Sou da geração da revolução mas aprendi que a minha filha também.
Cobri guerras e continuo a relatar todas as etapas sangrentas de todas as revoluções.
E nem sequer sou jornalista por vocação. Fui talhada para jurista, mas a utopia não tem lugar na lei que aprendi....fugi para um mundo global onde ainda continuo à procura da verdade e de sentir que não me perdi, mas sim o mundo que ri de si mesmo num fundo sem espaço para o riso.
Fui poeta da guerra. Fotografei-a, sem perceber nada de fotografia. Aliás:fui perceber a guerra e despercebi-a.
Continuo a ir ao funeral dos meus companheiros de profissão e aos dos camaradas de guerra.
Há um milagre qualquer que me prende a este palco da vida.
Hoje, o milagre veio de Christophe, o europeísta com quem nunca concordei: mas um gentleman é um gentleman, em qualquer Pensão da Boavista, como diria a nossa melhor voz: Fermando Pereira, especialista eficaz em Riso. Nós exageramos, elevamos o absurdo ao público, quando a verdade não chega.
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