tinha estado o Dimas da Comercial. O filho de Davorka e do Júlio, Philipe, foi o meu intérprete e guia, até ser preso e integrado no exército por ter trazido connosco uma granada de obus que acabou por disparar, por acidente sem propulsão mas com calor, para o prédio do vizinho. O "louco" do Sena Santos telefonou-me duas horas depois de dar a notícia de que tinham bombardeado a casa onde estava uma jornalista portuguesa, toda a gente estava a dar o exclusivo e eu não dava nada? Paga por eles? Com exclusivo? Que vergonha. Explicar-lhe que tinha deixado o miúdo trazer aquilo connosco e que fora uma negligência. Implorei e ele foi sensível, a notícia morreu ali... fazia-lhe nove e dez por dia, compensava.
Aprendi a sobreviver na Croácia, a cambiar o dinheiro no mercado negro e a ganhar com isso todos os dias. Trouxe o mesmo dinheiro que levei e ainda comprei presentes para a família que me acolheu.
Comecei a participar em "international pools", onde os repórteres depositam o material que trazem e se servem do material uns dos outros. Partilhava automóvel com veteranos franceses, italianos, japoneses. O Daily Telegraph pedia-me slides de Osijec, Vukovar e Vincovcki, porque o jornalista que tinham e me dava boleia não fotografava, mas dizia que comigo havia sempre "festa", no sentido de sermos servidos em termos de reportagem de bombardeamentos e de atrocidades.
Quando chegávamos ao hotel Continental para transmitir as reportagens por telefone, os camaradas acolhiam-nos loucos de contentamento porque chegávamos em dias muito maus, de muita corrida como coelhos por pradarias fora para evitar balas. Em Karlovac, para furar o cerco, tivemos de passar uma autoestrada minada, cheia de snipers. Passámos por carros com camaradas dentro, aos gritos, sem podermos socorrer, para não morrer. Nesse dia fotografei kamikazes que beberam o seu último grog ou cerveja, cobriam o rosto com o gorro "passa-montanhas" preto e iam, aos três, disparar ate ser mortos pelos sérvios que tentavam tomar o quartel.
No Continental, depois de uma crónica, fumei um cigarro (sempre com a mão em concha por causa da pirisca ardente) numa barricada de sacos de areia, em frente. Precisava de descansar e estirei-me no momento em que uma bala fez a areia correr pelo meu rosto. A polícia militar apanhou o sniper. Um jornalista italiano com botas de cowboy quis, por força, ir lá colocar-se na mesma posição para descrever bem em que posição eu estava. Outro sniper apanhou-o a ele. A Polícia Militar já não foi revistar mais prédios.
Todas as 24 horas de todas as guerras que cobri são horas, minutos e segundos de histórias de sobrevivência, perdas, vómitos, medos vencidos. E depois da primeira guerra, continuei a cobrir conflitos armados em muito mundo.
Qual o episódio que me marcou mais? Crianças vivas queimadas nos esconderijos? Catedrais bombardeadas? Tréguas violadas? Encenação de cadáveres para os inspetores da UE? Destruição de Vukovar? Ter de pegar na câmara de um camarada checo que ficou sem braço e tinha um bebé para criar e não tinha seguro? Que me pediu para o filmar? Ou ter os lobos da propaganda de guerra a tentar vender imagens montadas, execuções sumárias? Ou um diretor de hospital a chorar com o estado em que os sobreviventes chegavam à mesa das operações? Ou o desgaste de ter de amputar para não perder tempo e salvar vida de mais uns quantos? Fazer de morta no meio de cadáveres ou filmar bombardeamentos num Mig de instrução?
Tenho tantos episódios marcantes quanto as saídas em bombardeamentos, progressos em terreno com mercenários ou militares, dormidas em trincheiras, em Angola, onde acordava com cobras verdes de 8 cm, mortais, partidas em duas, sem perceber quem me salvava a vida. Dormia exausta, claro, sonos de duas horas.
Há um que marcou a viragem para começar a sair da longa espiral... foi em Sarajevo. Depois da reportagem, ao telefone, por satélite, para a Rádio Renascença, fizeram a tola surpresa de ter em conferência, no fim da reportagem, a minha mãe e filha. Achei que era a pior surpresa do mundo e "rezei aos santinhos" para se manter o silêncio de um qualquer intervalo nos combates: "Sim, estou bem, está tudo calmo...." e eis que começa um dos mais terríveis bombardeamentos na cidade, com um ataque direto à televisão bósnia onde eu estava e já vivia desde que bombardearam o meu quarto no Holiday Inn e tive de dormir na banheira para me proteger dos ataques. A ligação caiu, a comunicação perdeu-se e eu desesperei com as dúvidas que deviam estar a assombrar as minhas Martas (mãe e filha).
Lembro-me que num dos piores dias em Sarajevo comprei um bocadinho de água no fundo de um garrafão por 20 dólares para lavar (na cantina da TV) a camisa encharcada em sangue dos mutilados a quem fiz torniquetes em frente do Parlamento.
Os AV5 blindados da ONU não paravam. Ao fim de socorrer sozinha 7 feridos graves, apareceu a equipa da BBC que ajudou com os outros oito. Enfiámo-los numa camioneta de caixa aberta e seguimos atrás, para o Kosova Hospital. Dramático esse dia. Não percebia porque ainda tinha pernas e porque é que aquele sangue que corria todo pelo ralo não era meu... seria? Mais tarde, sim.
Conto isso em "da guerra...e outros poemas", edição Gresfoz, de 1997. Mas conto mais ainda, em 20 anos, 20 histórias (com as deste ano, em Sarajevo), em França e na Bósnia.
O José Rodrigues dos Santos também conta as minhas aventuras e desventuras em Crónicas de Guerra, nos três volumes.
Este ano, em junho, foi em Sarajevo que celebrei o meu aniversário (bem, três dias depois), com outros veteranos.
Ser figueirense no mundo, para pessoas como eu, é telefonar para os bombeiros (onde fui voluntária) para saber como está o ex-colega que foi para o hospital, ou como correu um parto na ambulância, ou quem ficou naquele acidente noticiado... é estar 16 anos a trabalhar no mesmo sítio sem assumir que se vive no país, apenas se trabalha. Porque "vivo" na Figueira.
Trabalhei pela Figueira fora da minha redação que transmite para todo o mundo em 13 línguas, com camaradas que enriquecem tudo o que produzimos com a cultura e experiência próprias de quem vem de longe e se encontra na mesma Torre de Babel.
Defendemos a permanência na Euronews dos ucranianos com a mesma garra que defendem os nossos camaradas russos, quer queiram ou não os Putin's deste mundo. Todos os persas têm família no Irão e também têm de gerir essa realidade. O mundo "euronewsiano" é rico, nesse aspeto, stressado, desempoeirado e solidário (a maioria assinou pela manutenção da equipa ucraniana pondo em risco os próprios postos de trabalho).
Pensar na minha cidade é não falhar uma ocasião para a promover ou criticar construtivamente. Promovi e promovo o Sunset, mas também milito contra a municipalização da praia. Sou pelo bypass da SOS Cabedelo e de outros atores sociais, sou a favor de dar a palavra aos arquitetos, aos pescadores, aos surfistas. Tenho um género de traumatismo provocado pelas construções na areia que levaram a tentativas de corrupção e ameaças no início da minha vida como jornalista.
Trabalho numa placa giratória no centro da Europa, que roda em todos os sentidos: para a guerra, política europeia, análise da crise económica mundial, aquecimento global... mas, quando fecho os olhos de cansaço e inspiro, juro que sinto o cheiro da maresia da Figueira.
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